Sexta feira, 26 de junho de 2015. Acordei, tomei banho, dei comida pro cachorro. Nas redes sociais um burburinho. Fora aprovado o Casamento Gay em todos os Estados Americanos.
Obama lançou a #LoveWins que logo tomou conta do Twitter. Sorri. É sempre bom ver que o amor e a igualdade vencem o preconceito, principalmente na maior potencia do mundo, onde diversas famílias tradicionais passam férias.
Sai para o trabalho. Almocei. Durante o almoço li algumas matérias, algumas manifestações nas redes sociais. Mas foi quando olhei meu Facebook que meu coração parou.
Aquela rede social que diversas vezes é palco do compartilhamento em massa de frases de ódio, manifestações e compartilhamentos de vídeos que eu prefiro esquecer, agora fora invadida. Não reconhecia mais minha timeline.
Inúmeros amigos mudaram suas fotos de perfil, e a cada minuto mais e mais amigos e conhecidos mudavam suas fotos.
Não mudavam pra uma foto nova, na verdade era a mesma foto que vinham usando há meses. Mas elas eram diferentes. Todas tinham o arco-íris colorindo seus rostos.
E não eram apenas os amigos gays. Eram os héteros também. Eram desde os mais jovens até os mais velhos que eu tinha ali. Vi professor da faculdade mudar a foto do perfil e acrescentar a bandeira, símbolo da luta LGBTT. Vi irmão de amiga, amiga de amiga, vi melhor amiga trocar também.
Vi frases de amor. Vi pessoas comemorando e entendi porque elas comemoravam: a maior potencia mundial, símbolo de desenvolvimento, o país que é exemplo, o país onde elas vão passar férias e sonham em poder morar. Esse país agora não fazia distinção entre os casais. Agora todos eram iguais perante a lei.
Em tempos onde marca de perfume foi boicotada por mostrar um simples abraço entre casais do mesmo sexo, muitos brincavam “agora acabaram as férias na Disney” “quero ver ir pra Miami agora”.
Meu Facebook foi invadido também por empresas, diversas delas, que alteraram seus perfis em apoio à conquista.
Meu Facebook foi invadido por uma onda de amor e aceitação e uma tarde de sexta, que tinha tudo pra ser igual as outras, mostrou que há esperança de que a discriminação seja um dia contada nos livros de história como uma fase obscura de um passado distante.
Flavia Bortolini é estudante de direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie e estagiária no escritório HBC advogados associados em São Paulo.
Visto no: Justificando
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