14 junho 2010

A Homossexualidade e o Drama da Violência

homossexualidade, intolerância, drama, violência, homofobia
O que para muitos parece ser perversão, na antiguidade, a história era bem diferente. Em cidades como Esparta, o ato sexual entre dois homens acontecia naturalmente, já que essa cidade tinha como principal característica o militarismo e as mulheres serviam unicamente para procriação. Nessa época, as pessoas não eram perseguidas ou discriminadas, uma vez que o termo “homossexual”, não era utilizado para caracterizar as relações entre as pessoas do mesmo sexo.

Se na antiguidade a pratica sexual entre iguais não era pecado, então o que mudou? Por que ainda é um tabu assumir publicamente as preferências sexuais? Essas e outras perguntas ecoam nos ouvidos de vários homossexuais em todo o mundo. Na tentativa de achar uma resposta, eles se refugiam em regiões e clãs onde a aceitação é maior; com medo do preconceito operante, que geralmente leva a violência.

Inicialmente, a primeira resposta para a aversão aos homossexuais está pautada única e exclusivamente na falta de conhecimento da historia da evolução humana. O homem, na pré-historia, como um ser selvagem, não fazia distinção entre macho e fêmea, copulando apenas para satisfazer suas necessidades. Com a evolução da espécie, o homem foi agregando a sua vivência valores e preceitos do que é certo e errado. Nesse sentido, a Igreja Católica contribuiu de forma contundente para a aversão contra a massa gay.

Baseado num discurso religioso, a Igreja, que também praticava atos homossexuais dentro dos templos, passa a ser contra a homossexualidade, fincando sua opinião taxativa até os dias de hoje. Não se sabe ao certo em que momento a Igreja começa a perseguir a prática homossexual, mas, acredita-se que, a reforma protestante instaurada por Martinho Lutero, foi determinante, pois Lutero escancarou os escândalos e práticas desonestas realizadas pelos Católicos. Ainda nesse sentido, com a fragmentação do protestantismo, não só os Católicos, mas também os protestantes começaram a perseguir e condenar a comunidade gay.

E assim, começou uma verdadeira caça as bruxas, na qual os homossexuais são os vilões da história. Mas o que a sociedade atual pensa dessa comunidade? A nossa sociedade é regida por regras clássicas que mantêm vivo certos protótipos de valores que tentam regulamentar o comportamento humano. Nesse aspecto, os homossexuais são incluídos no grupo dos pervertidos e/ou dos amorais e imorais. Amorais porque, segundo os preceitos sociais, fazem coisas que não condiz com a conduta de um cidadão enquadrado no modelo preestabelecido pela sociedade. E imorais, devido à manifestação publica das preferências sexuais que vão de encontro com o “tradicionalismo” que permeia a sociedade. Ambas as definições não são estanques e estão sujeitas a incorporação de adjetivos pejorativos que têm como principal intuito denegrir a imagem LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transex).

“Aqui no Brasil não existe repressão direta a pessoa que resolve declarar sua homossexualidade”. Eu ouvi essa frase numa materia da Tv e comecei a refletir: Será que não existe mesmo? Segundo pesquisa realizada pelo pesquisador Luiz Mott, do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia, ressalta que “a homofobia é uma epidemia nacional”. Lamentavelmente isso é uma verdade, pois o Brasil é considerado como um dos campeões de crimes contra a massa LGBTT em todo o mundo. O país avança nesse âmbito, graças aos homofóbicos, pessoas que se autodenominam repulsivas às práticas homossexuais.

É deprimente saber que exista discriminação contra uma pessoa que expõe sua opção sexual, mas, infelizmente, é uma realidade. Isto por que, em diversas partes do mundo estão crescendo as campanhas em prol desse grupo que, historicamente vive sobre o prisma da estigmatização. Os países desenvolvidos, em várias partes do mundo, já encaram a temática gay como algo natural e estão gradativamente adequando a sociedade para aceitar esse novo grupo que, em muitos momentos, está sendo considerado como o terceiro sexo. Mesmo assim, muito precisa ser feito, sobretudo em países em desenvolvimento como o Brasil que tem conceitos arcaicos e conservadores sobre a sexualidade.

Acredito que a mudança já começou. Tímida e singela, a presença homoafetiva já é fato em vários lares brasileiros. As pessoas estão começando a se abrir para discutir a homossexualidade por diversas ópticas, de modo que a presença de um casal se beijando, para alguns, não é algo tão perversivo assim. As pessoas também encaram a adoção como algo positivo, tanto para os homossexuais quanto para as crianças que lotam os orfanatos e creches do país. Levar um namorado (a) para casa também está se tornando corriqueiro. Os pais estão deixando o preconceito de lado, no que se refere a aceitar um filho ou filha que assumi a sua sexualidade.

Muitos são os beneficios alcançados, mas a estrada ainda é longa. Então, vamos continuar ultrapassando obstáculos até o dia em que a comunidade LGBTT seja vista, não de forma pejorativa, mas sim, como um povo que sonha, trabalha, respeita e, acima de tudo, ama a vida como qualquer outro ser humano.


3 comentários:

  1. Parabéns por abordar esta temática... acho ridículo as pessoas serem homofóbicas. Cada um tem o direito de amar quem quiser. Se for correspondido melhor... quem tem que se meter com isso além das duas pessoas? Meu namorado já sabe, se tivessemos um filho/filha gay e ele quisesse botá-lo pra fora de casa (como muitos pais fazem e muitas mães ficam caladas) quem ia embora era ele, porque marido não é parente ahaha... filho é...
    Ainda bem que ele é sensato e não um ogro ignorante machista....

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  2. Eu sou gay e tenho que levantar as mãos pro céu pela minha família ter levado "só" 1 semana pra se "acostumar" com a idéia de ter uma lésbica na família, hoje em dia (depois de 4 anos de "assumidez") me sinto confortável com minha condição (e não opção) sexual.
    Mas a vida é capciosa, eu namoro uma menina há 1 ano e enfrentamos uma barra muito grande com a família dela que pressiona muito.
    Ela nunca se assumiu, e olha que ela se entende como "gay" tem mais de 4 anos, mas nunca teve coragem de assumir, mesmo assim eles desconfiam e só de desconfiar fazem da vida dela, e consequentemente da minha, um pequeno inferno, tentando impedir que a gente se veja e tornando nosso namoro quase impossível, mas mesmo assim conseguimos nos manter juntas faz 1 ano graças a minha família que nos dá apoio e graças ao nosso amor que sempre se mostrou mais forte que nossos problemas.
    Ainda bem que assim como existem pessoas ignorantes, existem também pessoas como as da minha família e como a menina do comentário acima, que já entende e respeita desde já a condição de homossexualidade ou homoafetividade (como preferirem).

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  3. Gosto da sua postura Selise. Temos que banir de vez certos pensamentos retrógrados, a começar de dentro das nossas casas. Enquanto a você Tamirys, espero que consiga ultrapassar essa fase nebulosa que tenta atrapalhar a visibilidade do seu relacionamento, tá bom?! Quando você conseguir me avisa...Obg pelo comentário!

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