A laranja está
para a laranjeira assim como o cafuçu está para as ruas do Recife. Em toda
parte, nos lugares mais inadequados possíveis, a impressão que se tem é que
eles vão mesmo dominar o mundo.
O termo cafuçu
popularizado pelo público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis,
Transexuais), é usado para descrever o homem chulo, pertencente às classes
sociais mais baixas e com hábitos peculiares de sua região. Tal qual as
piriguetes, os cafuçus têm uma forma unânime de vestir e se portar diante da
sociedade. Essa categoria de rapazes é usualmente encontrada em ambientes de
esfera popularesca que integrem música e álcool, tais como praia, carrocinha de
espetinho, micaretas e shows de brega, pagode e forró. Aliás, os cafuçus são
grandes amantes da música e adoram compartilhar seu gosto musical com quem quer
que seja.
Seu principal meio de transporte é a moto, mas quando possuem um carro fazem
questão de demonstrar a potência do som do veículo. Quando a condição financeira
ainda não é suficiente para parcelar uma moto ou sonhar com um carro próprio,
são nos transportes coletivos que eles intensificam a popularização da música
brasileira. É que todo cafuçu que se preze tem um celular potente que toca mp3
para descontrair a viagem dos passageiros do ônibus e do metrô.
Na hora de se vestir os cafuçus não
são muito rigorosos com o preço e a qualidade das peças do guarda-roupa, mas
sempre priorizam a calça jeans com muitas opções de bolsos e as estampas
coloridas. Como são festeiros e adoram uma boa micareta, a peça chave do
vestuário desses rapazes acaba sendo o abadá, que é usado com as
imprescindíveis bermudas de tactel estilo surfista. Toda a produção dos meninos
ganha ainda mais estilo com o adicional do boné e da corrente de prata,
acessórios indispensáveis para o grupo.
Quando não estão trajando o abadá do
Samba Recife, os mocinhos normalmente estão circulando com a camiseta do seu
time do coração. Dizem as más línguas que as mais populares entre eles são a do
Sport e Santa Cruz, mas há quem encontre nas ruas os cafuçus interestaduais que
recorrem as camisetas do Corinthians.
Já nos pés, os rapazes valorizam um bom tênis de marca comprado em alguma
loja esportiva do shopping e parcelado em suaves prestações. Mas o sapato não
pode ser básico, aliás, nada no vestuário desses moços é. Cores vibrantes,
detalhes brilhosos, tudo que possa chamar atenção e combinar com a estampa da
bermuda de tactel.
Apesar de algumas pessoas torcerem o nariz para esse estilo de homem rústico,
os cafuçus têm boa audiência entre as piriguetes e o público LGBT. É que além
do corpo atlético (os cafuçus são sempre homens fortes e bem definidos devido
aos trabalhos braçais), reza a lenda de que eles são excelentes amantes, sempre
perfumados (com a fragrância Kaiak da Natura) e dispostos a satisfazer os seus
parceiros sem nenhum pudor. E você, já encontrou o seu cafuçu?
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