19 abril 2011

Homofobia causa 260 mortes só em 2010




Por Jessica Melo
jehmelo0@gmail.com

A homofobia - medo, aversão a homossexuais - pode ser manifestada de várias maneiras, desde piadas e violências verbais até agressões físicas e assassinatos. De acordo com relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), um homossexual é morto no Brasil a cada um dia e meio. Em 2010, 260 gays, lésbicas ou transexuais foram mortos, vítimas de homofobia. A Bahia é quem lidera, são 29 casos. Das 260 mortes no Brasil, 140 foram registradas em cidades do interior. Em Santa Catarina foram 4 ocorrências.

A homofobia ocorre em todos os meios de convívio, seja na família, na escola, no trabalho ou na Universidade. “Acredito que ignoravam o fato de eu ser bissexual por eu estar com um homem, mas quando a situação se tornou explícita, surgiu a aversão e o medo. Por dias, me submeti a conversar e explicar tudo da forma que conseguia para acalmá-los, mas como o pensamento deles era de eu estar psicologicamente afetada ou mesmo com uma doença mental, passei por momentos constrangedores e tristes”, conta um estudante de Letras da UFSC.

De acordo com a coordenadora pedagógica do Colégio Educandário Imaculada Conceição a homofobia não é coibida de maneira específica, mas é tratada como qualquer tipo de preconceito. “A melhor forma de resolver não é nem com os alunos, mas com a família toda. Os pais tem um grande controle sobre os estudantes, com exceção dos alunos de Ensino Médio”, afirma Maria Catharina Hermans.

Em Florianópolis a Associação em Defesa dos Direitos Homossexuais (ADEDH) presta ajuda jurídica, social e assistêncial a respeito de DSTs. A orientação psicológica é vinculada ao grupo Margens, do Departamento de Psciologia da UFSC. Para a coordenadora do grupo, Kelly Vieira, hoje se dá mais destaque em relação ao tema. “Pelo menos está sendo falado, exposto na mídia.”

Na UFSC, o Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (Nigs), do Laboratório de Antropologia Social, promove projetos para a conscientização a respeito do tema e combate à homofobia. Coordenado pela professora Miriam Grossi, o “Papo Sério” realiza oficinas nas escolas públicas da capital e já teve edições em 2007, 2009 e 2010. Cada colégio participa de 4 a 5 edições, com turmas e temas distintos. Neste ano, ele será iniciado no dia 20 de abril, com uma oficina sobre homofobia na escola Ildefonso Linhares. “Fazemos atividades de extensão, mas temos atividades na UFSC também. O NIGS não apenas sai da Universidade, há um duplo movimento. É uma porta que se abre para a comunidade discutir as temáticas de gênero e sexualidade”, comenta Felipe Bruno Martins, doutorando do Núcleo. O Núcleo também lançou um concurso de cartazes sobre transfobia, lesbofobia e homofobia para alunos da rede pública de Florianópolis. As incrições para a terceira edição podem ser feitas até o dia 6 de maio.

No dia 25 de março, um estudante de Design foi espancado dentro da UFSC por 5 homens ao sair de uma festa. Segundo Fabio Hermogenes, amigo da vítima - que não quis ser identificada - o motivo foi homofobia.

Um comentário:

  1. Olá!!!
    Vi agora seu comentario e vim correndo te dar um abraço menino abençoado de Deus! Fico muito feliz em saber que estás bem, graças a Deus por isso!

    Quanto ao seu texto meu amigo, eu só digo uma coisa, que estou muito triste com a violencia que a cada dia aumenta mais em vez de diminuir... Toda hora se vê nos noticiários agressões e mortes contra homossexuais e etc... O pior é que não consigo visualizar uma melhora, ou de ver meu sonho realizado, que é viver em um mundo onde os direitos seriam iguais, onde não existisse nenhum tipo de descriminação...

    Meu anjo, carinhos mil pra ti, viu?
    Beijos

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