Entre vândalos e protestantes:
Dois caminhos para um mesmo fim necessário?
O Estado e a Sociedade são verdadeiramente
forças que tendem a se chocar. Isto, pois de certa maneira, ao almejar por um
poder controlador intenso, o Órgão Estatal acaba por ir de encontro às
consciências e vozes das massas. Criando assim, uma dualidade entre os planos
governamentais e aquilo que é almejado pelos cidadãos. Entre gritos por
mudanças e mobilizações de cunho até nacional, levanta-se o dilema de até onde
as várias linhas de protesto podem focar em um mesmo objetivo, sujeitando-se ao
desafio do respeito mútuo.
Obviamente, uma nação é composta por várias
faces e procedências. Desta maneira, é normal compreender que em levantes
populares extremos, estas várias camadas vão unir-se com um mesmo objetivo em
foco. Porém, a falta de esperanças em mudanças sociais, ou até mesmo o
sentimento de desengano com o maquinário estatal, leva a muitos utilizarem dos
atos de vandalismo como forma de mostrar o quão grave encontra-se tal situação,
demonstrando que este comportamento é fruto de um sistema ineficaz e
revoltante, além de corrupto.
Dependendo da realidade de determinado país,
a depredação acaba por ser um método bastante persuasivo. Afinal, quanto mais
humilhada é uma população por parte de seus representantes, a intensidade de
sua ira será proporcional ao próprio descaso estatal. Fazendo revelar-se tal ação
como verdadeiro produto de uma realidade criada por aqueles que são o explícito
motivo da instigação das massas. O animal maltratado acaba por se voltar contra
o dono maléfico.
Por outro lado, aqueles que preferem uma
linha de reivindicação mais pacífica, acabam por marginalizar os mais radicais,
até mesmo retirando-os o título de protestante. Mas, na verdade, o que se
aparenta é que o Governo vira-se às vozes populares somente quando é lesado de
forma bruta. A própria mídia acaba por dar mais atenção quando a violência
espalha-se, levando-nos a pensar e compreender que se os meios midiáticos e o
Estado assim agem, é justo chamar-lhes a atenção da forma que querem, pois
parece ser o jeito mais efetivo.
Do sentimento nas ruas às faces diferentes
de protesto, é necessário, antes de mais nada, um senso de unidade entre os
indivíduos. No momento que se possui a consciência de que os governantes devem
ser instrumentos subordinados ao povo, e não o contrário, a união e o respeito
devem ser as maiores armas em busca de uma sociedade mais justa igualitária.
Revelando um senso de justiça e compromisso que devem ser ensinados aos menores
e estimulados nos adultos, assim, tornando a consciência política um traço
cultural permanente.
Autor: João Vitor de Andrade Alencar
Professor: Diogo Didier
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