A onda agora é está “conectado”. Quem não ouviu
essa frase é porque, realmente está desconectado da realidade. Isto porque, com
o “boom” da tecnologia, a qual através da internet tem encurtado distâncias,
muitas pessoas têm a oportunidade de interagir com diversas outras em qualquer
lugar do mundo de forma simultânea. O fenômeno das redes sociais é, nesse
sentido, o auge de todo esse avanço que as redes trouxeram para a sociedade. O
leque de opções é tão grande que o individuo pode escolher entre o Orkut, Twitter
ou a mais nova febre do momento, o Facebook.
Propiciando a criação de perfis dos quais os
membros podem expor seus gostos pessoais, dados profissionais e até determinar
que pode ou não fazer parte do grupo particular de amigos, essas mídias tem
significado uma revolução na vida de todos os que aderem a essa nova mania
virtual. O problema, porém, reside na inversão de valores que essa febre
midiática tem disseminado. Antes relacionamentos entre amigos, namorados,
parentes tinha como base interacional o toque, desde o aperto de mão, o abraço
ou o tão intenso e afetuoso beijo. Hoje, no entanto, o contato se resume ao
teclado do computador, a representação corporal na “Web Cam” e, é claro, às
redes sociais.
O homem moderno parece ter a necessidade de estar
incluído, inserido num mundo onde a tecnologia é a mola propulsora da vida,
guiando as relações interpessoais numa rapidez tamanha, inferior apenas aquela
que corre por dentro dos cabos de fibras ópticas. Tal fato tem desconstruído
inúmeros comportamentos interacionais, dentre eles a amizade. Ser amigo hoje
não é mais sinônimo de contar segredos, confidenciar amarguras, tristezas e/ou
alegrias. Também não há mais aquela aura nostálgica da camaradagem, da qual
sentimentos puros como confiança, ternura e companheirismo faziam parte dos
calorosos encontros entre as pessoas.
Atualmente isso se resumiu a ser “seguidor”. A
palavra compartilhar continua sendo utilizada, mas o seu significado usual
perdeu a verdadeira essência. Ela hoje quer dizer postar, sejam fotos, frases,
comentários, muitas vezes irrelevantes, dentro das redes sociais. O mais
preocupante é a velocidade em que tudo isso acontece, pois enquanto no mundo
real uma relação entre amigos sedimenta-se com o passar dos anos, na internet
ela acontece numa fração de segundos, ou até o clicar de uma tecla.
As relações amorosas como paqueras, namoros,
casamentos, também não são mais as mesmas. Se no passado o ar galante que
envolvia a conquista entre as pessoas, desde um olhar, um bom ramalhete de
flor, um jantar a dois, um encontro casual numa sala de cinema faziam parte da
atmosfera romântica dos casais. No presente, porém, tudo isso tem se perdido.
Não há mais jogo de conquista. As pessoas não querem mais “perder” tempo com
estas sutilezas, já que na internet existe até rede social para quem precisa arranjar
um companheiro.
Tanta “facilidade” tem criado um modelo moderno de
relacionamento, onde em alguns casos, pessoas se envolvem emocionalmente com
outras, que estão a centenas de milhares de quilômetros de distância. Nesse
mundo de relações cibernéticas, nem o sexo conseguiu escapar. Sites, dos mais
variados possíveis, garantem o prazer do internauta das formas mais intensas e
diversificadas. Vídeos online com profissionais fazendo “Stripe Tease”,
masturbando-se ou fazendo o sexo propriamente dito são propostas convidativas
aos mais lascivos.
Disso tudo, o mais perigoso são os problemas que
vêm imbricados com a velocidade da aceitação do público com esse mundo virtual.
Entre eles o bullying é o mais famoso, do qual pessoas se aproveitam do poder
midiático dessas redes para propagar discursos de intolerância e violência,
desrespeitando, geralmente as minorias. O aliciamento de menores também é uma
constante nesse ambiente, onde cada vez mais pessoas são ludibriadas por
promessas de carreira, sucesso e fama e acabam caindo na armadilha do tráfico
de seres humanos, este que tem levado muitos, principalmente jovens, para o
caminho da prostituição e da morte. Por falar em juventude, eles são os
principais consumidores das mídias existentes e acabam se tornando as maiores
vítimas, devido ao grau de vulnerabilidade que os cercam.
É notório, portanto, que a influência desmedida das
redes sociais tem causado profundos danos no comportamento de toda a sociedade.
As pessoas estão paulatinamente perdendo o desejo pelo contato corporal e
verticalmente estão imergindo nesse mundo mágico, prático e rápido que é a
internet. Para muitos, isso é reflexo da globalização que tem impelido uma nova
forma de relacionamento. Ou talvez uma necessidade cabal de estar incluído, num
mundo onde há uma profunda precisão entre as pessoas em fazer parte de alguma
coisa. Pode ser ainda uma ilha virtual, onde as pessoas mais introspectivas
ganham vida e aquelas carismáticas ampliam a sua gama de amigo. Independente do
que seja, o importante mesmo é que haja uma apurada análise desse fenômeno para
que no futuro as nossas relações não se resumam a meros cliques.
as coisas mudaram muito, e acredito que as relações afetivas acabaram ficando mais fracas, pois no mundo virtual não se consegue fazer pequenos gestes como um olhar de amor ou coisas do gênero
ResponderExcluirEu não gosto e não tenho redes sociais, infelizmente não vejo graça nisso, embora sei que é a febre do momento...
ResponderExcluirAbraços
Foi através de uma amizade virtual que perdurou 3 anos que enraizei vinculo com minha atual esposa, viajei quase 2000 quilometros para buscá-la e valeu a pena !!!
ResponderExcluir:::FER:::
Diogo:
ResponderExcluirPara variar maravilhosa a postagem hein..rs. Comentei sobre este tema há pouco tempo no Lua (Aceitar ou não aceitar). Lindo Natal e um 2012 cheio de coisas boas e reais...rs.
Abraços.