15 outubro 2013


Todo ano é a mesma coisa. Chega o mês de outubro, mas precisamente no dia 15, e as pessoas se entregam as manifestações de agradecimento e carinho aos milhares de professores que compõem o corpo docente brasileiro. Nada mais que justo, visto que vivendo durante quase todos os dias do ano no esquecimento, essa classe de trabalhadores merece, no mínimo, ser lembrada e condecorada com uma data especial. Entretanto, para além das homenagens, bem como as demonstrações de afeto de colegas de trabalho e alunos, o que mais se pode comemorar nesse dia? Com baixíssimos salários, trabalhando em condições desumanas e com um diminuto reconhecimento da sociedade, poucos são aqueles que são presenteados com a honra de serem professores nos dias atuais, já que devido e esses e outros problemas, essa classe vem paulatinamente deixando essa honrosa carreira para se aventurar em outros caminhos onde o dinheiro e o prestígio social de fato existem.

Ser professor. Ser pai e mãe ao mesmo tempo. Ser amigo, confidente e psicólogo. Ser educador. Ser assíduo. Ser responsável. Ser coerente. Ser inteligente. Ser dinâmico, atualizado e vanguardista. Ser firme e, ao mesmo tempo, dócil. Ser, estar, parecer e nunca padecer.  Esses são alguns dos muitos verbos que predominam na vida daqueles que enveredam pelos caminhos do ensino. Para esses, ser é estar pronto a enfrentar a dura realidade da educação brasileira que perdura há gerações. Uma educação secundarizada, a qual o ensinar é colocado em segundo, terceiro, derradeiro plano por aqueles que regem o poder econômico e político da sociedade. Ser é estar disposto a trabalhar de mão atadas, sem os instrumentos corretos para salvar o alunado do abismo de que são obrigados a caminhar desde o seu nascimento. Ser é estar preparado para lutar contra as presas da ignorância que a todo o momento insistem em confinar nossos jovens direcionando-os, muitas vezes, à marginalidade. Ser professor é estar preparado para tudo isso e ainda amargar o desrespeito cultural de um país que não valoriza como deveria esses profissionais. Se ser professor é ser tudo isso e muito mais, por que sua existência é invisibilizadas por nós?

Entre tantas respostas possíveis, a primeira delas se refere a nossa cultura histórica. Nossa nação nunca deu o devido valor a esse profissional no passado e, atualmente, tenta reverter essa situação com mecanismos paliativos, que não resolvem de fato o problema. Fala-se sempre que o país está investindo mais em educação. Mais escolas estão sendo construídas. Mais alunos estão matriculados nesses espaços, alguns até de forma integral. O material escolar e a merenda são melhores e de melhor qualidade. Tudo isso é indiscutivelmente benéfico para o ambiente educacional brasileiro, que durante anos viveu grandes lacunas nesse sentido. Agora, quando o assunto é investir no professor a história muda completamente de rumo. Esses profissionais ainda são os mais mal remunerados do país. Na realidade, há quem discorde dessa verdade, contradizendo que muitos profissionais da educação recebem bem e vivem confortavelmente. Porém, o que é viver bem? O que é também, nesse contexto, viver confortavelmente? Nesse âmbito, vale acrescentar outra questão: como esses ditos professores conseguiram viver bem e confortável? As respostas para tais indagações se resumem em apenas uma frase: anos de trabalho árduo.

Para aqueles que conseguiram se estabilizar nessa área, parabéns. É um feito digno de reconhecimento. No entanto, não é essa a mesma realidade de tantos outros docentes espalhados pelo país. Isto porque, as constantes paralisações da categoria mostram claramente à dura vida de quem tenta sobreviver com a educação. São greves, passeatas e, infelizmente, até depredações e pancadarias realizadas por esses indivíduos, que perdem a sensatez para serem notados pela sociedade e, consequentemente pelo governo. Se vão as ruas em mais de um estado brasileiro é porque os problemas vividos por eles, dentro e fora de sala de aula, já chegaram e um ponto insustentável. Entre as reivindicações, o aumento salarial é sempre o principal. O valor da hora aula é simplesmente desumano, obrigando muitos deles a dobrar, triplicar, quadruplicar..., a rotina em sala de aula, para terem uma vida digna e uma aposentadoria decente no fenecimento da vida. Enquanto esses heróis, que formam todos os profissionais do mundo, recebem esmolas em forma de salário. Outras “personalidades” desfrutam de milhões por mês, sem ter, muitas vezes, terminado o colegial. Os exemplos são muitos, desde jogadores de futebol a celebridades relâmpagos. Entretanto, a nação pouco se importa, pois se acostumaram com essa dicotômica realidade e pouco se mobilizam para muda-la.

Além disso, os professores ainda são obrigados a trabalhar em condições precárias. Mesmo com os avanços educacionais brasileiros, muitas escolas do país pecam no quesito estrutura. Faltam carteiras confortáveis para alunos e professores. A água e alimentação nem sempre chegam para alimentar e saciar esses alunos carentes e famintos de nutrientes e saber. Não há bibliotecas apropriadas para aulas dinâmicas ou laboratórios para experimentos extra sala. O material didático é de baixa qualidade, reduzindo ainda mais o nível das aulas. Somado a isso, estratégias governamentais para atenuar essa realidade acabam assumindo outros efeitos colaterais. As inúmeras “bolsas” ofertadas pelos políticos, para manter o alunado na escola, não surtiram os efeitos esperados. Contraditoriamente, financiar a permanência de jovens na escola serviu apenas como potencializador de gravidezes entre miseráveis, que encontram nessas migalhas a chance de usufruir do dinheiro público e também ampliar a já gritante taxa de natalidade no país. Nesse sentido, vale pontuar a criação das escolas integrais e semi-integrais, que tem como finalidade manter o aluno na escola, com aulas dinâmicas e produtivas. Contudo, a falta de fiscalização governamental mostra que, em muitas instituições, a teoria não vem sendo aplicada a prática, pois a construção do saber desses jovens integralmente não vem sendo realizada como se desejara.

Em meio a isso, o professor ainda é obrigado a conviver com um fenômeno antigo, mas que vem protagonizando o palco escolar com cada vez mais veemência: a violência. Ela que não se restringiu aos limites externos da escola e conseguiu adentrar em seu espaço. Fruto da árvore genealógica da desigualdade social, muitas crianças e jovens trazem na bagagem a brutalidade de que foram e são vítimas fora da atmosfera de ensino. Então, inconscientemente acabam muitas vezes agredindo colegas, professores, entre outros profissionais. No Brasil, cresce exponencialmente os casos de agressão escolar entre alunos e professores. Ao mesmo tempo, o Bullying vem se popularizando entre os corredores de colégio e a sociedade, omissa, deixa para o educador o papel de solucionar essas lacunas. Diante desse quadro violento, os educadores são obrigados a ministrar suas aulas, tentando salvar muitos jovens da selvageria de que foram raptados. Tudo isso sem proteção, nem respaldo escolar, visto que muitos alunos agridem professores e nada de fato é resolvido em prol desse profissional. Sem contar que, devido a acumulo de tarefas, esgotamento, fadiga, e doses cavalares de desrespeito, muitos educadores perdem os sentidos e acabam ferindo aqueles alunos que violam a fronteira entre eles e aqueles profissionais. Todo esse caos é fruto do descaso que o governo e a sociedade exercem sobre o professor. Enquanto o país não se conscientizar da importância desse docente para a construção de uma nação mais rica, em múltiplos sentidos, não poderemos sonhar com o real desenvolvimento da pátria.


Diante desse quadro, não há muito que se comemorar, mas sim, o que melhorar. Melhorar o salário desses profissionais, para que eles recebem o valor digno pelos seus esforços e possam se aposentar confortavelmente no fim de suas carreiras.  Melhorar a estrutura física das escolas e todos os instrumentos compostos por ela, para que o educador se sinta apto a exercer sua função da melhor forma possível. Melhorar a relação professor e sociedade, perpetuando uma cultura social da qual a família tem o dever de ensinar aos seus filhos desde cedo à importância de se respeitar essa figura, não apenas por ser alguém que vai lhe passar um dado conhecimento, mas porque o professor é a segunda família daquele indivíduo e que sua contribuição mudará a vida daquele jovem. Melhorar também e, sobretudo, o reconhecimento midiático desses trabalhadores, para que a sociedade valorize esses educadores que passam anos estudando numa faculdade, fazem pós-graduações, mestrados, doutorados, porém são esquecidos e invisibilizados no cotidiano, pois não fazem parte do grupo das profissões mais prestigiosas e/ou privilegiadas do país. Se estes e outros pontos foram significativamente melhorados, poderemos cogitar e quem sabe pensar numa nação desenvolvida e rica em vários sentidos. Se isso for feito, então teremos muito que comemorar e a quem homenagear de verdade nos próximos 15 de outubro.
 
          Como se sabe, o nosso país é um dos mais ricos em recursos hídricos. No entanto, o crescimento desordenado das cidades e a falta de planejamento adequado para o tratamento da água acaba resultando na escassez que afeta diversas regiões do país. Além desse manejo inadequado do líquido, existe também a ausência de chuvas que atinge grande parte da população, sobretudo aquela que vive no nordeste brasileiro, onde enfrenta a mais grave e devastadora estiagem vista nos últimos 50 anos.
            Infelizmente, o crescimento desenfreado das cidades acaba dificultando o acesso a uma água de qualidade e em quantidade satisfatória a todos. Isto porque, a falta de planejamento das instalações nas cidades acarreta a perda de milhões de litros por vazamento nos canos subterrâneos. Segundo pesquisas do Instituto Ambiental, as capitais brasileiras perdem diariamente quase metade da água captada durante a distribuição, um volume suficiente para abastecer aproximadamente 38 milhões de pessoas.
            Além disso, a estiagem no nordeste brasileiro vem tornando pior a qualidade de vida dos moradores desta região. A seca retratada por Graciliano Ramos, a qual é responsável por enfraquecer as perspectivas de vida, e por João Cabral de Melo Neto, o qual narra a peregrinação de Severino, mais um entre tantos “Severinos” que morrem a cada dia um pouco pela fome, é a mesma seca que hoje é vista no semiárido nordestino. Esta ausência de água vem desde 2011 e tirou dos nordestinos os meios que eles tinham para sobreviver.
            Além do mais, as plantações foram sendo destruídas paulatinamente, o sertão tornou-se um grande cemitério, onde a fome e a sede destruíram tanto o gado quanto a população. Os que sobreviveram esperam o auxílio do governo ou optam por sair de suas terras e buscam trabalho bem longe do sertão. Euclides da Cunha estava certo ao dizer que “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”, afinal, nem todo mundo seria forte o bastante para alimentar-se de ratos com o intuito de matar a fome como fazem os nordestinos.
            Sendo assim, é preciso que haja uma manutenção das instalações subterrâneas das cidades, para que o desperdício seja mínimo. Quanto a seca no nordeste, apesar de ser um fenômeno natural, é necessário que o Estado desenvolva mais políticas de combate aos seus efeitos. Além disso, a população do país deve se mobilizar para ajudar os sertanejos, mandando alimento e água, e também fazer a sua parte evitando desperdícios, assim, esse líquido tão precioso e raro em algumas regiões alcançará boa parte da população.
Aluna: Juliana do Nascimento
Professor: Diogo Didier
 


 Eu não sou preconceituoso, mas…
 
Esta frase é deliciosa. Não é um aviso de “olha, não encare isso como preconceito”, mas um alerta. Do tipo “segura, que lá vem um preconceito”. A ressalva, completamente inútil, serve, pelo contrário, para reforçar que a pessoa em questão é exatamente aquilo pelo qual não gostaria de ser tomada.
 
Cultivamos nosso medo e ódio, mas, às vezes, pega mal expressá-los em público assim, tão abertamente. Porque pode ser visto como crime ou delito. Ou ser alvo de críticas - mesmo que os críticos compartilhem da mesma visão de mundo. E, além do mais, como todos sabemos, o Brasil é o país da alegre miscigenação, em que todos são considerados iguais em direitos. Os que discordam disso devem se mudar ou levar um corretivo para deixarem de serem bestas. É isso: ame-o ou deixe-o.
 
É engraçado como o preconceituoso não se vê como tal. Quem solta um “Eu não sou preconceituoso, mas…” separa essa palavra de seu significado e pensa o preconceito como algo abstrato, etéreo. Uma ideia que não teria nada a ver com tratar pessoas de forma diferente ou fazer um julgamento prévio de seu caráter devido à sua classe social, orientação sexual, cor de pele, etnia, nacionalidade, identidade de gênero, pela presença de alguma deficiência e por aí vai.
 
Dizem que falta informação e, por isso, temos uma sociedade que pensa de forma tão tacanha. Que não temos contato com o “outro” e, portanto, continuamos a temê-lo e a achar que ele é um risco à nossa existência. Conscientizar sobre isso passa por estimular a vivência comum na sociedade, pela tentativa do conhecimento do outro. Tolerância é bom. Porém, legal mesmo não é apenas tolerar, mas acreditar que as diferenças tornam o mundo mais interessante e rico do que uma monotonia monocromática a que estamos subjugados pela religião, pela tradição, pelo preconceito…
 
E cabe tanta abobrinha em um “Eu não sou preconceituoso, mas…” que ele se tornou o novo “Amar é…”, presente naqueles livrinhos simpáticos da minha infância.
 
Duvida?
 
Eu não sou preconceituoso, mas bandido bom é bandido morto.
 
Eu não sou preconceituoso, mas baiano é foda. Quando não faz na entrada faz na saída.
 
Eu não sou preconceituoso, mas mulher no volante é um perigo.
 
Eu não sou preconceituoso, mas tenho medo desses escurinhos mal encarados qe pedem dinheiro no semáforo.
 
Eu não sou preconceituoso, mas cigano é tudo vagabundo.
 
Eu não sou preconceituoso, mas os gays podiam não se beijar em público. Assim, eles atraem a violência para eles.
 
Eu não sou preconceituoso, mas acho o ó ter um terreiro de macumba na nossa rua.
 
Eu não sou preconceituoso, mas é aquela coisa: não estudou, vira lixeiro.
 
Eu não sou preconceituoso, mas não gostaria de ver minha filha casada com um negro. Não por ele, é claro, mas eles sofreriam muito preconceito.
 
Eu não sou preconceituoso, mas esses sem-teto são todos vagabundos.
 
Eu não sou preconceituoso, mas chega de terra para índio, né? Se eles ainda produzissem para o país, mas nem isso acontece.
 
Eu não sou preconceituoso, mas esses mendigos deviam ir para a periferia onde não incomodariam ninguém.
 
Eu não sou preconceituoso, mas sabe como é esse pessoal de esquerda. É tudo petralha.
 
Eu não sou preconceituoso, mas sabe como é pessoal da direito. É tudo tucanalha.
 
Eu não sou preconceituoso, mas São Paulo é São Paulo, né amiga? Não é Fortaleza.
 
Eu não sou preconceituoso, mas esse aeroporto tá parecendo uma rodoviária.
 
Eu não sou preconceituoso, mas adoro esse shopping. Só tem gente bonita por aqui.
 
Eu não sou preconceituoso, mas sobe o vidro, amor. Você não tá nos Jardins.
 
Eu não sou preconceituosa, mas vocês não acham que essas médicas cubanas têm cara de empregada doméstica?
 
Cuidado, seja sutil. Preconceito é para ser dito, repetido e aplicado, mas com naturalidade. Diluído no dia a dia, aparece como uma forma de manter a ordem das coisas e de lembrar quem manda. E quem obedece.
 
 
*Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Professor de Jornalismo na PUC-SP, é coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.
 
Visto no: Blog do Sakamoto  
          
            Indubitavelmente, a intensa produção de lixo na sociedade moderna acaba desestruturando todo o ecossistema. Uma vez que, o lixo jogado na natureza contamina a água, prejudica a fauna e a flora, compromete a saúde de grande parte da população e ainda contribui para as enchentes que ocorrem em algumas cidades. Além disso, o desperdício de água, que é bastante latente, colabora de forma negativa para que haja um desequilíbrio ambiental, afetando assim, não só o meio ambiente, mas também toda a humanidade, já que os dois estão interligados.
            Como se sabe, diversas empresas contribuem para a intensificação da poluição ambiental, uma vez que seus gases altamente tóxicos contaminam tudo e todos que estão a sua volta. Além disso, essas empresas ainda depositam resíduos nos rios, tirando assim a vida dos animais aquáticos e prejudicando a saúde dos ribeirinhos que por sua vez dependem quase que exclusivamente dessas águas.
            No entanto, existem empresas como a Biogás do Estado de São Paulo, que retiram o metano que se forma com a putrefação do lixo nos aterros sanitários e o transforma em eletricidade. Esta iniciativa é bastante benéfica. Isto porque, procura diminuir a quantidade de lixo que é depositado nos aterros. Mas, não são apenas as empresas que contribuem para a degradação, a própria população não se preocupa muitas vezes em fazer coleta seletiva no bairro, nem mesmo em casa e ainda desperdiça água, atitude esta que deveria ser evitada.
            Portanto, faz-se necessário que haja uma maior preocupação por parte das empresas. Se elas começarem a diminuir a quantidade de gases emitidos e de lixos depositados em rios e solos, sem dúvidas diminuirá o risco de doenças por contaminação da água que acaba gerando intoxicação. É preciso também que a população faça sua parte, deixando de lado o velho hábito de jogar lixo nas ruas e começando a separá-lo, assim evitará os riscos de enchentes. São pequenos atos que podem salvar a natureza e consequentemente a humanidade.
Aluna: Juliana do Nascimento
Professor: Diogo Didier
 
Não faz muito tempo, tocar violão era tido como coisa de vagabundo, malandro, irresponsável. Atrizes eram tidas como prostitutas. As mulheres viviam sob o julgo masculino. Tidas como menos inteligentes, nem mesmo podiam votar. Casamentos eram arranjados e o sexo, vejam só, era somente para procriação. Houve uma época em que negros eram vistos como coisas; animais a serem domesticados; seres sem alma, cuja única finalidade para existir era servir os brancos. Século XXI. Ainda hoje homossexuais são vistos por muitos como anormais, libertinos, pecadores. Em nome da literalidade de um livro escrito há mais de dois milênios, julga-se e condena-se a pessoa que ama outro do mesmo sexo. Amar. É por este direito que lutam milhões de pessoas. É contra este direito que batalham tantas outras.
Na atualidade, se eu depreciar alguém por causa da cor da pele, posso ser preso por racismo. Chamar o outro de “negrinho fedido”, “macaco queimado” é crime, definido em lei como imprescritível e inafiançável. Contudo, se eu chamo um gay de “pecador nojento”, “promíscuo sujo”, “viadinho”, “mulherzinha”, em vez de ser punido, posso ser coroado por defender os bons costumes e a moralidade. Crimes de ódio contra homossexuais não são punidos como tal, uma vez que não há respaldo legal para tanto. Fanáticos religiosos, a maioria evangélicos, não aceitam a ideia de não poderem exclamar, incitar, propagar o ódio aos quatro cantos. A lei que pretende tornar crime a violência homofóbica, tipificando-a como aconteceu com o racismo, encontra resistência de parlamentares fundamentalistas, que não aceitam a ideia, puramente humana e generosa, de que se deve aceitar e respeitar o próximo do jeito que ele é.
Acham os conservadores que a liberdade de expressão é um valor absoluto, capaz de absolvê-los das barbaridades ditas em suas congregações. Usam como escudo a liberdade religiosa, a quem chamam de sagrada e inquestionável. Ignoram o fato de que a pregação feita por líderes religiosos contra gays reforça o preconceito e abençoa a prática discriminatória. Fecham os olhos para a realidade de milhares de homossexuais, que são violentados todos os dias somente por serem homossexuais. Negam-se a perceber que muitas vidas são ceifadas por conta do discurso anti-gay. Que liberdade é essa que dá legitimidade a atos covardes, cruéis, desumanos, contra quem, sabe-se lá porque, ama o igual? Que liberdade é essa que dá razão para o agressor e que faz da vítima o culpado?
Lembro-me do dia em que um colega confessou algo que me marcou profundamente. Ele disse que tinha relevado ao seu “melhor” amigo que era homossexual. Sua esperança era de encontrar alguém com quem pudesse contar num momento difícil de descobertas. A resposta não poderia ser pior. O “melhor” amigo disse: “nunca mais chegue perto de mim, ou eu prometo que vou te queimar vivo”. Na hora que ele me contou, fiquei sem palavras, e me perguntei em silêncio: “até quando?”. É o que pergunto agora a você, querido leitor: até quando usarão o nome de deus para justificar a própria hipocrisia? Até quando o amor será motivo de deboche, de chacota? Finalmente, até quando amar será pecado?
Por Daniel Lélis (publicado originalmente na Revista Jfashion Chic E Essencial)
 
Um fenômeno agravado por displicências

   Alguns processos naturais corroboram para o agravamento de situações ínfimas na sociedade. Pobreza, fome, entre outras consequências geradas a partir do descaso governamental são notórias. Contudo, desde o surgimento da teoria possibilista, acredita-se que o homem por deter a natureza, por meio do seu conhecimento.

  Nesse contexto, o avanço desenfreado da tecnologia veio a aguçar o sentimento humano. Entretanto, algumas coisas no âmbito geográfico são irremediáveis. Tira-se como exemplo, a poluição, na qual, pode prejudicar o ciclo do solvente universal, a água. Sem contar com o período de estiagem, especificamente, no nordeste brasileiro, do qual, sofre de maneira exacerbada.

   Nessa perspectiva, um ponto a ser analisado é o detrimento causado durante este espaço de tempo. Sucedem-se assim, posturas aquém em relação à conjuntura social. A falta de alimentos, produtos de higiene e o deterioramento das cabeças de gado são amostras no decorrer desse fato. Tornando difícil a sobrevivência de aproximadamente de 10 a 15 milhões de indivíduos, de acordo com pesquisas de meios midiáticos.

   Todavia, o fenômeno é passível de solução. Segundo o filósofo Aristóteles, “Não existe um governo perfeito, mas, há uma forma correta de governar”. Esta frase apenas evidencia o descaso político para com o povo. Pois, os parlamentares acabam por ludibriar a sociedade com falsas promessas, que remetem a estabilidade e atenuação, de alguma forma, da estiagem.

   É necessária a elaboração de medidas para obster alguns efeitos da seca. No qual, criar organizações vinculadas em prol de benefícios sociais é uma das alternativas. No entanto, o investimento governamental na estrutura de poços, cisternas e reservas de água, seria um bom começo.
Aluno: Matheus Henrique
Professor: Diogo Didier
O que era inconsciente vira dúvida, que vira certeza, que vira recusa, que vira inferno
                             

Nem sabe o que é, mas já deduz que é errado. Tem de ser. As pessoas grandes falam que é. Aprende por osmose, pingo a pingo, de ouvido. Em frases largadas como  por descuido, mas cheias de  tons que traduzem o desprezo. “Isso é coisa de bicha”,  “Viu aquele bando de sapatão na TV?”, “Tem mais é que matar esse povo de Satanás”. Nem sabe que é um dos que eles querem matar. Nem de longe  se percebe uma criança gay.

A pouca idade embaça os gostos que terá, não dá margem a certezas. É ainda  um Lego, se encaixando involuntário, peça a peça, onde cada uma pode ser descartada e substituída. Mas não param de lhe enfiar as peças consideradas corretas, nem que seja a força.

Vai crescendo, correndo no parquinho, comendo banana amassada com aveia e ouvindo: “Casal é rapaz e moça”, “Amor é para namorado e namorada”, “Família é para marido e esposa”. Vai brincando de esconde-esconde e se acoplando: “Menina ganha boneca e joguinho de panelas”, “Menino joga bola e roda pião”, “Se menino gira bambolê, vira boiola. Não pode”, “Se menina puxa caminhão de lata, vira machão. Não pode”.Se insiste em teimar, fazer o contrário do que se manda, apanha, amarga castigo no quarto, para aprender o certo e a odiar o errado.

Vai crescendo e escutando histórias: o príncipe fica com a princesa. Final feliz. Vai vendo na novela: o galã fica com a mocinha. Eles se beijam. Final feliz. Se aparece galã com galã ou mocinha com mocinha pesa um clima, a respiração  coletiva fica suspensa. Final constrangedor. Pergunta: “Ele casou com ele, mamãe?” Resposta: “Não. É outra coisa... Arrume seus brinquedos e vá dormir”. Intromissão do pai: “Não pode mais assistir a isso. Vai influenciar”.

Vai crescendo, aprendendo a separar sílabas, a fracionar números e a se odiar no que há por vir. Os outros já percebem alguma coisa, insinuam, já pisam clara ou disfarçadamente. São os colegas de turma que, treinados para achar esquisito, lançam as primeiras chacotas, que só fazem aumentar, o bullying se monta. É a professora que chama os pais na escola para reclamar sobre o comportamento, em uma conversa camuflada de cuidado, que perde a máscara com “Não é uma criança normal. Não brinca com quem deveria brincar e como deveria”. São as brigas em casa para que se ajeite, que entre no modo perfeito de vida. São as lágrimas derramadas no desespero de se ter errado na criação, do que os outros dirão.

Vai crescendo, colecionando figurinhas em álbum, ganhando personalidade  e se achando a maior das vergonhas, se condenando pela sentença do mundo, que grita: “Era melhor que a morte tivesse levado”.
A pouca idade embaça os gostos que terá, não dá margem a certezas


Crescendo e se percebendo fora do ajuste. Os olhares começam a apontar para quem foi dito que nunca se deveria olhar. O desejo, gato arisco, arranha devagar, sempre e no mesmo lugar para que  o sentir lateje. Vão chegando as espinhas, os hormônios explodem, cada vez mais é difícil negar-se. O que era inconsciente vira dúvida, que vira certeza, que vira recusa, que vira inferno.

Não se queria, se luta contra. Aquele treinamento antigay passa a surtir efeito, o autodesprezo bate ponto  embaixo do travesseiro e traz consigo a convicção de que a vida lhe barrou a entrada, que a mentira é a melhor alternativa, que talvez uma cura por asfixia aconteça, que orar pelo milagre é vital. Vai crescendo, de mochila e  All Star, mascando chiclete e a angústia se torna parceira constante. Nenhuma fada-madrinha ou anjo da guarda apareceu com palavras mágicas de transformação. Bate a falta de cumplicidade, de autenticidade. Chega a culpa, o nojo  de ser o que se é. Os pensamentos de que realmente seria melhor não ter  nascido.

Nenhuma maturidade para lidar. A lenha vem quebrando no lombo de quem mal aprendeu como é a reprodução celular ou se deu a expansão do Império Romano, que dirá como são vastas as possibilidades sexuais e de afeto. Vai atravessando a puberdade. E a solidão tanto incomoda quanto já é de casa. Ela fica ali do lado, de cara fechada, e se vai barganhando dias de menor ou maior peso, quando pode haver sorrisos, se considerar membro da família, e de quando se taxar de condenado,  cair no inevitável choro.

Vai-se adiando o eu livre, evitando o renascer. O esconde-esconde é bem mais sério. Começam os encontros às encobertos. A vida subterrânea. Vêm as amizades fora do eixo, não apresentáveis à família. Vêm os guetos, a vergonha própria. Vêm  momentos de negação e de xingamento aos do mesmo barco para abafar o que se é. Vêm  instantes onde bate a vontade de escancarar tudo, mas o medo, rebocado pela dependência financeira e emocional, segura as rédeas.

Começam as cobranças alheias de namoro e as satisfações. Ou se  arruma uma saída qualquer pela esquerda e a vida dupla se agrava, ou se consegue alguém para encobrir e se acha mentir a solução ideal, que  tudo vai dar certo se souber enganar direito, ou a carga quintuplica e aí é botar para fora e seja o que Deus quiser. Coragem para a última escolha é que carece. Aí cala-se para prevenir o escárnio, vive-se no silêncio, na gastura. Acostuma-se à película fumê.

E vai crescendo, a infância passando, a adolescência passando, a fase adulta aporta e o preconceito  ainda é claramente ouvido. Os alvos agora são outros pequenos, mas se é como se não fossem. “Eles não percebem que o filho tá virando boiola”, “Aquela menina tá na cara que é. Melhor cuidar logo”, “Sempre digo a meu filho: ‘Não arrume confusão. Podem te xingar do que for, não sendo de veado...’” Engole-se seco, de cara dura.

O mundo continua opressor, ignorante, achando que em alguma fase do crescimento se mete o dedo em um interruptor  e se decide o futuro da criança: gay ou hétero. Continua rejeitando ouvir os que viveram, suportaram e que, calejados, disparam: “De algum jeito, na infância, eu já sabia”. Sabia porque sempre esteve lá. Ou mais encolhido ou mais exuberante, o íntimo se mostra,  vai adiante. Cresce. Independente de surra de pai, berro de mãe, ataques na escola, de ser ter mais trejeitos ou preencher todos os requisitos do gênero, de passar anos e anos sem despertar suspeitas ou logo cedo eclodir. Porque o tal interruptor é lenda urbana.
 
Visto no: NE10

03 outubro 2013

Sempre que se fala dos desejos humanos, inevitavelmente se trafega por áreas perigosas. Esse movediço terreno conta, entre outras coisas, com os tabus sociais, sobretudo no que diz respeito à realização sexual e a busca de prazeres fora dos “convencionais”.  E quando tais vontades extrapolam a convivência monogâmica de um casal, o debate ganha estratosféricas proporções. Nesse sentido, para aqueles que são impulsionados a encontrar sua “alma gêmea”, nada é mais imperdoável do que a traição. Trair significa quebrar com o estabelecido pelo santo sacro matrimônio religioso. É romper a tênue linha da fidelidade. É desonrar o compromisso firmado desde o primeiro encontro, do primeiro beijo, da primeira noite de amor. De fato, quando se encontra alguém de que se gosta é importante manter um vínculo de lealdade, mas entre ser leal e fiel há uma quilométrica barreira, da qual poucos enxergam.
Na verdade, há algumas possíveis explicações para que isso ocorra. A primeira delas reside na idealização do amor romântico propagado em filmes, novelas e seriados de televisão. A construção midiática do casal apaixonado, que enfrenta tudo e todos para manter seu amor, quase que irreal, afronta a vista dos telespectadores, enchendo-os de esperanças. Em todas as cenas, casais enamorados trocam juras de amor eterno, se entregam loucamente a paixão e, principalmente, não traem. Isto porque, a traição colocaria a perder a estabilidade da relação conjugal e reconfiguraria o modelo padronizado de conduta esperado pela sociedade. Por essa razão, os personagens que desejam se infiltrar na impenetrável monogamia são tachados de vilões, ou seja, trair ainda é visto com antagonismo nestes contextos. Do outro lado, muitas vezes passivo, o expectador é levado a acreditar cegamente que a traição nesses moldes é algo nefasto e que o ato de realizá-la o enquadraria ao patamar de vilão.
Infelizmente, tal postura resulta de outra negativa: a de que o ser humano ignora, ou tenta manter no limbo, o seu lado mais animal. O mesmo extinto voraz de matar a fome e a sede, de defender sua cria, de marcar e demarcar território, de se sobrepor a outros grupos, de copular com mais de um membro da mesma espécie, não está limitado ao ambiente dos animais irracionais. Todos os humanos diariamente manifestam similares características quando desejam saciar suas vontades e com o sexo não é diferente. É por isso que, mesmo acompanhados, não deixamos de olhar para aquela garota de corpo escultural que passa ao nosso lado. Nem tão pouco aquele rapaz, com pinta de galã, não passa despercebido por algumas mulheres. Em ambos os casos, não há a concretização, a priori, da traição, mas a manifestação dela em pensamento que será ou não realizada. Então, porque desejamos o outro mesmo estando comprometidos? Simplesmente porque estamos vivos e, como outros seres vivos, necessitamos manter contatos mais íntimos com o outrem antes de firmar algo mais sólido.
Famintos, ou no mínimo curiosos, nos sentimos atraídos por outros quase que inconscientemente, mas somos impelidos de manifestar nossas fantasias, pois aprendemos que trair é pecado. Essa áurea pecaminosa é fruto de uma cultura religiosa a qual perpetuou o casamento monogâmico como via de regra, que deverá ser firmado na presença divina, com direito a juras eternas e, se possível com pares de aliança, vestido branco e uma inesquecível lua de mel. Se isso tudo fosse suficiente, muitos casais que se casam nesses moldes não traíram. E porque traem? Por que faltou amor? Por que o amor não era verdadeiro? Não. Se a relação não deu certo e desembocou numa possível traição, entre outras razões, foi porque o lado animalesco de uma das partes não se prendeu as simbologias pregadas pela sociedade. Nestes casos, houve a manifestação do real animal que existe dentre de nós, mas que adormecemos para fazer parte de determinadas culturas. Padrões estes que são relativizados em vários pontos do globo, pois enquanto em alguns países orientais homens podem manter relações com várias mulheres, desde que possam cuidar de todas. No ocidente, em especial no Brasil, ainda há essa discussão rasa sobre os relacionamentos conjugais.
Devido a isso, cabe pontuar também a cultura do pertencimento. Aprendemos desde cedo que a vida nos proporcionará uma alma gêmea, a outra metade da laranja, o príncipe ou princesa que sempre esperávamos. Por causa desses devaneios, ao iniciarmos uma relação, dizemos abertamente frases do tipo: “você é só meu”, “Você nasceu pra mim”, “eu não consigo viver sem você” e outras pérolas do gênero. Sem perceber, ao dizer isso, estamos criando uma teia de interdependência, a qual o desejo de possuir o outro como um objeto sobrepõe-se ao amor e outros sentimentos benfazejos que deveriam fazer parte dos verdadeiros romances. Isso acontece porque casamentos ou simples namoros são construídos na ideia egoísta de que o outro nos pertence e, por isso, deve seguir regras preestabelecidas por nós para manter a salvo a relação. Como o ser humano, entre outros animais, não nasceu para viver enjaulado, logo trata de buscar na clandestinidade da vida a liberdade necessária para viver intensamente. É, então, que surge a traição, pois ela, neste momento, representa o autêntico humano que existe dentro de nós que, por diversas razões é enclausurado.
Nessa desconstrução dos contos de fadas, no mundo real, há uma gritante diferença entre ser leal e ser fiel. A primeira palavra denota franqueza, honestidade, compromisso. Diferente da segunda, a qual significa decente, casto, justo, verdadeiro e outras designações do gênero. Só nessa breve conceituação dá para perceber a distância entre ambas. Porém, para clarificar a questão, dentro do contexto em voga, vale uma explicação mais acurada. Quando se firma uma relação com alguém se cria um compromisso com o outro, este que requer horários para encontros pré-determinados, andar de mãos dadas, sair para jantar, e outras formalidades do gênero. Logo, a deslealdade se dá quando uma das partes não cumpre com esse compromisso oficializado desde o momento em que ambos decidiram manter uma relação em comum. Entretanto, infidelidade se refere ao ato de não ser verdadeiro com o outro nem consigo mesmo. É enganar o companheiro (a) com falsas promessas de amor e companheirismo que na verdade não poderão ser cumpridas. Nesse sentido, numa relação muitas vezes confundimos tais palavras e trocamos fidelidade por lealdade e virse-versa.
Por tudo isso, se a sociedade e, porque não a humanidade, continuar com esse byronismo em busca de um romance do qual a traição leva ao divórcio e ao ultimato dos relacionamentos, então é melhor rever a forma com o encaramos esses dilemas o quanto antes. Infelizmente, querendo ou não, concreto ou não, flagrando ou não, todos inevitavelmente traem seus companheiros (as) e são traídos por estes. Seja num singelo olhar para aquele indivíduo que se mostrou mais interessante. Seja na idealização de um parceiro (a) mais atraente, inteligente..., mesmo que o indivíduo já possua um alguém em sua vida. Seja também em pensamento, porque mesmo enamorados, ou com longos anos de casamento, podemos até fingir para o outro do nosso lado que ele é a única pessoa de nossas vidas, mas ao cair da noite o desejo de estar em outros braços atormenta nossos corpos. E na hora do sexo também há traição, quando estamos ali apenas cumprindo um papel, mas com a mente vagando em outros planos. E tudo isso é possível com a presença do amor, sim, basta que se entenda a diferença entre ser leal e fiel e, ao mesmo tempo, que se compreenda a traição não apenas como algo pecaminoso, similar ao beijo de Judas em Jesus Cristo. Trair, nesta atmosfera, quer dizer estar vivo, pulsante e pronto para renovar nossas escolhas. Claro que há exceções. Porém, não podemos deixar escapar a chance de ser feliz apenas porque dizem que isso e aquilo é bom ou ruim. Viver é um exercício de libertação.
   
      A descoberta de gigantescas reservas de petróleo na camada do pré-sal atraiu a atenção do mundo para o Brasil. Ocasionando, sobretudo, uma maior visibilidade aos acontecimentos externos do país. Acontece que, com essa nova fonte de investimentos e oportunidades, crescerá ainda mais a economia brasileira.
    O “ouro negro” encontrado nas profundezas do mar vem trazendo diversas vantagens para o Brasil. Entre elas, o alto índice de riqueza. Visto que, eram criados apenas 15 bilhões de barris de petróleo e atualmente cerca de 100 bilhões passaram a ser produzidos, elevando o país ao nível de Potência Petrolífera Mundial.
   É importante ressaltar também que, devido aos grandes avanços alcançados, o país terá milhares de empregos. Os especialistas preveem que até 2020, sejam criados 500.000 oportunidades de trabalhos. Estes em diferentes áreas: engenharia de petróleo, engenharia naval, operários, técnicos, entre outros.
   No entanto, essas mudanças não estão satisfazendo o governo internacional. Atualmente, o Brasil foi vítima das espionagens americanas. Este fato se deve ao interesse dos EUA em investigar o real potencial das reservas do pré-sal e o porque a Petrobras  lidera a exploração e produção mundial do petróleo.
   Esta descoberta, sobretudo, é uma grande solução do século. Porém, é preciso cuidado nos planos brasileiros. Investir nas empresas responsáveis é excelente passo para a busca de novas riquezas. Sendo assim, a participação governamental é de fundamental importância para o Brasil.
 
                                                                                                                              Aluna:Ingrid Rebecca
Professor: Diogo Didier
                                             
É. Bem que se achou Edith homofóbica no momento em que ela sacou a palavra e a atirou na cara do marido. E foi. Bicha é palavra forjada para menosprezar. Feita sob medida para alguém se colocar vários (ou todos) degraus acima o outro e olhá-lo de cima ao pronunciá-la. Deixar claro que gay é ser menor.

“Vadia! Vadia!”

É. Félix também mandou com força. Nada mais usual para diminuir uma mulher que chamá-la de algo que a ligue à atividade sexual intensa. Quenga, rapariga, ou outra contrária a recato.

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Edith estava furiosa. Humilhada, golpeada, anos e anos na pressão. O sangue esquentou, ferveu, espumou. Estourou. Félix do mesmo jeito. E quando  a vista cega, quando o juízo ebule,  sabe-se bem, saia de baixo. Quem pode, com toda a certeza, afiançar não sair do prumo, não despejar o seguraria na tranquilidade?

Quem  garante que a suave e compreensiva Paloma vai poupar o irmão de outra metralhada de “Sua Bicha!  Bicha!” quando souber que ele lhe roubou a filha e a jogou na caçamba do lixo?

Fora de controle, as palavras voam como paralelepípedos das mãos de um manifestante agressivo. Alega-se que saem sem pensar. Falso. O dito na batalha é o pensado na paz. Pode haver arrependimento, pode se voltar atrás, pedir desculpas, choro sincero. Mas o dedo que puxou o gatilho sofreu reflexo condicionado. Aprende-se desde cedo como e com o que se pode magoar.

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Palavras dão ótimos resultados como estiletes. E quando ligadas a sexo, atingem índices altos de eficácia no xingamento. Corno, puta, veado, brocha, mulherzinha e afins guardam-se para aquele momento “quero te ferir muito, te dizer que você é inferior”.

Recebe as tais palavras quem foi treinado igual para reconhecer a ofensa, rejeitá-la e se melindrar. E revida com algo de patamar equivalente, que faça doer a mesma ou parecida dor, que traga o alento ofegante da vingança, que lhe suspenda a honra do chão.

Trata-se de guerra. Guerra é guerra e não debate. E até em debate, ninguém duvide, palavras deste naipe se encontram seguras nos gogós, enfileiradas. Desarquivadas pela mente, mas acalmadas pela diplomacia e pela finesse, que puxam as rédeas e fazem o dono do secreto arsenal parecer avesso a injúrias.

Palavras quase detonadas. Pulsando atrás de feições esculpidas e moderadas. Guardadas para desabafos mentais solitários ou para público mais íntimo, de confiança. Aí tome uma chuva de “aquele frango”, “aquela xamboqueira”, “aquele chifrudo”.

Palavras-bomba. Só à espera do dedo acionar o detonador. Um clímax como o na casa dos Khoury. Um casal 100% descontrolado, já puxando o pino das granadas, disposto cada um a mandar o da frente pelos ares.
Palavras-bomba. Só à espera do dedo acionar o detonador

Até mesmo palavras que deveriam ser menos rudes, se tornam mordida de pitbull quando ditas na hora certa para a pessoa certa. Consegue-se fácil.  “Marmiteiro não. Sou distribuidor de refeições”, respondeu um garoto, na mesma novela Amor à Vida, ao sentir o tom pejorativo sobre seu ganha-pão. Doeu. Ele quis aliviar. Piorou. Referendou o preconceito.

Qual o problema de em ser marmiteiro? Em ser veado? Em ser periguete? O problema foi criado por quem acha que pessoas que julgam menores precisam de palavras para serem feridas. O problema maior é que tanto se martelou que a semântica da depressão infectou  geral. Acreditam e praticam o opressor e o oprimido.

Gay não gosta de ser chamado de veado,  de bicha, coisas assim. Tem que ser identificado como homem. Lésbica teme levar sapatão pela cara. Tem que ser chamada de mulher. A crença: nada longe do hétero tem valor. 

Mulher gosta de ouvir que é  santa,  boa moça, que sexo para ela somente aquele bem familiar e respeitoso. Até um leve “e aí, biscate?” a insulta. Homem ama ser o garanhão, o pegador, o macho, o que exala masculinidade, o para quem todos batem palmas. Um “deixa de ser donzelo!” já tira do sério.

Para manter os privilégios conservadores-sexistas-intolerantes, o  engessamento linguístico  segue como se não houvesse amanhã, como se mudar lógicas e sentidos fosse proibido. E as palavras-bomba ficam lá para escarnecer os atrevidos a escapar.  Aguardando na prateleira. Assombrando. Qualquer movimento em falso e BUM! Uma nova vítima.

Errado modo de lidar com bombas. Temendo-as, deixando-as para lá, fazendo de conta que não pipocam em você e que se batem no outro tudo bem. É desarmando que as inutiliza. É preciso tirar delas a inhaca, o sebo, a crosta de lodo, as teias de aranha, o desfavorável e desaparelhar os artilheiros.

Desinfete-as e use veado, vadia, favelado, gordo, magrelo, tudo o que está na pilha do lixo. Recicle. Pare de achar que apenas homem tem valor. É uma palavra que define um gênero. Mulher idem. Acrescente em igual nível transhomem e transmulher. Sem problemas. Rico e pobre informam sobre a conta bancária, não sobre a alma da pessoa. Roqueiro e funkeiro, sobre o que há no pen drive, nos pôsteres do quarto e fim.

Negro foi  usado para ofender faz nem tanto tempo. Hoje é orgulho de coragem, de raça, de movimento. Ainda aparecem uns e outros embolorados no racismo (até muitos) com coisas do tipo “aquele neguinho é muito metido” ou “negro safado”. Bem menos a palavra, mais o contexto, o tom de voz. Responde-se com “Negro sim. Qual é?” Falta de inteligência, de informação, é de quem desnivela.

Ok! Palavra como baioneta, como bazuca, não se anula de uma hora para outra. Ainda vai bater, vai cortar, vai sangrar, fazer doer por dias. O significado-regra custa a ser excretado. Ok! Ela estará no coldre do outro, pronta para ser sacada, sabe-se lá até quando. Mas se a munição envelhecer, rarear,  passar de bomba a buscapé e a traque de massa, vai ser cada vez menos danosa a quem se blindou com um “Sou! É problema pra você? Para mim não”.
Visto no: NE10
 
 

  Desde o período pré-colonial, extrai-se as diversidades naturais inatas no solo brasileiro. O país é, desde outrora, rico em petróleo, e hodiernamente houve uma descoberta inusitada a respeito desse bem: a presença da riqueza na camada posterior da terrestre, em territórios aquíferos marinhos. Por gerar acelerado crescimento socioeconômico de um país -pois o petróleo tem valor a nível mundial- o pré-sal além de possuir caráter dúbio é também esgotável. 

  A importância do pré-sal leva o governo federal a repensar a respeito das regras e leis de exploração e produção de petróleo. Na atual divisão dos royalties, estabeleceu-se a divisão de lucros petrolíferos entre os estados Brasileiros.  Além disso, os protestos ocorridos no país, conseguiram uma de suas finalidades, quando a presidente Dilma Rousseff destinou, em meados de 2013, os ganhos desse meio, para a saúde e educação. Sabe-se que apesar de tal avanço, ainda existirá o desvio dessa verba, por parte dos políticos. 

  Outro fator sociopolítico é desencadeado pelo motivo de que as jazidas de petróleo estão transformando o papel do Brasil no mundo. Existe atualmente uma preocupação de outros países em meio a essa riqueza, e a maior visibilidade de outros países em relação ao Brasil. A partir disso, os Estados Unidos da América- visando manter a sua supremacia global- lançou espionagem a maior empresa de petróleo Brasileira: a Petrobrás, e posteriormente a presidente da nação. 

  Faz-se fundamental perceber ainda que apesar de ser de interesse homogêneo, a queima deste agrava o efeito estufa. Além disso, o petróleo é um recurso não renovável, e através do consumo exacerbado, tende a se esgotar. Diariamente, cerca de 170 mil barris são extraídos  para serem usados aqui ou exportados, e estima-se que o tempo de vida da riqueza no Brasil- segundo ambientalista da Petrobrás- seja de aproximadamente 50 anos.

  Em linhas gerais, é evidente a importância o pré-sal e as suas respectivas consequências. Para dizimar gradativamente vindouras marcas negativas referentes a esse meio, é imprescindível primordialmente que as diretrizes dessa riqueza sejam acompanhadas atenciosamente pela população. É importante também, que hajam mais investimentos em energias limpas no planeta do que em tecnologias para as energias fósseis, tendo em vista as problemáticas oriundas do efeito estufa.
Aluna: Gabriela Pessoa.
Professor: Diogo Didier

O filósofo e escritor francês Albert Camus disse uma vez que o único tema filosófico que valia a pena era o suicídio. Às vezes, por outras razões, me ocorre que o único tema relevante sobre os relacionamentos cabe numa única pergunta: você é capaz de amar alguém que retribua os seus sentimentos?
 
A resposta automática a essa pergunta, em quase 100% dos casos, é afirmativa. “Claro que sim”. Mas, espere um pouco. Aproveite o momento solitário em frente desta tela e considere, sem risco de ser descoberto: você já gostou de alguém a ponto de deixar algo de lado por ele ou por ela? Já se percebeu duradouramente conectado a outro ser humano, de forma que ele deixasse de ser um estranho? Já sentiu que vida de alguém o preocupava – e o atingia - quase como se fosse a sua própria vida?
Quem consegue dizer sim a isso tudo e não está numa relação imaginária – ou platônica – com a pessoa do andar de cima, parabéns. Ao contrário do que diz a lenda, esse negócio de amor não é para todo mundo.
Se houvesse um teste emocional capaz de medir nossas emoções, acredito que ele mostraria que boa parte da humanidade não consegue estabelecer relações românticas profundas e duradouras.
 
Penso no sentimento geral de que é bom estar na companhia da sua pessoa, em vez de estar com qualquer outra. Penso em passar um dia, uma semana, um mês, sem cogitar em cair fora. Imagino um período, qualquer que ele seja, sem que os sentimentos e as sensações se voltem para fora da relação, em busca de horizontes que não estão lá. Quando eu falo em amor, penso em satisfação, ainda que temporária.
Quem passa no teste? Não muitos, imagino. O que nos leva de volta ao primeiro parágrafo e à capacidade de amar, que raramente é confrontada.
Por alguma razão inexplicável, estamos acostumados a atribuir o sucesso ou fracasso dos nossos relacionamentos apenas aos outros. Ela não me quer, não corresponde meus sentimentos, não é constante. Ou talvez seja algo na atitude dele, na maneira como fala, toma sopa ou ganha a vida que fez com que eu me afastasse. Em poucas palavras, nossos sentimentos parecem depender apenas do que o outro faz ou é, não de nós.
Isso acontece desde o início.
Aos 13 ou 14 anos, quando nos apaixonamos pela primeira vez, a “causa” da paixão é o outro. Sua beleza, seu comportamento, seu sorriso. Achamos que vem tudo de fora. Nem reparamos na elaboração interna do nosso sentimento. Não perguntamos o quê, na nossa personalidade, faz o outro tão atraente. Damos de barato que aquela pessoa é responsável pelo que sentimos, embora os sentimentos emanem de nós.
Essa exteriorização prossegue pelo resto da vida.
Quando as coisas não dão certo – no casamento, no namoro, no caso – rapidamente culpamos o outro e partimos para a reposição, sem investigar nossos sentimentos. Trata-se apenas de procurar com afinco até encontrar a pessoa certa. Mas existe pessoa certa para quem não consegue transpor a barreira de si mesmo e criar uma conexão duradoura com o outro?
Temo que não.
Minha impressão é que aprender a amar é trabalho para a vida inteira. Exige abrir mão do egoísmo, que é imenso. Supõe a capacidade de se encantar com aquilo que não é apenas um reflexo de nós. É essencial, sobretudo nos homens, superar o fascínio boçal pela aparência, que em muitos casos funciona como um sinal de trânsito indicando o caminho para a pessoa errada.
Ao final, como tantas outras coisas na vida, também essa precisa de tempo e de atenção. Tempo para se conhecer e perceber suas próprias dificuldades. Atenção para não se perder em falsas questões. No frigir dos bolinhos, o problema não deve ser apenas a imperfeição do outro, que existe e é imensa. O problema talvez seja a sua, a minha, a nossa incapacidade de superá-la. De amar, apesar dela.
 
Visto na: Epoca
 
Título: Muito vale preservar do que destruir
  O decorrer do tempo e os avanços tecnológicos, concomitantemente, trouxeram alguns malefícios ao ecossistema. Este que, hoje, encontra-se em uma situação delicada. Pois, o modelo de consumo exacerbado incentivou a ganância de empresários, os quais, não se importam com o meio ambiente e sim com o acúmulo de capital. No Brasil, isto é nítido desde 1930, com o forte incentivo do fenecido Getúlio Vargas.

  Nessa perspectiva, o desmatamento e as práticas de extinção de alguns animais destroem biomas. O homem até pressupondo o que poderia vir a acontecer, permaneceu remodelando os espaços naturais. O crescimento desenfreado, dessa maneira, atuou com enorme influência no agravo de tal processo. Outro fato é a emissão de gases poluentes por meio de indústrias e automóveis.

  Todavia, algumas fontes de renda oferecem uma maior rentabilidade, pode citar-se como exemplo, o petróleo. Nesse contexto, o consumo exagerado de alimentos também é algo prejudicial. O lixo, em sua maior parcela, é descartado de forma agressiva a natureza. No Brasil, de acordo com meios midiáticos, cada residência produz em média cerca de 1kg de lixo por dia e aproximadamente 60% dos resíduos são jogados de forma incorreta.

  Segundo o filósofo Jean-Jacques Rousseau, “A natureza nunca engana; somos nós mesmos que nos enganamos”. Esta frase apenas ressalta todas as atitudes do homem, nas quais, sejam prejudiciais ao meio ambiente. Trazendo assim, consequências boas ou ruins. Entretanto, modifica-la e aceitar o fato, na qual, não ocorrerão mudanças é protelar os efeitos.

   É preciso converter esse quadro o mais rápido possível. A sociedade deve contribuir para estabelecer um consenso entre o homem e o meio em que vive. Jogar o lixo no local adequado, diminuir na compra, no uso e no descarte de alimentos seria um bom começo. Contudo, o governo pode ajudar, investindo na produção de biodiesel e na construção de objetos para abster esse desequilíbrio vigente na conjuntura social.
Aluno: Matheus Henrique
Professor: Diogo Didier
 
Não existe homem fiel. Você já pode ter ouvido isso algumas vezes, mas afirmo com propriedade. Não é desabafo. É palavra de homem que conhece muitos homens e que conhecem, por sua vez, muitos homens. Nenhum homem é fiel, mas pode estar fiel (ou porque está apaixonado (algo que não dura muito tempo - no máximo alguns meses - nem se iluda) ou porque está cercado por todos os lados (veremos adiante que não adianta cercá-lo (isso vai se voltar contra você)..A única exceção é o crente extremamente convicto. Se você quer um homem que seja fiel, procure um crente daqueles bitolados, mas aguente as outras consequências.

Não desanime. O homem é capaz de te trair e de te amar ao mesmo tempo. A traição do homem é hormonal, efêmera, para satisfazer a lascívia. Não é como a da mulher. Mulher tem que admirar para trair; ter algum envolvimento. O homem só precisa de uma banda. A mulher precisa de um motivo para trair, o homem precisa de uma mulher.

Não fique desencantada com a vida por isso. A traição tem seu lado positivo. Até digo, é um mal necessário. O cara que fica cercado, sem trair, é infeliz no casamento, seu desempenho sexual diminui (isso mesmo, o desempenho com a esposa diminui), ele fica mal da cabeça. Entenda de uma vez por todas: homens e mulheres são diferentes. Se quiser alguém que pense como você, vire lésbica (várias já fizeram isso e deu certo), ou case com um gay enrustido que precisa de uma mulher para se enquadrar no modelo social. Todo ser humano busca a felicidade, a realização. E a realização nada mais é do que a sensação de prazer (isso é química, está tudo no cérebro).

A mulher se realiza satisfazendo o desejo maternal, com a segurança de ter uma família estruturada e saudável, com um bom homem ao lado que a proteja e lhe dê carinho. O homem é mais voltado para a profissão e para a realização pessoal e a realização pessoal dele vêm de diversas formas: pode vir com o sentimento de paternidade, com uma família estruturada etc. Mas nunca vai vir se não puder ter acesso a outras fêmeas e se não puder ter relativo sucesso na profissão.

Se você cercar seu homem (tipo, mulher que é sócia do marido na empresa), o cara não dá um passo no dia-a-dia (sem ela) você vai sufocá-lo de tal forma que ele pode até não ter espaço para lhe trair, mas ou seu casamento vai durar pouco, ele vai ser gordo (vai buscar a fuga na comida) e vai ser pobre (por que não vai ter a cabeça tranquila para se desenvolver profissionalmente (vai ser um cara sem ambição e sem futuro).

Não tente mudar para seu homem ser fiel. Não adianta. Silicone, curso de dança sensual, se vestir de enfermeira etc... Nada disso vai adiantar. É lógico que quanto mais largada você for, menor a vontade do homem de ficar com você e maior as chances do divórcio. Se perfeição adiantasse, Julia Roberts não tinha casado três vezes. Até Gisele Bündchen foi largada por Di Caprio. Não é você que vai ser diferente (mas é bom não desanimar e sempre dar aquela malhadinha).

O segredo é dar espaço para o homem viajar nos seus desejos (na maioria das vezes, quando ele não está sufocado pela mulher, ele nem chega a trair, fica só nas paqueras, (troca de olhares). Finja que não sabe que ele dá umas pegadas por fora. Isso é o segredo para um bom casamento. Deixe ele se distrair, todos precisam de lazer.

Se você busca o homem perfeito, pode continuar vendo novela das seis. Eles não existem nesse conceito que você imagina. Os homens perfeitos de hoje são aqueles bem desenvolvidos profissionalmente, que traem esporadicamente (uma vez a cada dois meses, por exemplo), mas que respeitam a mulher, ou seja, não gastam o dinheiro da família com amantes, não constituem outra família, não traem muitas vezes, não mantêm relações várias vezes com a mesma mulher (para não criar vínculos) e, sobretudo, são muuuuuito discretos: não deixam a esposa e nem ninguém da sua relação, como amigas, familiares saberem.

Só, e somente só, um amigo ou outro dele deve saber, faz parte do prazer do homem contar vantagem sexual. Pegar e não falar para os amigos é pior do que não pegar. As traições do homem perfeito geralmente são numa escapolida numa boite, ou com uma garota de programa (usando camisinha e sem fazer sexo oral nela), ou mesmo com uma mulher casada de passagem por sua cidade. O homem perfeito nunca trai com mulheres solteiras. Elas são causadoras de problemas. Isso remete ao próximo tópico.

Esse tópico não é para as esposas, é só para as solteiras e amantes.

Esqueçam de uma vez por todas esse negócio de que homem não gosta de mulher fácil. Homem adora mulher fácil. Se 'der' de prima então, é o máximo. Todo homem sabe que não existe mulher santa. Se ela está se fazendo de difícil ele parte para outra. A oferta é muito maior do que a procura. O mercado está cheio de mulher gostosa. O que homem não gosta é de mulher que liga no dia seguinte. Isso não é ser fácil, é ser problemática (mulher problema). Ou, como se diz na gíria, é pepino puro. O fato de você não ligar para o homem e ele gostar de você não quer dizer que foi por você se fazer de difícil, mas sim por você não representar ameaça para ele. Ele vai ficar com tanta simpatia por você que você pode até conseguir fisgá-lo e roubá-lo da mulher. Ele vai começar a se envolver sem perceber. Vai começar a te procurar. Se ele não te procurar, era porque ele só queria aquilo mesmo. Parta para outro e deixe esse de stand by. Não vá se vingar, você só piora a situação e não lucra nada com isso. Não se sinta usada, você também fez uso do corpo dele – faz parte do jogo; guarde como um momento bom de sua vida.

90% dos homens não querem nada sério. Os 10% restantes estão momentaneamente cansados da vida de balada ou estão ficando com má fama por não estarem casados ou enamorados; por isso procuram casamento. Portanto, são máximas as chances do homem mentir em quase tudo que te fala no primeiro encontro (ele só quer te comer, sempre). Não seja idiota, aproveite o momento, finja que acredita que ele está apaixonado, dê logo para ele (e corra o risco de fisgá-lo) ou então nem saia com ele. Fazer doce só agrava a situação. Estamos em 2007 e não em 1957. Esqueça os conselhos da sua avó, os tempos são outros.

Para ser uma boa esposa e para ter um casamento pelo resto da vida faça o seguinte: Tente achar o homem perfeito, dê espaço para ele. Não o sufoque. Ele precisa de um tempo para sua satisfação. Seja uma boa esposa, mantenha-se bonita, malhe, tenha uma profissão (não seja dona-de-casa), seja independente e mantenha o clima legal em casa. Nada de sufocos, de 'conversar sobre a relação', de ficar mexendo no celular dele, de ficar apertando o cerco etc. Você pode até criar 'muros' para ele, mas crie muros invisíveis e não muito altos. Se ele perceber ou ficar sem saída, vai se sentir ameaçado e o casamento vai começar a ruir.

Se você está revoltada por este texto, aqui vai um conselho: vá tomar uma água e volte para ler com o espírito desarmado. Se revoltar com o que está escrito não vai resolver nada em sua vida. Acreditar que o que está aqui é mentira ou exagero pode ser uma boa técnica (iludir-se faz parte da vida, se você é dessas, boa sorte!). Mas tudo é a pura verdade. Seu marido/noivo/namorado te ama, tenha certeza, senão não estaria com você, mas trair é como um remédio; um lubrificante para o motor do carro. Isso é científico. O homem que você deve buscar para ser feliz é o homem perfeito. Diferente disso, ou é crente, ou gay ou tem algum trauma (e na maioria dos casos vão ser pobres). O que você procura pode ser impossível de achar, então, procure algo que você pode achar e seja feliz ao invés de passar a vida inteira procurando algo indefectível que você nunca vai encontrar. Espero ter ajudado em alguma coisa.