28 junho 2015

Animalização humana x humanização animal


Inversão perigosa
       Olhar para o homem e enxergar nele características zoomórficas não é algo obstante para a sociedade brasileira. A escravidão abolida em 1888 parece não ter findado uma vez que, hoje, negros, pardos e brancos padecem necessidades nas múltiplas regiões do país. A racionalidade contemporânea se torna questionável de modo que enquanto animais vivem como se fossem verdadeiros humanos, estes por sua vez, lutam ferozmente apenas pelo pão de cada dia.

       Atualmente, cães e gatos se tornaram fidedignos depósitos de afeto e cumplicidade tendo em vista a descrença do indivíduo em relação ao próximo. Domesticáveis com festas de aniversário e testamentos são cada vez mais comuns, deixando claro assim, a contradição do mundo moderno uma vez que a indigência ainda pertence a muitos.

       Impetuosamente, as cidades globais sinônimos de desenvolvimento decrescem em qualidade de vida. Desta forma, entre cracolândias e megalomaníacos condomínios, o antagonismo cresce e escancara a necessidade de uma infraestrutura intelectual. Para alguns animais de estimação, luxo e fama, por outro lado nas comunidades próximas, lixo e fome.

     Se faz fundamental perceber, ainda, que o comércio se tornou o grande beneficiado dessa divergência socioespacial. Os ‘‘pet shops’’ ganham corpo nacional e atendem cada vez mais os ‘’Garfields’’ modernos enquanto pessoas passam dias em filas de atendimento esperando um possível prontuário médico.

        Portanto, torna-se necessário um diálogo mútuo entre governantes e o âmbito civil para que tais contrariedades sejam solucionadas. O ensino sobre os direitos humanos deve se tornar disciplina obrigatória ainda no grau básico, para que assim, a produção de cidadãos conscientes seja evidenciada. Logo, enriquece-se a nação na qual a educação será, de fato, uma ponte para o progresso.

Aluno: Felipe Fernandes
Professor: Diogo Didier



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