14 abril 2013

Sociedade padronizada pelo esteriótipo - por Welber Oliveira



     Viver numa sociedade viciosa tem sido a realidade de muitos povos ao redor do mundo. O padrão estético tem acomodado as pessoas a escolherem pelo estereótipo ao invés de avaliar a sensatez e o caráter das pessoas fora do padrão físico.
    Cerca de mais da metade da população mundial, no atual século, prende-se aos padrões de beleza moderna. Academias têm ganhado ainda mais frequentadores, clínicas estéticas tem triplicado o ganho mensal, levando em conta que esse grande número cresce à medida que a concorrência aumenta. É um mundo que se torna cada vez mais padronizado de forma geral.
     Adentrar a uma política física deveria em sumo ser algo para benefício da saúde em prol de si mesmo. No entanto, com o aumento na demanda de anabolizantes, esteroides e outras drogas musculares, a saúde tem ficado em segundo plano na mente de quem preza pela perfeição do corpo como arma de sedução, de impressionismo ou mesmo de trabalho.
    O interesse pela beleza tem substituído os hábitos que faziam das pessoas belas por natureza. Foi-se o tempo em que alguém se apaixonava por outra por vê-la lendo algo interessante, ou mesmo rabiscando poemas nas últimas páginas do caderno. Não aqueles namoros antiquados, mas os namoros sinceros, que respeitavam e jamais colocavam a beleza como fator primordial de escolha.
     Hoje em dia, se você não fizer parte da massa, certamente não fará parte da sociedade que domina. Uma classe burocrática até na estética alheia, que aliena, modifica até a maneira de pensar. As pessoas estão deixando de ser quem são para ser quem todo mundo quer que sejam. Não percebem, mas estão perdendo sua essência dia após dias em cada gota de suor derramado no exagero das academias, nas cinco ou dez colheres de esteroides disfarçados de compostos naturais.
    O planeta está perdendo a essência que o fazia lindo. O amor ao corpo pisoteia o amor à essência, ao caráter propriamente dito. Falta consciência, relatividade e aceitação ao que se foi e ainda luta pra ser. Infelizmente, é cada vez maior o número de seres pré-programados para supervalorizar o corpo e esquecer-se de supervalorização da mente. Enquanto metade do mundo se perde em alienação física, outra metade caminha a passos largos em busca da aceitação social. Beleza é relativo, a partir do momento que você modifica seu corpo, perde o valor, porque você é exatamente como tem que ser, não como a sociedade te obriga a ser.
    Portanto, não peço que deixe de praticar suas múltiplas sessões de bíceps e costas. Ou mesmo, de fazer abdominais à espera do carnaval pra mostrar o “tanque”. Peço apenas que cuide disso de forma saudável, sem o exagero das drogas ou o esvaziamento da mente; porque se as pessoas preferem beleza, que ela venha acompanhada de um caráter válido e não uma mente popularizada pela ideia geral do ser perfeito.

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