A
partir dos anos 60, o futebol foi tachado por muitos intelectuais de ser
utilizado pelo Estado para o domínio das massas. Essa crítica se tornou
evidente durante o período da ditadura militar. Como se sabe, essa alienação
infelizmente perdura até os dias de hoje, pois a força como que o futebol
distrai as massas é explícito no fanatismo por parte da população como o seu
patriotismo exacerbado.
Assim
como “a bola na trave não altera o placar”, sediar a copa das confederações não
vai alterar em nada a situação em que se encontra o Brasil. Ao fim dos jogos,
as desigualdades permanecerão as mesmas, o preconceito velado ainda subsistirá.
Isto porque, vivemos em um país onde as disparidades são evidentes. Enquanto os
jogadores estarão no conforto dos seus lares ganhando rios de dinheiro, uma
parcela da população estará trabalhando durante 8 horas ou mais para garantir
ao menos um salário mínimo.
É
importante destacar que o futebol tem seu lado benéfico, como qualquer outra
prática esportiva, ele vem ajudando os jovens a se distanciarem das drogas e da
criminalidade. Além das melhorias que vem sendo feitas nas estradas e nos
terminais integrados. No entanto, essas mudanças não estão sento feitas para o
bem da população que reside nas cidades que sediarão a copa, mas para mostrar
aos turistas que o país é a bola da vez.
Em
um país onde as necessidades básicas não são supridas, é contraditório pensar
nos gastos com a copa. Visto que foram investidos aproximadamente 27 milhões de
reais em benefício do evento. E infelizmente, uma parte da população está tão
alienada chegando ao ponto de não perceber que este dinheiro poderia ser
revertido para melhorias na sociedade, assim seria possível alcançar um bom
nível educacional e boa estrutura na área de saúde.
Sendo
assim, fica claro que levantar a taça não trará benefícios a população. O que
precisamos é de investimento em educação de qualidade, saúde e segurança.
Benefícios estes que são deixados para último plano, quando o verdadeiro
desafio não é ser bom apenas no futebol, mas também em outras áreas. Como diz a
música de Wilson Simonal: “Nesses noventa minutos de emoção e alegria, esqueço
a casa e o trabalho. A vida fica lá fora, a fome fica lá fora e tudo fica lá
fora”. Infelizmente esse é o reflexo da influência futebolística no país.
Aluna: Juliana Nascimento
Professor: Diogo Didier
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