Respeito e dignidade não se
constroem com esmolas!
A sociedade, seja ela na antiguidade ou
modernidade, sempre foi permanentemente hierarquizada. Diante de riquezas e
privilégios da elite social, também se vê deploravelmente a marginalização e
pobreza daqueles que sustentam esta pirâmide contraditória. Esta dicotomia
feroz e injusta leva-nos ao dilema de até onde os mais marginalizados, isto é,
aqueles que não possuem nem mesmo um teto, podem se tidos como cidadãos.
Mediante tal situação, também se ergue a questão de como lidar com a pobreza
extrema e a reconstituição da dignidade de cada um destes.
Enquanto regulador social, o Estado deveria
exercer a função de zelar pela paz e igualdade na sociedade. Porém, a
mendicância é o produto de uma ineficaz administração, que, aliás, quebra e
desrespeita o próprio acordo social. Este conceito, como exaurido pelo
iluminista Jacques Rousseau em sua obra “O Contrato Social”, é o principio
básico para a estruturação do Órgão Estatal, onde os indivíduos concordam em
conviver mutuamente e igualitariamente, prezando pelo respeito e a ordem.
Entretanto, isto não parece acontecer de fato, dado que os mendigos estão assim
tendo seus direitos essencias violados, gerando um empasse ainda mais profundo.
Como se não bastasse a grande contradição
jurídica da problemática, as próprias pessoas contribuem para o agravamento do
mesmo. No momento que vemos os moradores de rua como algo normal e rotineiro,
perdemos nosso próprio senso de humanidade e respeito ao próximo. Pedir
melhoras ao governo e permanecer na inércia é inválido, afinal, precisamos ser
a mudança que queremos ver no próximo, ao contrário, seremos cúmplices daqueles
que acusamos.
Ao olhar por outro prisma, também se percebe
o ciclo vicioso que a exclusão social traz para a sociedade. Estes que mendigam
hoje por pão e água, são também os potenciais sustentadores do mundo dos
narcóticos, pois, com tal forma de vida, o que espera-se é a tentativa dos
mesmos de sair da realidade, aliviando um pouco suas dores. Isto leva-nos a
perceber que realmente, um problema social acaba desencadeando vários outros. Portanto, o combate aos males da sociedade
deve ser feito com um pensamento pluralista e racional.
O sistema pode ser de fato denominado de
falho na regulação social. Porém, se temos problemas, devemos vê-los com
responsabilidade por cada um, não jogando o peso inteiro no governo. No momento
que unirmos nossas forças em prol da valorização dos indivíduos da sociedade,
poderemos então trazer dignidade para estas pessoas, afinal, o que nos faz
forte não é a força física, e sim a capacidade de sair da inércia social e
tentar mudar a realidade.
Aluno: João Vitor de Andrade Alencar
Professor: Diogo Didier
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