02 novembro 2012

Desconstruindo Amélia



Tema: Mulheres do Brasil: ascensão, conquista e desafio.

Desconstruindo Amélia
                                                    
Atividades domésticas. Cuidar da família. Procriar. Salários inferiores. Historicamente submissa, a mulher passa por um processo de mudanças e mostra que sua condição de inferioridade na sociedade está ficando para trás. O grito de independência feminina foi ocasionado quando pela luta contra as más condições de trabalho numa indústria americana; a partir disso, o oito de março ecoa mundialmente imortalizado para celebrar um marco na ascensão social da mulher. Hoje, a Amélia troca o avental doméstico por um uniforme ou pelo mais alto cargo de uma nação. Diante dessa análise, verifica-se que muito já se conquistou, porém há pontos a serem desestigmatizados pela sociedade, que ainda repreende a mulher no tocante à sua ascensão moral e particular.

A ideia cristalizada de superioridade masculina está perdendo espaço – de forma literal. Atualmente é possível encontrar mulheres exercendo as mais variadas funções, de maquinistas a diretoras empresariais. A luta para tal “façanha” foi árdua e conquistada paulatinamente. E, como ápice dessa conquista na esfera do trabalho, há importantes países governados por mulheres. Servem de exemplo o Brasil, comandado por Dilma Rousseff; a Argentina, por Cristina Kirchner e o Chile, tendo Michelle Bachelet como ex-presidente. Elas provam que a mulher dota de mesmo vigor e possui igual capacidade para gerir cargos até então exercidos somente por homens.

Estabelecidas tais conquistas, é importante destacar que a classe feminina ainda se vê diante de tabus a serem desestigmatizados. No que se refere à sua vida privada, enfrenta discriminação e revolta. Como forma de ressoar o grito de independência, as chamadas “feministas” organizam-se em marchas e manifestos para reivindicar os seus direitos. A Marcha das Vadias, por exemplo, é uma forma de disseminar o conceito de que toda mulher possui o direito de vestir-se e comportar-se da maneira que desejar – idem ao homem. Também engajam-se pelo fim da “cultura de estupro”, que expõe o gênero como símbolo sexual (cultuando sua forma física) e passivo aos desejos e conquistas masculinos, evidenciada em propagandas de bebidas alcoólicas e de automóveis.

Fica claro perceber, portanto, que, embora ascendido socialmente, a atual situação feminina tem desafios a serem conquistados. Disseminar a ideia de que todo o cidadão possui os mesmos direitos e são “iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (conforme consolidado na Constituição Federal), ratificando que o direito de expressão e liberdade sexual femininos é tão igual quanto o masculino, mostra-se como algo possível para iniciar a mudança de uma sociedade envolta numa concepção machista ainda dominante. Assim, a imagem da Amélia que “foi educada pra cuidar e servir”, da música da cantora Pitty, será desconstruída e ficará no passado.


Aluno: Rossini Gomes
Professor: Diogo Didier

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