Entre a queda e a superação: A
arte da sobrevivência
Do aconchego dos ventres maternos aos braços
da morte inevitável, a humanidade, diariamente, é testada e manipulada pelas
vielas e caminhos que constroem a vida. Pequenos como grãos em relação ao
universo, aprendemos a utilizar nosso intelecto e habilidades como ferramentas
na luta diária pela sobrevivência. Entretanto, os capítulos que descrevem nossa
história, leva-nos ao mistério de até que ponto viver pode se tornar um tipo de
tesouro de carácter penoso e seletivo.
Feroz, sombrio e imaleável: Esta é a face que
o cotidiano mostra-nos ser. De fato, o perigo e o medo de sofrer assombram-nos
constantemente diante dos desafios que passamos. Enquanto o sofrimento, um dos
males inevitáveis da sobrevivência, testa-nos diariamente, o mesmo por outro
lado, lapida-nos. Como explanou Nietzsche em sua filosofia, sofrer é um
combustível essencial na busca pelo carácter áureo. Afinal, é natural não
queremos mudar e melhorar-nos quando estamos em uma boa situação, mas a
dificuldade ergue-se como um impulso para sairmos da entediante zona de
conforto pessoal e buscar o destaque na sociedade em si.
Enquanto maneiras de administrar a vida em
conjunto, também se criaram sistemas econômicos para mover a sociedade e
energizar as civilizações. Porém, aquilo que deveria trazer progresso, também
mostra sua face oculta. Como um veneno, o dinheiro e o culto ao valor monetário
repartiu o âmbito social, hierarquizando-o, além de tornar a vida daqueles que
o sustenta em um verdadeiro desafio. Na busca por modernizar nossas vidas e aliviar
o peso da luta diária pela sobrevivência, acabamos tornando esta mesma batalha
cotidiana, em um desafio ainda maior. Trazendo boa parte dos indivíduos a uma
dicotomia injusta, a qual se caracteriza por exaltar uma minoria e esquecer-se
das massas em si.
Além de tudo isto, o preconceito e a
indiferença criados por nós mesmos, trouxeram dor e gritos ao homem, que
desuniu-nos e cegou-nos com uma ânsia de poder maléfica, a qual resultou na
flagelação de povos e a destruição de culturas. Esta demonstração de ódio
gratuito levou muitos a enfrentar uma vida duplicadamente pesada, onde a
esperança, único bem ainda acesso em alguns, não enche barrigas nem sacia o
clamor sufocante de justiça por parte de tais indivíduos.
Na luta contra as dificuldades diárias,
acabamos por criar um ambiente ainda mais inóspito. Isto mostra-nos que o
egoísmo e a ganância são males perigosos, e devem ser extirpados de nosso meio.
Por outro lado, a união em prol da vida e da sobrevivência é uma arma poderosa
mediante as batalhas que são travadas derradeiramente. Pois, ao unirmos o senso
de comunidade e sociabilidade, poderemos enfim, tornar realidade as palavras de
Gandhi: “Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o
desejo de vencer.”
Aluno: João Vitor de Andrade Alencar
Professor: Diogo Didier
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