Arranha-céus, sinfonias perturbadoras das buzinas e
afluxo de pessoas no vai e vem das cidades. É mais um dia nas vias urbanas,
recrutando trabalhadores e cidadãos para seu centro. Em contrapartida, aos
derredores destas, se encontram as favelas, onde as pessoas são marginalizadas
e excluídas socialmente. Vivendo à sombra do gradativo crescimento urbano.
Os processos de urbanização e favelização sempre
caminharam lado a lado. Aqui no Brasil, temos a exemplo a vinda da Família Real
que embelezou e criaram pontes, ruas asfaltadas, mansões, ou seja, o país
brasileiro estava sendo moldado à portuguesa. Entretanto, par acomodação e para
os planos da Corte, muitos moradores tiveram que deixar suas casas obrigados e
indo morar em morros e guetos.
Contudo, o que era para ficar em um passado enegrecido se
reflete em nosso cotidiano. Hoje, com o crescimento massivo de grandes
indústrias e construções, falta espaço para pessoas que não conseguem
acompanhar financeiramente esta evolução, tendo que, por necessidade, migrar
para locais que constituem à margem da paisagem urbana. Afinal, como bem afirma
o sociólogo Roberto Alberguine: “os periféricos só conseguem enxergar um
horizonte de concreto e aço”, ou seja, a periferia ainda vive desolada no limbo
ao qual foi esquecida.
Vale pontuar que a urbanização, de forma ponderada, tem
efeito benéfico, proporcionando assim o desenvolvimento comercial e financeiro
das regiões metropolitanas. Porém, quando o crescimento é desenfreado, os conjuntos
habitacionais periféricos se entopem de pessoas em detrimento de tal expansão.
A mescla formada pelos arranha-céus
luxuosos e pelas casas degradadas das favelas ainda se entrelaça em nosso dia a
dia. O que se deve haver é um planejamento de construção para melhor atender às
necessidades de muitos. Bem como, legitimação igualitária dos direitos para
periféricos e urbanos. Afinal, periferia e cidade se completam.
Aluno:
Cléston Francisco
Prof°.
Diogo Didier
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