O tempo é uma criação humana, mediante a necessidade de
regular suas atividades e ações no meio em que se vive. Na antiguidade
clássica, criam na existência de um deus que ordenava o tempo, cujo nome era
Cronos. Hoje, os valores capitalistas, que permeiam o mundo contemporâneo,
deram espaço para um novo deus. Este, não mais controla apenas as horas, mas
rege todas as relações sociais, econômicas e interpessoais. Denominado
dinheiro.
A ideia de que tempo é dinheiro surge
justamente com o advento do capitalismo, proporcionando uma nova relação entre
o homem e o tempo. Neste vínculo, o homem passa a ser escravo, assumindo uma
postura maquinizada, a fim de produzir em horas estabelecidas. Qualquer
transgressão nesse período estipulado é motivo para repreensão. Afinal, perder
alguns minutos é perder alguns centavos. Esta descrição é bem exemplificada no
famoso filme de Charlie Chaplin, tempos modernos.
Os que mais padecem com tal regulação são os
proletários que submetessem a condições desumanas para tentar sobreviver nesse
mundo competitivo, impiedoso e selvagem. Com isso, o tempo tem sido gerador de
um caos existente nos relacionamentos humanos. Pois, as pessoas não possuem
tempo para amar, se divertir, confraternizar. Ao contrário disto, estão cada
vez mais ocupadas se potencializando para ter condições de concorrer. A
compaixão ao próximo termina no momento em que ele passa a ser um adversário no
mercado de trabalho.
A preocupação em atingir as metas impostas por
esse sistema competitivo e individualista tem prejudicado demasiadamente as
relações afetivas que a cada dia se tornam mais ríspidas e mecanizadas. Os
indivíduos vivem com pressa e não mais possuem tempo uns para os outros. Como
Chico Buarque representou um breve diálogo em sua música sinal fechado, “me
perdoe à pressa, é a alma de nossos negócios”. O ideal seria que as pessoas se
desapegassem dessa supervalorização ao materialismo. Porém, parece impossível
quando se vive em uma sociedade onde o ter vale mais que o ser. E conquistar o
ter, requer tempo.
Aluna: Amanda
Gabriele de F. Santos
Professor:
Diogo Didier
Como é prazeroso ler! E ler algo de tamanha profundidade e leveza é ainda mais prazeroso, profundo por abordar o tema com argumentos filosóficos e históricos muito bem engrenados com uma leveza, simplicidade e objetividade fantástica de abordagem.
ResponderExcluirParabéns Amanda Gabriele de F. Santos!!!! Parabéns Prof. Diogo Didier!!!!!!!!!!!!