Más condições econômicas e abusos
sexuais são dois entre tantos fatores que contribuem para o aborto no Brasil. Por
mais clichê que pareça, essa questão deve ser repensada, pois não é só a vida
da criança que está em jogo, mas também a da mãe, que muitas vezes é julgada
por escolher o que seria melhor para si, ao invés de seguir à risca as
imposições da sociedade. O reflexo desse julgamento é possível ser observado na
quantidade de abortos clandestinos.
Em uma nação que vive com um pé no
futuro e o corpo no passado, percebe-se que parte da população ainda acredita
que o homem é o líder e a mulher deve submeter-se a ele, ao mesmo tempo em que
não aprovam sua decisão de abortar quando ela é abusada sexualmente. Muitos não
percebem que assim como o bebê foi gerado isento de amor, também o seu
desenvolvimento poderá ser. Preferem que essas mulheres deixem vir ao mundo uma
criança que foi fruto de um abuso e corre o risco de ser abandonada pela mãe.
Infelizmente, a falta de apoio e
estrutura nos hospitais faz com que as mulheres recorram a métodos abortivos
clandestinos pondo em risco a sua vida. Segundo pesquises do IBGE desde 1989 em
todo o Brasil foram feitos apenas 205 abortos legais, enquanto 1,4 milhões de
abortos ilegais são efetuados por ano. Visando sanar isso, em 2010 foi aprovado
o projeto bolsa estupro com a finalidade de reduzir o número de abortos dando
um estímulo de um salário mínimo durante 18 anos. O Estado não percebe que além
das questões financeiras existem também as psicológicas.
É importante destacar que os fatores
econômicos também são importantes para decidir se uma família terá condições de
arcar com as despesas de criar um filho. Aqueles que não têm possibilidades de
suprir suas necessidades dificilmente suprirão as de uma criança. Mesmo
sofrendo, muitas mães optam por abrir mão da gravidez a fazer com que essa
criança venha crescer em um lar onde lhe faltará conforto e uma boa
alimentação.
Portanto, abortar não é só uma questão
de querer ou não ter um filho. Espera-se as mulheres adquiram mais autonomia,
passando assim a tomar as próprias decisões observando se os fatores a sua
volta favorecem o nascimento de uma criança sem as prejudicar. Espera-se também que os serviços de saúde
pública prestem o apoio necessário a essas mães, pois assim acabariam os
abortos clandestinos e, consequentemente o número de mortalidade diminuiria.
Aluna: Juliana do Nascimento Ferreira
Professor: Diogo Didier
Que bom que tens levado tuas reflexões com seriedade e profundidade aos teus alunos...! Parabéns!
ResponderExcluirQueísmo reinando, mas o texto em si ficou maravilhoso! Parabéns!
ResponderExcluir