12 julho 2018



A complexidade de certos conceitos reside em sua simplicidade. A pansexualidade faz jus a esta máxima. No geral, quem se entende pansexual não se atrai apenas pelo gênero, orientação ou identidade do outro, mas por tudo isso e muito mais. É como se as categorias, que mais complicam a nossa vida do que facilitam, ruíssem, inúteis em suas próprias concepções, perdendo sua relevância sexual. É a pessoa revisitando sua humanidade através do desejo pelo outro que é apenas humano. Esse reencontro, porém, esbarra no tradicionalismo operante do qual nos impõe apenas o modelo heterossexual como sendo aprovável. Esse entrave veta outras experimentações sexuais ao colocar nossa sexualidade dentro de blocos rígidos. É por causa desse amontoamento de ideias castradoras que passamos a demonizar quem prefere trazer a público uma visão mais ampla acerca de suas práticas sexuais. Entretanto, ao não problematizar a pansexualidade, estamos impedindo uma maior compreensão daquilo que atribuímos como critérios atrativos para estar com alguém, para além dos impulsos sexuais.

Acima da questão hormonal envolta na química entre duas pessoas, há, sobretudo, uma pressão social latente, vigilante, exigindo de todos os encaixes voltados à procriação da espécie. Nenhum problema até aí, quando levamos em conta a nossa condição animalesca na natureza. Mas, estar sob este julgo natural não significa reduzir nossos estímulos sexuais às exigências reprodutivas. Ao se difundir isso, além de improdutivo, leva-nos ao fracasso de experimentações, que poderiam engrandecer nossas vidas sexuais, como também ampliar nossa sensibilidade para com aqueles que se permitem aventurar por outras águas, vistas por muitos de nós como intranquilas. A pansexualidade navega por esses mares revoltos do possível, permitindo aos seus adeptos não se tolher o direito de se aproximar, mais do que qualquer outro, de provar o que há de mais humano em nós, a diversidade. Por isso, ficamos assustados com essa prática, por medo de encontrar em nós uma brecha do tamanho o suficiente para saciar nossa curiosidade pelo outro.

Sem sombra de dúvidas, tememos também questionar as certezas destinadas aos nossos sentimentos quando encontramos a nossa “cara metade”. A regra social dita que ela tem a face oposta da nossa, mas nem sempre essa norma é seguida à risca. Há pessoas que são apaixonantes, atraentes, desejáveis, sensíveis ao nosso modo, compreensíveis, moldadas com as características das quais mais valorizamos. São quesitos interiores que ganham forma de gente e nos fazem ignorar aquele corpo a nossa frente, mero receptáculo de carne e osso. Repensando, chegamos à conclusão de que, ademais da representação visual, é o interior que nos conquista. É ele que se revela num olhar, num toque, numa conversa, numa breve respiração. Imperceptivelmente, somos seduzidos pela essência daquele outro, porém, muitas vezes não levamos a cabo a intensidade desse encontro, porque há toda uma pressão social observando nossas escolhas e punindo aquelas que desagradam a maioria. Ora, se é o âmago que sustenta as relações, porque ele precisa ser desse ou daquele gênero para ser legítimo?

Muito provavelmente porque sem essa anulação do sentimento alheio não haveria justificativa para legitimar o nosso, o qual, como já vimos, é regido mais pela regra do que pela emoção. Então, a pansexualidade desmorona esse conceito e diz ser possível gostar de alguém apenas porque é alguém, e não uma genitália ou um gênero determinado. Não somos porções de carnes disponíveis ao consumo. Somos gostos, emoções, desejos, marcas que podem, ou deveriam, estar sintonizadas a qualquer outro indivíduo, desde que os olhares moralizantes não nos impedissem de fazer outros arranjos sexuais. Limitados nesse âmbito, criamos a falsa ideia de que os pansexuais são promíscuos, muitas vezes para desviar o olhar leigo da massa para a real falha em voga: a de que estamos personificando os sentimentos dos nossos parceiros (as) a partir das categorias em que eles (as) foram colocados (as), e não por serem quem são, humanos. É o preconceito invalidando qualquer avanço discursivo capaz de proporcionar a nós a mais ínfima chance de evolução.

Outra tentativa comum é aproximar a pansexualidade da bissexualidade. Esta última, lamentavelmente, configura na lista entre as práticas transgressoras na visão dos mais conservadores, pois ainda é repercutido a ideia de que é impossível alguém se atrair por ambos os gêneros. Entretanto, não só é possível como já acontece na prática, mesmo que não assumidamente por muitos. Na fragilidade perfeita criada em torno da heterossexualidade, muitos indivíduos, inseridos neste grupo de privilegiados sociais, aventuram-se em transas, regulares ou ocasionais, com pessoas do mesmo sexo às escondidas, seja através da prostituição ou da manutenção de relacionamentos extraconjugais. São pessoas que se apresentam socialmente dentro da norma, mas se permitem ao risco tentador de provar o “fruto proibido”. A pansexualidade, além de distinta da bissexualidade, poderia ser a aliada ideal para tais indivíduos, imersos na clandestinidade das próprias pulsões sexuais, encontrassem as vias de fato dos seus desejos, sem percorrerem caminhos tão tortuosos para viverem as suas humanidades.

O que quero dizer é que não nos atraímos pelo o outro apenas porque suas características biológicas destoam das nossas. É bem mais que isso. Em muitos momentos, o íntimo alheio reflete em nosso interior, revelando sensações aprisionadas pelos preconceitos incutidos metodicamente pela sociedade por eras em nós. Então, perdidos nesse labirinto da sexualidade, só nos é apresentado um caminho, quando na verdade, no quesito sexual, há encruzilhadas de possibilidades. Ser pansexual é isso. Significa enveredar por essas trilhas onde no final qualquer forma de prazer será válida. Não se trata de banalizar o outro, o sexo, ou coisa assim. Mas de oportunizar a todos os envolvidos a chance de romper o casulo que nos impede de voar livremente pela sexualidade. Trata-se do necessário encontro com nossa humanidade, tão higienizada de mentiras consentidas e inverdades hipócritas, que de nada contribuem para o nosso crescimento sexual, apenas difundem mais intolerância. É a pansexualidade que sobreviverá quando todas as demais categorias perderem o sentido.

Até lá, em um modelo heteronormativo de relacionamento amoroso, qualquer enlace que fuja do tradicional homem + mulher será visto como algo desviante à norma. De cara, a homossexualidade será rapidamente lembrada por ser, talvez, a prática mais transgressora nesse sentido. Acontece que nem sempre os arranjos sexuais se encerram por aí. Há, por exemplo, indivíduos movidos por desejos claros tanto por homens quanto por mulheres, evidentemente sendo tão ou mais incompreendidos do que os homoafetivos. O nó ficará mais arrochado quando encontrarmos mais comumente pessoas afirmando que ser desse ou daquele gênero não é critério preponderante para alguém se tornar desejável aos seus olhos, mas sim o fato de ser uma pessoa. De fato, de tão simples, a pansexualidade perturbará todos aqueles presos àquele panorama fechado de relacionamento, mas, ao mesmo tempo, suscitará profundas questões sobre como nos envolvemos com o outro para além de suas genitálias.

A pansexualidade, que já é a vanguarda, se tornará nosso apelo ao humano.

11 julho 2018



Cada vez mais sabemos menos sobre masculinidades e feminilidades. O que nos chega ainda é muito raso, sentenças superficiais demais, incapazes de se aprofundar nessa questão. Porém, ainda se vende protótipos masculinos e femininos como regra. São modelos estanques de condutas, comportamentos, atributos físicos, que precisam ser reproduzidos para serem aceitos e, por fim, naturalizados pela sociedade. Caso alguém fuja à norma, as penalidades não tardarão a chegar. O interessante é que cada vez mais pessoas estão questionando essa cartilha de ser homem e mulher, trazendo à tona novas configurações de si, que de tão possíveis, já fazem parte da realidade social. É que a nossa existência não precisa ser igual a de todo mundo para ser ideal. Pelo visto, estamos aprendendo a idealizar nossa forma de existir através daquilo que mais nos representa, a nossa imagem.

Limitado pelo campo biológico, cuja categoria homem e mulher não assegura a permanência de um indivíduo dentro deste polo ao longo da vida, crescemos acreditando na ideia de que nossos órgãos sexuais irão determinar a forma como nos manifestaremos na sociedade. Essa cobrança, evidentemente, se dá através de uma educação indiscutivelmente sexista, responsável por enquadrar meninos e meninas em agrupamentos distintos para fazer valer aquilo que lhes foi dado pela natureza. Entretanto, mais fortes que a herança biológica são as interações sociais. Nelas, percebemos que existem diversas formas de ser homem e mulher sem necessariamente desonrar nossas genitálias. É só entendermos que nossas áreas sexuais cumprem funções especificamente biológicas, mas são incapazes de nos definir por completo.

Do ponto de vista dos relacionamentos, entender isso é um ganho gigantesco. Por exemplo, a ideia de virilidade destinada aos homens está intimamente relacionada ao pênis, sobretudo se levarmos em conta que vivemos numa sociedade falocêntrica. Em contrapartida, há homens que não são tão viris, mas são homens, muitas vezes héteros sexuais, e que sofrem por não se enquadrar no perfil masculinizado esperado pela sociedade. Com mulheres ocorre o mesmo. Desde o nascimento, ao diferenciá-la do sexo oposto com um brinco, estamos impondo um modelo de feminilidade que pode não ser aquele desejado por ela ao longo da vida. Porém, encaixotamos precocemente nossas crianças em práticas, cores, regras e ações tipicamente sexistas, as quais podem, e vão, resvalar em perfis sexuais adultos estratificados.

O quesito empatia é o mais penalizado nesse sentido. Isto porque, quando não se apresenta à sociedade masculinidades e feminilidades, mas o singular dessas instâncias, isso interfere no entendimento daquelas pessoas que têm suas ramificações de gênero distintas da “normalidade”. É o que acontece, por exemplo, com as travestis, transexuais, Drag Queen’s, Transformistas, Queer’s, dentre outras expressões de gênero e/ou artísticas ainda desconhecidas do grande público. Nem precisa tanto, basta mudanças sutis nos comportamentos vistos como de homem e de mulher para que o desrespeito se faça presente. Sem uma educação conscientizadora, continuamos a oprimir todo aquele que ousar transgredir as masculinidades e feminilidades definidas como corretas. Se não há uma discussão em torno dessa pluralidade, não haverá avanço. Pelo contrário, é justamente os preconceitos que progridem frente a esta realidade.

Diante disso, não há um único ideal de masculino e feminino. Somos plurais. Nossas masculinidades e feminilidades precisam estar alinhadas à diversidade humana. Ignorar isso é uma afronta a nossa natureza, um desrespeito aos nossos corpos e mentes e um erro, sobretudo quando impomos nossas vontades sobre aqueles que corajosamente enfrentam a sociedade como são. Tão pouco é pecaminoso, abominação, fraqueza, ou qualquer outro enunciado preconceituoso, ser diferente dos demais. Apenas é uma prova do quão frágil é essa ideia de que homens e mulheres precisam ser diferentes porque Deus quis assim, ou a genética determinou cromossomicamente. Somos, antes de tudo, seres sociais, sujeitos a mudanças profundas, experimentações, possibilidades, fases das quais precisamos passar até chegar a ilusória ideia de completude. Uns se contentam em seguir a maioria, outros precisam de algo a mais, e não há nada de errado em ambos. São alternativas válidas, que podem ou não estar relacionadas com os nossos desejos, mas, antes de tudo, fazem parte dos nossos anseios, daquilo que enxergamos ser.

Há tempos os perfis masculinos e femininos são insuficientes para definir o que somos. Por mais persistentes que sejam os mais conservadores em nos limitar às genitálias, a verdade é que estamos rapidamente burlando aquela norma imutável de que nossas representações sexuais precisam estar correlacionadas com pênis ou uma vagina. Não necessariamente. É bem possível ultrapassar esses limites e experienciar outras expressões de gênero, e de sexualidade, possíveis. Até lá qualquer configuração pessoal é permitida. Ninguém é em totalidade masculino e feminino mesmo. Somos empurrados ao longo da vida para um desses lados como forma de conceituação, mas isso não significa que precisamos estar lá para sempre. É possível e é preciso rebelar-se, deixar-se escapar, desconstruir a tacanha visão em torno dos gêneros e lançar um olhar mais profundo para essa questão. Não se trata de abandonar o que se entende por masculino e feminino, mas ampliá-lo, ressignificá-lo. Além da tolerância, o que vale é ter imaginação. Feito isso, quem sabe até as masculinidades e feminilidades passem a ser insuficientes, e passemos a nos ver como masculinos e femininos dentro de um só ser.

O futuro é andrógino.

10 julho 2018



Podem dizer o que quiser do novo clipe do Nego do Borel. Todas as críticas negativas são bem vindas, sobretudo levando em conta o histórico do cantor e o oportunismo do momento em que o vídeo foi lançado. Porém, o título do hit nunca foi tão apropriado. É digno, inclusive, de se tornar tema das próximas paradas LGBT’s pelo Brasil, (fica a dica). Mas, por hora, é de grande serventia para discutir questões delicadas para muitos de nós na sociedade, como representatividade, conquistas das minorias, expressão de gênero e o cinismo por trás de algumas ações ditas inclusivas.

Eu sou um dos que apoiam a necessidade de se representar mais fidedignamente na TV, e nas mídias digitais, a realidade LGBT nas periferias brasileiras, longe desse padrão novelesco cuja apresentação gay se dá em dois polos bem dispares. De um lado, o gay branco, rico, ou de família classe média, masculinizado e de perfil estético aceitável. Enquanto do outro, a caricatura afeminada em torno da homossexualidade. De fato, os dois perfis existem e são válidos, mas não são os únicos. Faltam, sobretudo, outras representações gays que ainda não chegaram às pautas problematizadoras do grande público como se deveria.

Logo, quando um artista se predispõe a quebrar esse tabu é, no mínimo, auspicioso. Denota uma clara mudança de paradigma, ainda mais se partir de alguém que reconheça suas vantagens perante uma sociedade claramente machista. Porém, no caso do Nego do Borel, a patética caracterização de um gay periférico nada mais é do que uma atitude fake oriunda da sordidez da qual passamos a ser vítimas. Não basta ignorar os nossos direitos, é preciso agora se aproveitar deles para ganhar visualizações e ampliar a agenda de shows. Pelo visto, caímos nas graças do capitalismo, mas continuamos a ser motivo de chacota.

Presos a esse modelo de sociedade que nos ridiculariza, buscamos a todo custo maior visibilidade. E conseguimos. Temos hoje grandes artistas assumidamente LGBT’s ganhando cada vez mais espaço, embora ainda haja muita resistência e desinformação do público em lidar com essas novas faces artísticas. Evidentemente que esse ganho não passaria despercebido pelos usurpadores, aqueles que se aproveitam do período para fazer a linha bom samaritano frente ao resto da população. Nego do Borel pelo visto faz parte desse grupo. Seu clipe, confuso e espalhafatoso, mostra a picaretice brasileira em se aproveitar de pautas desconhecidas para engrandecimento pessoal.

Provavelmente, o apoio dado por ele ao presidenciável Jair Bolsonaro esteja por trás da infeliz produção daquele clipe. Não há nada mais político do que se apropriar de plataformas atuais para angariar votos, haja vista que há muitos gays dispostos a votar naquele candidato, mesmo ele tendo demonstrado uma postura claramente homofóbica. Com base nisso, trazer um cantor machão, travestido exageradamente e beijando um cara bonitão em um clipe de funk na periferia, é um artifício infalível para ludibriar a massa. Um belo pretexto para se conseguir mais eleitores para aquele senhor. Felizmente, as nossas dores diárias não nos deixam cair nessas deprimentes tentativas de representação, incapazes de conceituar os dilemas dos quais estamos inseridos.

Na verdade, o clipe apenas mostra o quanto não levamos a sério as expressões de gênero das pessoas. É um desrespeito as travestis, aos transexuais, transformistas, Drag Queen’s, e todos aqueles que, identitário ou artisticamente, incorporam outras facetas possíveis de existir sem necessariamente estar preso as masculinidades e feminilidades previstas pela nossa sociedade conservadora. Mostra também a falta de sensibilidade para com esses indivíduos, que não se encaixam nos moldes pré-definidos, e são muitas vezes punidos severamente por externar para o mundo suas representações pessoais fora do “comum.”

Todavia, de todas essas falhas, o cinismo é, para mim, o mais imperdoável. Veste-se o manto do politicamente correto para sair bem na fita, neste caso, no vídeo. Inescrupulosamente, subestima nossa inteligência uma produção toda construída para criar uma frágil ideia de inclusão, quando na verdade está é dificultando a necessária discussão em torno da realidade LGBT no Brasil. Além, é claro, de incentivar outros artistas, tão sórdidos quanto, a se aproveitar da boa fase de aceitação dos gays para fazer clipes, novelas, séries, filmes, propagandas publicitárias, discursos, toda uma sorte de programação voltada ao mero capricho do consumo e despreocupada com a reeducação social.

Sei que é difícil largar certos costumes impregnados em nossa cultura conservadora. Por essa razão, há tantas práticas preconceituosas ainda naturalizadas pela sociedade, porque aprendemos desde sempre a tratar com desdém determinadas pessoas apenas por elas não se encaixarem no que é visto como padrão. Então, seguimos a levada de preconceituosos que, vez ou outra, se escondem atrás da máscara do politicamente correto para encobrir suas reais faces. Entretanto, uma vez descobertos, precisamos escancarar suas verdadeiras feições, e intenções, para todos, evitando que outros sigam seus exemplos e tentem banalizar os problemas vividos por aqueles que ainda vivem à margem da sociedade.

Por essas razões, é você que tem que nos soltar, Nego do Borel. Você e toda essa sociedade machista/conservadora/homofóbica, que nos aprisiona. Tire suas mãos de nós. Não lhe demos o direito de nos representar dessa maneira tão leviana, tão pouco de nos expor mais do que já estamos expostos. Você não sabe o que é ser hostilizado na rua por fugir do padrão macho alfa e fêmea gama. Desconhece nossas identidades e a dificuldade que temos de construí-las nessa sociedade sexista. Não tem nenhuma autonomia para entoar nosso lugar de fala, quando é muitos vezes a sua classe que nos emudece. Aliás, é justamente o seu favoritismo o responsável por nos tolher o direito de mostrar nossas verdadeiras caras em público.

Essa tolice criada pelo patriarcado de modelar homens e mulheres não nos abandona. Mas, sua imagem pública deveria ser a chave para libertar muitos fãs seus acorrentados pelo machismo do qual você e muitos ainda se beneficiam. No entanto, fazer um clipe travestido de mulher e beijando um boy magia não é o bastante. Era preciso, antes de tudo, ter usado o seu privilégio de ser heterossexual para lutar em prol daqueles que têm suas demonstrações sexuais punidas pela sociedade. Existem boas iniciativas que você poderia ter feito, sem ter que apelar para o ridículo e questionar a nossa sagacidade. Porém, além de você, muitos outros artistas não querem correr o risco de se aliar verdadeiramente às pautas LGBT’s.

É uma pena. Lembraremos de todos eles. E, quando precisarem de nós, diremos categoricamente: Nos soltem! 

Quero ver quem vai sair perdendo.