22 junho 2014

O ato abortivo no Brasil: o tabu em torno da vida.

      
    Nas sociedades antigas e pré-industriais no mundo inteiro, o aborto não era proibido como hoje. No Brasil, as mulheres usavam de seu conhecimento sobre ervas abortivas, herdado dos índios primitivos, como anticoncepcionais ou uma forma de controlar quantos filhos queriam ter. O que acontece hoje é uma disparidade de ideias referentes ao tema, das quais instituições religiosas são as primeiras a condenarem a prática e uma sociedade que culpa e condena a mulher.
      A Igreja Católica afirma que é a favor da vida e que por isso é de contra o aborto, mas não é e nem sempre foi assim. No período colonial brasileiro a igreja abençoou a escravidão dos negros, que eram maltratados as vezes até a morte. Apoia hodiernamente a pena de morte em alguns países, como também a "guerra justa" em casos de tirania irremovível de outra forma (princípio do mal menor).
     A lei brasileira permite o aborto em caso de estupro, risco de vida da mãe ou quando o feto apresenta anencefalia. Isso corroborou para que milhares de mulheres optassem por métodos ilegais clandestinos e inseguros, arriscando suas vidas, muitas até morrendo. A maioria da população, cerca de 70% segundo a Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso), condena e julga estas mulheres, porém na realidade a maioria delas não foram sequer educadas sobre sexo.
      Faz-se fundamental perceber, ainda, que o homem, sempre acobertado por uma cultura machista, é isento de qualquer culpa. No entanto, quando ele nega o apoio paterno a mãe e a criança é o primeiro a está abortando. Abortar não é só tirar a vida, mas também negligencia-la. Nos casos de gravidez na adolescência, apenas 3% dos pais assumem suas responsabilidades, segundo o IBGE, os demais que abandonam essas meninas grávidas, estão abortando a criança, estão negligenciando-as. 

     Em linhas gerais, é evidente que a problemática do aborto no Brasil não se refere apenas ao impedimento da vida de uma criança. É necessário que as políticas públicas da nação passem a oferecer educação sexual e serviços de saúde que prestem apoio a estas mulheres. Espera-se que homens e mulheres, igualmente, passem a assumir as responsabilidades referentes ao tema. Só assim acontecerá a quebra do tabu que é o ato abortivo no Brasil.
Aluna: Gisele Cézar Tavares Pessôa
Professor: Diogo Didier 

3 comentários:

  1. Em relação a evitar gravidez precoce, acredito que o governo tomou medidas preventivas, como distribuição grátis de preservativos, pílulas do dia seguinte e anticonsepcionais gratuitos, palestras sobre sexualidade. O que ainda prevalece sobre algumas pessoas, é a irresponsabilidade de não se preparar antes e em alguns casos, a vergonha de se direcionar a esses locais que fazem distribuição grátis de camisinhas , pílulas etc., mas tem que se deixar em algum lugar para acesso né?! O que falta na minha opinião, é um apoio as vítimas de estupro: são mal atendidas ao darem queixa na delegacia(estupro é algo tão horrendo e tão banalizado ao mesmo tempo, que as autoridades já estão meio que acostumadas com esse tipo de situação, de modo que, um a mais um a menos não faz diferença pra eles), ao buscarem uma autorização judicial para um aborto legalizado, a justiça é lenta demorada, enquanto o feto se desenvolve, e elas acabam buscando meios um tanto que crueis com elas mesmas, caindo nas mãos de pessoas sem escrupulos, que só estão interessadas no retorno financeiro que vão receber, e vão tratar essa mulher já fragilizada como se estivesse tratando uma carne.

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  2. Quando vão buscar apoio psicologico em unidades públicas, se sentem mais humilhadas e revoltadas ainda, por conta do mal atendimento, da falta de profissionais, da falta de ajuda financeira para se direcionar a essas unidades, da falta de higiene... quando mulheres abortam em casas clandestinas ficam traumatizadas pq esse procedimento foi feito de maneira errada, ou melhor, de qualquer maneira. um aborto de maneira correta não dura mais do que 5 minutos e a paciente nem sequer lembra do que foi feito, nem sente dores.

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  3. Quanto a bolsa estupro(na minha opiniao algo ridiculo e ofensivo as vítimas) pode até ajudar no lado financeiro, caso a gestante decida levar a gravidez à diante, mas não resolve o lado psicologico da mãe, que vai conviver o resto da vida com o fruto de uma violência e do futuro adulto, como ele vai lhe dar com a questão de ter sido gerado por conta de uma violencia? E aos casos de gravidez indesejada por causa de irresponsabilidade, deveria ser averiguado primeiramente a idade dos pais, as condições financeiras e psicologicas deles e ser dada 1 chance, no caso o consetimento de aborto uma única vez(pra tb não avacalhar né gentersrsrrsrsrsrsr) com apoio psicologico para lhes deixar(ou pelo menos tentar) conscientes de que todas as ações tem consequências, e que umas são reversiveis e outras não. bom... é isso, obrigada pela paciencia das pessoas que tiverem lido. rsrsrrsrs beijos e JUÍZO a todos.

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