A real complexidade de uma vida “defeituosa”
Vive-se em uma sociedade cujos
modelos de integração, sejam quais forem, são incoerentes com a realidade
apresentada. Nesse contexto, diversas pessoas são eliminadas no processo
seletivo da vida em cidadania, na qual, segundo o darwinismo social, apenas os
mais fortes sobrevivem. Os considerados incapazes estão, no fim das contas na
base da pirâmide, vítimas da humilhação e do desleixo por não se adequarem ao
perfil do ser humano como mão-de-obra.
Em busca de um futuro
promissor, apesar das dificuldades, os deficientes têm demonstrado competência
suficiente para desenvolverem tarefas nos diversos campos de trabalho. No
Brasil, de acordo com estudos do Instituto de Sociologia da UnB, 3 a cada 10
portadores de qualquer tipo de deficiência conseguiram um emprego adaptado às
suas condições. Um quantitativo ínfimo, se levarmos em conta todas as
exigências do atual mercado capitalista.
Além das complicações para se
ter uma vida financeira estável, a própria população corrobora com a
inferiorização do portador. Olhares de indiferença ou pena são comuns de um
povo bitolado a estereótipos e atos preconceituosos como “ele não sabe se virar
sozinho” ou são taxados de fardo familiar.
As políticas públicas
referentes à adaptação urbana para essas pessoas especiais não tem surtido o
efeito desejado. Poucas são as rampas de acesso e, como mostram os programas
televisionados, os elevadores dos transportes públicos muitas vezes se
encontram danificados ou em péssimo estado de conservação.
Visando atender todas as
necessidades dessa parcela “invisível” da população, é preciso que haja mais
oportunidades de emprego e uma melhor estruturação das cidades. Afinal, incapaz
é quem não vê no outro a força de vontade e responsabilidade para ter sucesso
em todos os sentidos da vida.
Aluno: Bruno Nascimento
Professor: Diogo Didier
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