Inversão perigosa
Olhar para o homem e enxergar nele
características zoomórficas não é algo obstante para a sociedade brasileira. A
escravidão abolida em 1888 parece não ter findado uma vez que, hoje, negros,
pardos e brancos padecem necessidades nas múltiplas regiões do país. A
racionalidade contemporânea se torna questionável de modo que enquanto animais
vivem como se fossem verdadeiros humanos, estes por sua vez, lutam ferozmente
apenas pelo pão de cada dia.
Atualmente, cães e gatos se tornaram
fidedignos depósitos de afeto e cumplicidade tendo em vista a descrença do
indivíduo em relação ao próximo. Domesticáveis com festas de aniversário e
testamentos são cada vez mais comuns, deixando claro assim, a contradição do
mundo moderno uma vez que a indigência ainda pertence a muitos.
Impetuosamente, as cidades globais
sinônimos de desenvolvimento decrescem em qualidade de vida. Desta forma, entre
cracolândias e megalomaníacos condomínios, o antagonismo cresce e escancara a
necessidade de uma infraestrutura intelectual. Para alguns animais de
estimação, luxo e fama, por outro lado nas comunidades próximas, lixo e fome.
Se faz fundamental perceber, ainda, que o
comércio se tornou o grande beneficiado dessa divergência socioespacial. Os
‘‘pet shops’’ ganham corpo nacional e atendem cada vez mais os ‘’Garfields’’
modernos enquanto pessoas passam dias em filas de atendimento esperando um
possível prontuário médico.
Portanto, torna-se necessário um diálogo
mútuo entre governantes e o âmbito civil para que tais contrariedades sejam
solucionadas. O ensino sobre os direitos humanos deve se tornar disciplina
obrigatória ainda no grau básico, para que assim, a produção de cidadãos
conscientes seja evidenciada. Logo, enriquece-se a nação na qual a educação
será, de fato, uma ponte para o progresso.
Aluno: Felipe Fernandes
Professor: Diogo Didier
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