15 julho 2013

Protestar ou vandalizar: onde começa um e termina o outro?


Entre vândalos e protestantes: Dois caminhos para um mesmo fim necessário?

   O Estado e a Sociedade são verdadeiramente forças que tendem a se chocar. Isto, pois de certa maneira, ao almejar por um poder controlador intenso, o Órgão Estatal acaba por ir de encontro às consciências e vozes das massas. Criando assim, uma dualidade entre os planos governamentais e aquilo que é almejado pelos cidadãos. Entre gritos por mudanças e mobilizações de cunho até nacional, levanta-se o dilema de até onde as várias linhas de protesto podem focar em um mesmo objetivo, sujeitando-se ao desafio do respeito mútuo.

   Obviamente, uma nação é composta por várias faces e procedências. Desta maneira, é normal compreender que em levantes populares extremos, estas várias camadas vão unir-se com um mesmo objetivo em foco. Porém, a falta de esperanças em mudanças sociais, ou até mesmo o sentimento de desengano com o maquinário estatal, leva a muitos utilizarem dos atos de vandalismo como forma de mostrar o quão grave encontra-se tal situação, demonstrando que este comportamento é fruto de um sistema ineficaz e revoltante, além de corrupto.

   Dependendo da realidade de determinado país, a depredação acaba por ser um método bastante persuasivo. Afinal, quanto mais humilhada é uma população por parte de seus representantes, a intensidade de sua ira será proporcional ao próprio descaso estatal. Fazendo revelar-se tal ação como verdadeiro produto de uma realidade criada por aqueles que são o explícito motivo da instigação das massas. O animal maltratado acaba por se voltar contra o dono maléfico.

   Por outro lado, aqueles que preferem uma linha de reivindicação mais pacífica, acabam por marginalizar os mais radicais, até mesmo retirando-os o título de protestante. Mas, na verdade, o que se aparenta é que o Governo vira-se às vozes populares somente quando é lesado de forma bruta. A própria mídia acaba por dar mais atenção quando a violência espalha-se, levando-nos a pensar e compreender que se os meios midiáticos e o Estado assim agem, é justo chamar-lhes a atenção da forma que querem, pois parece ser o jeito mais efetivo.

   Do sentimento nas ruas às faces diferentes de protesto, é necessário, antes de mais nada, um senso de unidade entre os indivíduos. No momento que se possui a consciência de que os governantes devem ser instrumentos subordinados ao povo, e não o contrário, a união e o respeito devem ser as maiores armas em busca de uma sociedade mais justa igualitária. Revelando um senso de justiça e compromisso que devem ser ensinados aos menores e estimulados nos adultos, assim, tornando a consciência política um traço cultural permanente.

Autor: João Vitor de Andrade Alencar
Professor: Diogo Didier

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