21 junho 2013

No país das necessidades, o que deve ser prioritário?



A partir dos anos 60, o futebol foi tachado por muitos intelectuais de ser utilizado pelo Estado para o domínio das massas. Essa crítica se tornou evidente durante o período da ditadura militar. Como se sabe, essa alienação infelizmente perdura até os dias de hoje, pois a força como que o futebol distrai as massas é explícito no fanatismo por parte da população como o seu patriotismo exacerbado.

Assim como “a bola na trave não altera o placar”, sediar a copa das confederações não vai alterar em nada a situação em que se encontra o Brasil. Ao fim dos jogos, as desigualdades permanecerão as mesmas, o preconceito velado ainda subsistirá. Isto porque, vivemos em um país onde as disparidades são evidentes. Enquanto os jogadores estarão no conforto dos seus lares ganhando rios de dinheiro, uma parcela da população estará trabalhando durante 8 horas ou mais para garantir ao menos um salário mínimo.

É importante destacar que o futebol tem seu lado benéfico, como qualquer outra prática esportiva, ele vem ajudando os jovens a se distanciarem das drogas e da criminalidade. Além das melhorias que vem sendo feitas nas estradas e nos terminais integrados. No entanto, essas mudanças não estão sento feitas para o bem da população que reside nas cidades que sediarão a copa, mas para mostrar aos turistas que o país é a bola da vez.

Em um país onde as necessidades básicas não são supridas, é contraditório pensar nos gastos com a copa. Visto que foram investidos aproximadamente 27 milhões de reais em benefício do evento. E infelizmente, uma parte da população está tão alienada chegando ao ponto de não perceber que este dinheiro poderia ser revertido para melhorias na sociedade, assim seria possível alcançar um bom nível educacional e boa estrutura na área de saúde.


Sendo assim, fica claro que levantar a taça não trará benefícios a população. O que precisamos é de investimento em educação de qualidade, saúde e segurança. Benefícios estes que são deixados para último plano, quando o verdadeiro desafio não é ser bom apenas no futebol, mas também em outras áreas. Como diz a música de Wilson Simonal: “Nesses noventa minutos de emoção e alegria, esqueço a casa e o trabalho. A vida fica lá fora, a fome fica lá fora e tudo fica lá fora”. Infelizmente esse é o reflexo da influência futebolística no país.

Aluna: Juliana Nascimento
Professor: Diogo Didier

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