Incertezas...

Ando sozinho sem destino a procura de algo inconstante.
Ou quem sabe um olhar penetrante. No meio dessa multidão que vaga errante.
Eu sigo o meu caminho para um lugar distante.
Mesmo sem saber se ali em diante.
Possa ser atingido por uma avalanche.

Caminho a passos curtos.
Pois não tenho pressa.
Aonde vou, também não interessa. Não quero saber se há uma curva ou uma reta.
Também não me importo se estou na direção certa.
Essa fúria interior é a força que me governa.

Percorro cada rua como se fosse a primeira vez.
As pessoas me observam, mas com timidez.
Cumprimento-as com toda a minha sensatez
Ainda sim, sinto que a minha honradez
Me deixará quando a incerteza me encontrar pela primeira vez.

Vago pelo mundo, como um animal alado.
Sem dono, sem rumo, sem laço.
A minha vida se confunde com a
selvageria de cada espaço.
Palpitando o meu pensar que nem um compasso.
Como é intenso o meu penar, eu não sei mais o que faço.

Saiu em busca de um sentido para tudo.
Na verdade quero mesmo é sair do escuro.
Ou quem sabe pular desse muro.
Que insiste em ferir o meu peito bem no fundo.
Acho que o meu maior desejo é mudar o mundo.

Navego entre as pessoas, como os peixes que driblam as ondas do mar.
Ah, como serei feliz no dia em que alguém me notar.
Não preciso de muito apenas um piscar de olhar.
Talvez até um cumprimento um afagar.
Qualquer coisa que faça o meu peito essa mágoa afastar.

Nessa trilha incerta sigo a procurar uma canção.
Uma melodia que não fale de ilusão.
Com letra doce, leve como algodão.
Mas que encha de alegria o meu coração.
Com palavras ternas de sentimentos puros de paixão.