BULLYING: UMA NOVA CRISE NA EDUCAÇÃO?
Muito
antes de ser identificado como um fenômeno na educação contemporânea, o assédio
escolar já comparecia às salas de aula, caminhava nos corredores e brincava nos
pátios das escolas e colégios, causando tormento e dor às famílias envolvidas. Embora
estas sofram consequências diretas, uma parte do problema é oriunda de sua
falta de controle na educação familiar. Recentemente, essa permissão tem sido
encarada como moeda de troca entre os filhos e seus genitores que andam presentes
em suas profissões, mas ausentes enquanto pais.
É verdade que a inveja ou ressentimento são alguns dos
motivos que movem os seres à prática de “bullying”
no ambiente escolar. Essa necessidade de controle ou domínio de uns indivíduos
sobre outros tem se disseminado em efeito cascata, tornando parte dos agredidos
em agressores. Em um caso recente, que ficou conhecido como Massacre do Realengo,
morreram 11 crianças após serem alvejadas dentro da sala de aula por um ex-aluno
que em seguida se matou. Ele também sofrera com o acossamento enquanto educando
e ainda que desproporcionalmente, esse fato corrobora com a ideia da
realimentação: “violência gera violência”.
Em
contrapartida, não é menos verdadeiro que as primeiras instruções do cidadão acontecem
em casa, contudo, na contemporaneidade, os responsáveis, ocupados com suas
carreiras, parecem não encontrar tempo para isso. Esse afastamento, além de
oportunizar o aprendizado com as más companhias, provoca nas crianças reações
de temperamento forte e desobediência que são alguns dos sintomas
característicos dos “bullies”. Por
vezes, essa conduta é minimizada pelos parentes que compensam a sua ausência
com a permissividade.
Nesse
sentido, não é bastante que os estudantes sejam reeducados quanto às suas
atitudes, mas, sobretudo, que seus pais encontrem tempo para reaprender a
ensiná-los. O embrião do “bullying”
deve ser tratado no berço e não na sala do diretor em determinada instituição
de ensino. Assim, a adequação entre permitir e negar é o melhor equilíbrio para
garantir a formação e educação dos verdadeiros cidadãos: dizer não é também
dizer sim.
Aluno:
Alexandre Spinelli
Prof.:
Diogo Didier
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