Acabo de chegar da manifestação que parou a cidade do Recife.
Igual a muitas capitais nacionais, a nossa também aderiu aos protestos que têm
levado multidões às ruas. Com faixas, caras pintadas e gritos reivindicativos,
o povo lotou as ruas e avenidas da cidade, mostrando que não é só no sul e no
sudeste que há pessoas politizadas e dispostas a cobrar mudanças para esse país.
Inicialmente, eu pensei que iria participar de uma verdadeira guerra. Como possuímos uma fama de sermos exaltados, confesso que estava preparado para assistir cenas tão truculentas quanto aquelas que estampam as matérias dos meios de comunicação. Entretanto, em comparação a outros Estados, o nosso deu um show nesse sentido, realizando uma manifestação pacífica e bem organizada.
Claro que alguns vândalos deram o seu ar da graça e no final do evento resolveram depredar o patrimônio público. Alguns mais ousados quebraram as vidraças da Prefeitura e tentaram saquear lojas por onde passavam. Mas o policiamento presente impediu que esses indivíduos concretizassem tais ações. Também não presenciei feridos ou pessoas gravemente machucadas (coisa que pode mudar após a mídia fazer o levantamento desse evento)
O que vi foi muitos estudantes, de vários níveis e classes sociais, famílias inteiras (de gerações diversas) e uma infinidade de grupos sociais comungando em prol de um só propósito: modificar a história desse país. Entre os manifestantes, um senhor de mais ou menos 70 anos chamou minha atenção. Durante o trajeto, ele carregava uma faixa, como muitos de nós, porém o fervor das suas palavras discursando entoava um espírito diferenciado dos demais ali presentes.
Na voz dele havia uma significação nostálgica, como se aquele indivíduo estivesse revivendo a mesma história em outro momento da vida dele. Na sua face, o prazer de ver jovens com cartazes, apitos, gritos, em grupos ou sozinhos, despertaram as sensações mais sublimes naquele senhor. E acredito que ele não foi o único. Muitas pessoas mais maduras apresentavam um entusiasmo que contagiou a todos nós, sobretudo a mim.
Entusiasmo é a palavra mais coerente para nominalizar esse momento. Estar entre uma multidão reivindicando melhorias na saúde, segurança, educação, dentre outras prioridades emergenciais do país, foi algo impagável. Senti meu corpo e mente teletransportados para a época da Ditadura Militar, ou algo mais recente no Impeachment de Collor. Entusiasmo também por saber que tudo isso foi em prol de causas nobres, as quais já pareciam sucumbir eternamente no vale do esquecimento.
Junto com os problemas do país, nós acordamos do limbo onde fomos obrigados a adormecer. E Recife não poderia ficar de fora dessa luta. A história de glória do nosso povo foi contundente para as transformações que vemos na atualidade. O leão do norte, como é conhecido, fez a sua parte, de forma ordeira, pacífica e altamente democrática. A única ressalva que faço é que nas próximas manifestações, o público mais carente se faça presente e ocupa as ruas para exigir que seus direitos sejam garantidos. Mesmo sabendo que o que impede a presença desse grupo é, muitas vezes, a falta de conhecimento social e político. Alguns, porém, precisam apenas de um pouco mais de incentivo.
Então, para você que ficou em casa, digo apenas isso: VÁ DA PRÓXIMA VEZ! Saia de casa, ganhe às ruas, proteste, grite, pinte a sua cara, faça faixas e reivindique melhorias para si e para a sociedade. Não podemos deixar passar essa energia boa das manifestações, a qual tem recarregado os ânimos de esperança desse Brasil que até pouco tempo vivia sob o prisma da desesperança. Lembre-se que a mudança só ocorrerá de fato se caminharmos juntos, numa mesma voz, cantando a mesma canção. E Recife mostrou que é capaz de fazer isso sem danos significativos para o outrem. Basta, portanto, participação e uma bela dose de destemor e ousadia.
Vem fazer a diferença e mudar esse país. A nossa hora chegou. O momento é esse. Não podemos nos calar diante de tantos problemas. Nossa presença começou a ser notada, logo, é a chance perfeita para revolucionar essa sociedade. Transgredir, sem vandalizar e subverter, sem violentar, são os ingredientes dessa linda revolução social que depois de anos conseguiu elaborar o antídoto, capaz de acordar o adormecido gigante chamado Brasil. Acordado, agora é hora dele, guiado por nós, trabalhar da única forma devida: para, por e pelo povo daqui para frente.
Inicialmente, eu pensei que iria participar de uma verdadeira guerra. Como possuímos uma fama de sermos exaltados, confesso que estava preparado para assistir cenas tão truculentas quanto aquelas que estampam as matérias dos meios de comunicação. Entretanto, em comparação a outros Estados, o nosso deu um show nesse sentido, realizando uma manifestação pacífica e bem organizada.
Claro que alguns vândalos deram o seu ar da graça e no final do evento resolveram depredar o patrimônio público. Alguns mais ousados quebraram as vidraças da Prefeitura e tentaram saquear lojas por onde passavam. Mas o policiamento presente impediu que esses indivíduos concretizassem tais ações. Também não presenciei feridos ou pessoas gravemente machucadas (coisa que pode mudar após a mídia fazer o levantamento desse evento)
O que vi foi muitos estudantes, de vários níveis e classes sociais, famílias inteiras (de gerações diversas) e uma infinidade de grupos sociais comungando em prol de um só propósito: modificar a história desse país. Entre os manifestantes, um senhor de mais ou menos 70 anos chamou minha atenção. Durante o trajeto, ele carregava uma faixa, como muitos de nós, porém o fervor das suas palavras discursando entoava um espírito diferenciado dos demais ali presentes.
Na voz dele havia uma significação nostálgica, como se aquele indivíduo estivesse revivendo a mesma história em outro momento da vida dele. Na sua face, o prazer de ver jovens com cartazes, apitos, gritos, em grupos ou sozinhos, despertaram as sensações mais sublimes naquele senhor. E acredito que ele não foi o único. Muitas pessoas mais maduras apresentavam um entusiasmo que contagiou a todos nós, sobretudo a mim.
Entusiasmo é a palavra mais coerente para nominalizar esse momento. Estar entre uma multidão reivindicando melhorias na saúde, segurança, educação, dentre outras prioridades emergenciais do país, foi algo impagável. Senti meu corpo e mente teletransportados para a época da Ditadura Militar, ou algo mais recente no Impeachment de Collor. Entusiasmo também por saber que tudo isso foi em prol de causas nobres, as quais já pareciam sucumbir eternamente no vale do esquecimento.
Junto com os problemas do país, nós acordamos do limbo onde fomos obrigados a adormecer. E Recife não poderia ficar de fora dessa luta. A história de glória do nosso povo foi contundente para as transformações que vemos na atualidade. O leão do norte, como é conhecido, fez a sua parte, de forma ordeira, pacífica e altamente democrática. A única ressalva que faço é que nas próximas manifestações, o público mais carente se faça presente e ocupa as ruas para exigir que seus direitos sejam garantidos. Mesmo sabendo que o que impede a presença desse grupo é, muitas vezes, a falta de conhecimento social e político. Alguns, porém, precisam apenas de um pouco mais de incentivo.
Então, para você que ficou em casa, digo apenas isso: VÁ DA PRÓXIMA VEZ! Saia de casa, ganhe às ruas, proteste, grite, pinte a sua cara, faça faixas e reivindique melhorias para si e para a sociedade. Não podemos deixar passar essa energia boa das manifestações, a qual tem recarregado os ânimos de esperança desse Brasil que até pouco tempo vivia sob o prisma da desesperança. Lembre-se que a mudança só ocorrerá de fato se caminharmos juntos, numa mesma voz, cantando a mesma canção. E Recife mostrou que é capaz de fazer isso sem danos significativos para o outrem. Basta, portanto, participação e uma bela dose de destemor e ousadia.
Vem fazer a diferença e mudar esse país. A nossa hora chegou. O momento é esse. Não podemos nos calar diante de tantos problemas. Nossa presença começou a ser notada, logo, é a chance perfeita para revolucionar essa sociedade. Transgredir, sem vandalizar e subverter, sem violentar, são os ingredientes dessa linda revolução social que depois de anos conseguiu elaborar o antídoto, capaz de acordar o adormecido gigante chamado Brasil. Acordado, agora é hora dele, guiado por nós, trabalhar da única forma devida: para, por e pelo povo daqui para frente.
De fato, temos que ir para as ruas, mas temos que ir politizados.
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