Por Lelê Teles Do Brail247
Um tinha uma mãe chamada Maria.
O outro também.
Um se chamava Jesus. O outro também.
Ambas, as Marias, viram o rosto dos carrascos de seus filhos e, neles, a máscara da morte.
Na sexta-feira, as Marias choram a perda de seus Jesus.
Ambos assassinados pelas forças de ocupação do Estado opressor.
Um, morto no morro do Gólgota, ou morro da caveira.
O outro, morreu no Morro do Alemão, o morro dos caveiras.
Os dois mortos, impiedosamente, pelas mãos do Estado.
Nos dois casos, em um palácio, o mandante lava as mãos sujas de sangue em uma cuba de prata, indiferente.
É só mais uma morte, outras virão.
A doméstica Terezinha Maria de Jesus, viverá o resto de sua vida arrastando a cruz dessa tragédia.
Não há língua nenhuma no mundo que tenha tido a ousadia de criar uma palavra para definir o estado de uma mãe que perde um filho.
A esposa que perde o marido fica viúva. O filho que perde a mãe fica órfão.
Como fica uma mãe que perde o seu filho?
Eduardo tinha dez anos, foi julgado e condenado à pena de morte em questão de segundos, pelo tribunal de fardas.
Mesmo sem um único indício de culpabilidade, o pequeno Eduardo de Jesus foi executado.
Uma criança.
Por que o policial imaginou que podia meter uma bala na cabeça de um menino de dez anos?
Por que ele era pobre?
Já estamos a condenar as crianças assim que deixam as fraldas?
Dizem que o Brasil precisa reduzir a maioridade penal até o limite, ou seja, até a maternidade.
No ventre não pode, a sociedade é contra o aborto é a favor da vida.
Palavra da salvação.
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