Essa pergunta me veio a cabeça ontem quando vi um vídeo absurdo de um pai que disse que resolveria a homossexualidade do seu filho a base de surra. Isso mesmo, ele está usando a força física para mudar a sexualidade do filho, pode? O que mais me surpreende nesse pai é que ele é membro da Comissão dos Direitos Humanos, muito controverso não? Pois bem, no final desse texto eu coloco o vídeo no qual este monstro que se diz pai, expõe o seu ponto de vista violento sobre a homossexualidade do seu filho. Enquanto isso, quero chamar a atenção dos meus leitores/seguidores, para a pergunta que compõe esse post. Será mesmo que a homossexualidade, ou os primeiros sinais dela na adolescência, pode ser revertida através de métodos arcaicos de violência, como o que foi relatado acima?
Há uns anos, a revista VEJA publicou uma matéria a respeito dessa temática, na qual relatava sobre um encontro na Universidade de Coimbra, onde um especialista enfatizava que se o indivíduo quisesse, ele poderia deixar de ser homossexual. Na época, quando eu li esse matéria tive uma crise de riso, pois já tinha a plena convicção de que não é tão simples assim mudar todo um sistema biopsicológco da noite para o dia. Hoje, depois de muitos anos, a minha opinião está ainda mais fermentada, pois acredito que a possibilidade de um gay deixar de sê-lo é remota. Para ratificar essa informação, conversei com um amigo da área de saúde que me disse que a probabilidade de um individuo mudar a sua sexualidade inexiste. Nas palavras dele, a pessoa, por diversos fatores, pode inibir/mascarar/ocultar o seu desejo pelo individuo do mesmo sexo, mas a atração sexual continuará existindo, adormecida dentro dele.
Se fomos analisar a explicação dada pelo meu amigo, perceberemos que ela faz muito sentido, pois não estamos lidando com fantoches, nem tão pouco com animais de laboratório que são manipulados de acordo com a vontade alheia. Estamos falando de seres humanos que sentem vontades, têm escolhas, desejos, fantasias, opiniões e que, sobretudo, pensam. Se o homem é um ser pensante, logo ele deveria entender que a sexualidade do outro não pode ser revertida baseado apenas em concepções tacanhas de certo e errado. Isto porque, são nesses dois pilares que a homossexualidade é vista, como algo transgressor, aberrador que vai de encontro com o modelo procriativo da nossa sociedade.
Educar um jovem nessa perspectiva é um crime a integridade física-psicológica dele. A adolescência, época conturbada na transição para a vida adulta, deve ser guiada pelos pais com cautela e muito respeito. Cautela por que, temos que observar, acompanhar e orientar esses jovens para caminhos seguros, educando-os para a vida, sem interferir diretamente nas suas escolhas ou decisões. O papel dos pais é de um professor sendo que com mais intimidade. E respeito porque, nem sempre os filhos realizam as vontades dos pais, pois muitas vezes estes esquecem que a graça da juventude é ser arbitrária e fora dos padrões estabelecidos pelos cânones familiares. Cabe aos pais entenderem e aceitarem o que os filhos decidiram para a vida deles, com tolerância e respeito.
Partindo desse principio, a atitude violenta narrada no parágrafo introdutório é inconcebível. A sexualidade não é uma massa de modelar na qual batemos e construimos uma forma nova. Ela é evolutiva, e vai se desenvolvendo com a evolução do indivíduo dentro da sociedade. É evidente que há uma propensão genética para isso, coisa que já está sendo pesquisada por vários especialistas, mas na minha visão já é um fato. Acredito que exista uma pré-disposição para que uma pessoa seja homossexual e que ela se manifeste nas relações interacionais. Mesmo assim, ainda não tem uma teoria que afirme o surgimento da homossexualidade, nem tão pouco o fim dela. Freud, grande nome dos estudos psicanalíticos, dizia que o ser humano era composto por três bases sexuais: a bissexualidade, a heterossexualidade e a homossexualidade. O que falta em determinadas pesquisas que tentam "reintegrar" o homossexual num plano heteronormativo é estudar um pouco mais a fundo as contribuições freudianas sobre a sexualidade.
Teorias a parte, o que não pode ser permitido é que a sociedade ache normal um pai ou mãe, tentar mudar a sexualidade do filho a base de porrada e ponta-pés. Não serão com atos violentos dessa natureza que educaremos nossa juventude. O que precisa ser feito é uma reeducação sexual, não aquela que fala apenas das IST - Infecções Sexualmente Transmissíveis, de extrema importância para os primeiros passos da vida sexual da juventude, mas também uma educação LGBTT, na qual os pais falariam abertamente com os seus filhos sobre a pluralidade sexual existente na sociedade e que ele é livre para viver a sua sexualidade da forma que ele achar melhor. Falta esse entendimento sobre a diversidade sexual na nossa sociedade. Uma liberdade assistida pelos pais, mas não oprimida, pois não é de forma opressiva que transformaremos os jovens, como se fossem marionetes.
Há uns anos, a revista VEJA publicou uma matéria a respeito dessa temática, na qual relatava sobre um encontro na Universidade de Coimbra, onde um especialista enfatizava que se o indivíduo quisesse, ele poderia deixar de ser homossexual. Na época, quando eu li esse matéria tive uma crise de riso, pois já tinha a plena convicção de que não é tão simples assim mudar todo um sistema biopsicológco da noite para o dia. Hoje, depois de muitos anos, a minha opinião está ainda mais fermentada, pois acredito que a possibilidade de um gay deixar de sê-lo é remota. Para ratificar essa informação, conversei com um amigo da área de saúde que me disse que a probabilidade de um individuo mudar a sua sexualidade inexiste. Nas palavras dele, a pessoa, por diversos fatores, pode inibir/mascarar/ocultar o seu desejo pelo individuo do mesmo sexo, mas a atração sexual continuará existindo, adormecida dentro dele.
Se fomos analisar a explicação dada pelo meu amigo, perceberemos que ela faz muito sentido, pois não estamos lidando com fantoches, nem tão pouco com animais de laboratório que são manipulados de acordo com a vontade alheia. Estamos falando de seres humanos que sentem vontades, têm escolhas, desejos, fantasias, opiniões e que, sobretudo, pensam. Se o homem é um ser pensante, logo ele deveria entender que a sexualidade do outro não pode ser revertida baseado apenas em concepções tacanhas de certo e errado. Isto porque, são nesses dois pilares que a homossexualidade é vista, como algo transgressor, aberrador que vai de encontro com o modelo procriativo da nossa sociedade.
Educar um jovem nessa perspectiva é um crime a integridade física-psicológica dele. A adolescência, época conturbada na transição para a vida adulta, deve ser guiada pelos pais com cautela e muito respeito. Cautela por que, temos que observar, acompanhar e orientar esses jovens para caminhos seguros, educando-os para a vida, sem interferir diretamente nas suas escolhas ou decisões. O papel dos pais é de um professor sendo que com mais intimidade. E respeito porque, nem sempre os filhos realizam as vontades dos pais, pois muitas vezes estes esquecem que a graça da juventude é ser arbitrária e fora dos padrões estabelecidos pelos cânones familiares. Cabe aos pais entenderem e aceitarem o que os filhos decidiram para a vida deles, com tolerância e respeito.
Partindo desse principio, a atitude violenta narrada no parágrafo introdutório é inconcebível. A sexualidade não é uma massa de modelar na qual batemos e construimos uma forma nova. Ela é evolutiva, e vai se desenvolvendo com a evolução do indivíduo dentro da sociedade. É evidente que há uma propensão genética para isso, coisa que já está sendo pesquisada por vários especialistas, mas na minha visão já é um fato. Acredito que exista uma pré-disposição para que uma pessoa seja homossexual e que ela se manifeste nas relações interacionais. Mesmo assim, ainda não tem uma teoria que afirme o surgimento da homossexualidade, nem tão pouco o fim dela. Freud, grande nome dos estudos psicanalíticos, dizia que o ser humano era composto por três bases sexuais: a bissexualidade, a heterossexualidade e a homossexualidade. O que falta em determinadas pesquisas que tentam "reintegrar" o homossexual num plano heteronormativo é estudar um pouco mais a fundo as contribuições freudianas sobre a sexualidade.
Teorias a parte, o que não pode ser permitido é que a sociedade ache normal um pai ou mãe, tentar mudar a sexualidade do filho a base de porrada e ponta-pés. Não serão com atos violentos dessa natureza que educaremos nossa juventude. O que precisa ser feito é uma reeducação sexual, não aquela que fala apenas das IST - Infecções Sexualmente Transmissíveis, de extrema importância para os primeiros passos da vida sexual da juventude, mas também uma educação LGBTT, na qual os pais falariam abertamente com os seus filhos sobre a pluralidade sexual existente na sociedade e que ele é livre para viver a sua sexualidade da forma que ele achar melhor. Falta esse entendimento sobre a diversidade sexual na nossa sociedade. Uma liberdade assistida pelos pais, mas não oprimida, pois não é de forma opressiva que transformaremos os jovens, como se fossem marionetes.
PARA QUEM ACHA QUE A VIOLÊNCIA RESOLVE, AI VAI O VÍDEO QUE EU FALEI:
PARA QUEM QUER UM CAMINHO RACIONAL PARA EDUCAR SEU FILHO, ACEITANDO A SUA SEXUALIDADE, O VIDEO É ESSE AQUI:
Olá Diogo
ResponderExcluirLi todo seu texto, vi todos os vídeos, e fiquei encantado com seu post. Real, completo questionador. Para mim , muita coisas do preconceito está ligada à falta de informação e o que é mais sério, as questões religiosas. Quanto ao ouro que quer curar na porrada, não passa de um idiota homofóbico.
Beijão
Post inteligentíssimo amigo, parabéns!
ResponderExcluirE concordo plenamente com o comentário do Wanderley.
E tenho certeza que não existem ex gays.Como seu amigo disse: pode camuflar-se, esconder-se, mas o desejo "proibido" continua lá.
Abraço
Texto interessante, nos quais realmente acho que tudo é possível, desde um ex drogado, ex alcóolico, mas ex gay não existe... Podem até afirmarem que alguns deixaram de ser gay, mas quem garanti?
ResponderExcluirEu ja fiz de tudo pra deixar d ser gay, mas... tudo em vão, é algo q vem de dentro, inexplicável...
Obrigado gente! Fico comovido em saber que vcs compartilham da mesma opinião. Não podemos nos calar diante de uma atrocidade como essa que foi relatada no texto acima.
ResponderExcluirEducar uma criança é um ato de amor e só.
bjoxxxxxxxxxxxxxx a todos!
existe de tudo no mundo. será que vocês são arrogantes o suficientes para defender que NÃO existe ex-gay?
ResponderExcluirse continuarem afirmando isso estarão sendo tão arrogantes e cabeça-fechada como aqueles que criticam os gays.