06 julho 2010

Futebol é o Ópio da Humanidade

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Considerado por muitos como a “paixão nacional”, o futebol se consagrou perante uma nação que é intimamente ligada as praticas esportivas. Esse esporte se sobressaiu dos outros devido, sobretudo a facilidade que é jogado, visto que, em qualquer quintal do mundo, com apenas uma bola e uma barra, as pessoas podem bater aquela velha pelada. Além disso, o futebol, como esporte, tem mudado a vida de muitas crianças que sonham com um futuro promissor, já que, diferente de outras formas esportivas, ele proporciona uma gana imensa de possibilidades rápidas de fama e sucesso.

Tudo isso poderia ser motivo de sobra para os fãs alucinados desse esporte, mas, para mim não. Confesso que admiro a importância que ele exerce na sociedade, pois, qualquer prática esportiva é válida, desde que ajude os nossos jovens a se destanciarem das mazelas sociais que desviam vidas, levando muitos até a morte. Mesmo com toda a inclusão que o futebol exerce na sociedade é crucial discutirmos o lado nocivo desse esporte que se tornou uma mega empresa.

Nesse âmbito, acredito que o futebol tem um lado mais negativo do que positivo. Isto por que, de várias formas ele é introduzido nas nossas práticas sociais sem ao menos nos darmos conta. É isso mesmo! Você não precisa gostar de futebol para ouvir alguém falando na rua sobre o time que ganhou ou perdeu. Nem muito menos sair de casa, já que a mídia faz o favor de, a todo o momento, falar algo, muitas vezes supérfluo, sobre algum time ou jogador.

Sei que muitos leitores do meu blog ficarão indignados com esse meu posicionamento. Eu até entendo, pois muitas pessoas preferem ficar do lado do macrocosmo, ou seja, onde a maioria se apoia para sustentar uma opinião que está fincada como um dogma social irrefutável, ao ter que ir de encontro com o que já está sedimentado. Eu, no entanto, prefiro fazer parte do microcosmo, onde eu acredito que estão às pessoas que não são tão influenciávies e nem tão pouco manipuláveis.

Bem, então vou começar mostrando o primeiro aspecto nocivo do futebol. Vou falar em nome de todos os outros esportes praticados no país. Como você deve saber o Brasil é muito rico de diversidade cultural e essa pluralidade de culturas favoreceu a introdução de vários esportes que levantam a bandeira nacional quando ganham uma medalha ou trofeu. Entretanto, qual esporte é mais valorizado no Brasil? Obviamente que é o futebol. Pronto! Aí está o primeiro ponto ruim, pois devido à valorização exacerbada a esse esporte, muitos outros acabam sendo esquecidos e desvalorizados.

Nesse sentido, posso citar muitos, dentre eles a ginástica rítmica que brilhou e brilha em campeonatos nacionais e internacionais. Dainane dos Santos, Diego Hypólito, entre outros, só são lembrados quando representam o país e trazem consigo medalhas no peito, porém, o que poucos sabem é que eles sofrem muito atrás de patrocínio até para o treinamento, imagine então para participar de grandes eventos como as Olimpíadas.

Outro esporte muito bom, mas com pouco destaque é o nosso vôlei. Tanto o masculino quanto o feminino estão entre as maiores equipes do mundo, mas esquecemos de dar o devido valor a eles, pois estamos acostumados a valorizar apenas o futebol. Ai você pode me perguntar: então de quem é a culpa? Em parte é nossa, já que ingerimos um discurso sem ao menos decodificar a mensagem intrincada dentro dele. Em outras palavras, crescemos com uma cultura que propaga a necessidade de gostar de futebol, do Pelé, garinxa entre outros, como forma de nacionalizar a nossa identidade.

Por causa dessa valorização, um segundo ponto nocivo está ligado ao futebol. Estou falando dos altíssimos salários pagos aos jogadores. É até meio contraditório falar sobre isso num país onde a educação é falseada com números pseudo-demagógicos, onde a pobreza ainda persiste, a violência ainda é gritante, o desemprego assola mais da metade da população e vários outros problemas sociais que são esquecidos quando o assunto é “FUTEBOL”. Mesmo assim, times pagam verdadeiras fortunas para contratar o passe de alguns homens que, muitas vezes nem terminaram o ensino fundamental.

Pois é! É a valorização demasiada de alguns em detrimento de outros. Imagine se você quisesse ser médico e tivesse que estudar quatro,cinco, seis anos para se formar e depois ganhar um salário ínfimo no final do mês? Pensou? Então pense também na importância que esse médico tem como instrumento social, preparado para salvar vidas? Continue pensando... Pense nos professores que são à base de todas as profissões que, volta e meia estão em greve para reivindicar algumas migalhas em seu salário, pois o governo não lhes dar condições estruturais e salariais para desempenhar um bom papel em sala de aula? Não pare de pensar! Observe a importância dessas e de outras profissões que fazem parte da base que sustentam o andamento da vida em sociedade e de como seria difícil viver sem elas. Tenho certeza de que, vendo desse ponto de vista, o futebol não seria tão bom assim quanto parece, não é?

Essa semana lendo um texto postado no blog (Live and Let Live) de um amigo eu abalizei a minha posição contra o futebol. No artigo falava sobre a posição de Pernambuco a frente das pesquisas sobre a cura do vírus HIV que desimam milhões de vidas em todo o mundo. O nosso estado é pioneiro na elaboração de uma vacina sintética que tenta frear o desenvolvimento desse vírus no organismo. Nessa pesquisa, Pernambuco e outros estados brasileiros (São Paulo e Rio de Janeiro), junto com alguns países do mundo (EUA E França), uniram forças e tecnologias em prol da cura da AIDS. Não obstante, no texto dizia que o que impedia a progressão da pesquisa era a falta de investimentos dos órgãos públicos nacionais. Confesso que isso me deixou furioso. Será que se os investimentos depositados no futebol fossem destinados a pesquisas como essa, já teríamos a cura dessa doença tão mortífera? Pense!

Em outro momento, não menos importante, eu ouvi o depoimento de uma vizinha evangélica que me disse que o seu programa predileto de rádio não foi ao ar, por causa dos jogos da copa (falarei da copa especificamente em outro texto). O apresentador do programa, Ademir Trajano, da rádio evangélica (90.7), deixou de atender os seus telespectadores no quadro intitulado: Como posso te ajudar? Para assistir os jogos da copa. Até aí nenhum problema, mas ao ler o titulo desse quadro o que você associaria diretamente? A resposta é simples: Beneficência. Pois bem! Nesse quadro o apresentador atende aos pedidos de ajuda espiritual e material, ou seja, são distribuidas cestas básicas para àquelas pessoas que estão precisando de ajuda. Mesmo assim, o futebol passou por cima disso também, pois é mais importante assistir os jogos da copa do que socorrer algumas pessoas que passam necessidade.

Todos esses argumentos apresentados seriam sufucientes para desconstruir a opinião de qualquer cético, mas, por que a sociedade não percebe, ou preferi não ver o lado nocivo do futebol? As respostas são variadas. Na minha concepção, a falta de conhecimento de uma sociedade estigmatizada pela segregação social culmina na absorção de valores que são inseridos de forma inconsciente nas mentes de cada um. A midia decide quem é o melhor e o pior e a massa o idolatra. Penso também que, para escapar de uma vida tão armaga, o povo prefira deslocar o seu pensamento para um esporte que aparentemente é inofencivo na sua prática.

Sabendo disso, os lideres do país e os patrocinadores de times de futebol desviam a atenção da nação para o futebol, enquanto outros problemas se proliferam pelo país. Quantas vezes você deixou de assitir o seu futebol para ficar antenado sobre a politica nacional? Quem é o vice-presidente do Brasil? Quais são as propostas dos futuros governantes? Se você conseguiu responder essas perguntas PARABÉNS. Entretanto, tenho certeza que a maioria não sabe, pois preferiram torcer pelo Brasil na copa, enquanto a política pegava fogo no senado.

Parece que tudo o que foi falado é novo, mas não é. Todos nós, inconscientemente, sabemos de tudo isso, porém, somos usados como marionetes por uma minoria que rege o que deve ou não ser absorvido pelo povo. Como fora mencionado no parágrafo introdutório, eu não tenho nada contra o futebol, como esporte, mas sou totalmente contra ao futebol supervalorizado que paga milhões enquanto a nação passa fome; ao futebol alienado que cega as pessoas e suplanta outros esportes tão bons quanto; ao futebol que mercantiliza o ser, pois jogadores são vendidos a preço de ouro para times estrangeiros; ao futebol que cria uma aura patriota, quando na realidade, com uma derrota tudo volta a ser o que era antes. A tudo isso eu sou veementemente contra.

Não espero que a minha opinião seja aceita ou atestada por todos, pois sei que os prejuízos culturais injetados pelo futebol criaram uma ferida que dificilmente será cicatrizada. A minha intenção primária é que você leitor olhe, pense e reflita sobre cada argumento colocado aqui. Tente esquecer o meu juízo de valor, do qual eu peço desde já as minhas humildes desculpas, já que é muito complicado para mim falar sobre isso sem expor a minha ojeriza sobre o assunto. Tente olhar como alguém que é crítico, imparcial. Alguém que visa construir algo positivo para essa nação tão sofrida e ao mesmo tempo, usada como marionete nas mãos de alguns que detém o poder. Não faça parte do grupo das pessoas que são facilmente influenciáveis.

Sei que não vou mudar a mentalidade de toda uma sociedade. Também não tenho essa pretensão, mesmo acreditando na força que o texto tem como instrumento ideológico que, a todo o momento constrói e desconstrói conceitos e dogmas. Seria utópico da minha parte cobrar que a nação, de uma hora para outro, odiasse futebol. Não quero isso. Peço apenas que, ao lerem esse texto, percebam quanto o país perde com a exaltação gloriosa do futebol, enquanto outros esportes sucumbem no vale do esquecimento. Além, é claro, dos outros problemas que o Brasil insiste em esquecer quando a tela da TV está ligada, assistindo um jogo de futebol. PENSE NISSO!

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LINKS INTERESSANTÍSSIMOS, POR FAVOR CONFIRAM:


Se nada disso conseguir mudar a sua opinião, então veja o vídeo abaixo:

2 comentários:

  1. Olá querido!! fico feliz que venha fazer parte do meu blog . VOlte sempre que quiser. Adorei o seu e voltarei mais vezes. Um grande abraço!!!

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  2. Muito bom esse texto, pena que poucos conseguem enxergar dessa maneira. Me identifiquei bastante com o texto. Muito obrigado!

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