21 outubro 2011

  • · Não use abreviaturas.
  • · Evite ser prolixo.
  • · Não use rimas e/ou aliterações.
  • · Diferencie maiúsculas de minúsculas.
  • · Evite clichês e jargões.
  • · Não use parênteses ou expressões explicativas.
  • · Não use coloquialismos ou ditados populares.
  • · Não use termos de baixo calão.
  • · Nunca generalize.
  • · Evite repetir a mesma palavra no mesmo parágrafo.
  • · Não abuse das citações.
  • · Frases incompletas podem causar prejuízos à interpretação do texto.
  • · Não faça períodos muito longos.
  • · Não seja redundante.
  • · Frases com apenas uma palavra? Jamais!
  • · A voz passiva deve ser evitada.
  • · Use a pontuação corretamente.
  • · Não use perguntas no desenvolvimento e/ou conclusão do texto.
  • · Nunca use siglas desconhecidas.
  • · Exagero é prejudicial à argumentação.
  • · Analogias alegóricas não devem ser empregadas.
  • · Evite estrangeirismos e/ou neologismos.
  • · Evite o gerúndio.
  • · Prefira frases na ordem direta.
  • · Não escreva com letras separadas.
  • · Evite frases longas.
  • · Evite palavras vagas.
  • · Faça parágrafos entre 05 e 08 linhas.
  • · Construa pelo menos dois períodos em cada parágrafo.
  • · Não se inclua no texto.

“Escrever é mais do que agrupar palavras, expor ideias ou informar coisas vãs. É, antes de tudo, um exercício de transformação e de reflexão do homem sobre o mundo” Diogo Didier – Professor de Redação.

01. Interpretação do tema: Devemos interpretar cuidadosamente o tema proposto, pois a fuga total a este implica zerar a prova de redação;

02. Levantamento de ideias: A melhor maneira de levantar ideias sobre o tema é a autoindagação;

03. Construção do rascunho: Construa o rascunho sem se preocupar com a forma. Priorize, nesta etapa, o conteúdo;

04. Repertório individual: Busque nesse momento tudo o que você pode relacionar sobre o tema proposto, a partir do seu conhecimento de mundo armazenado na sua mente.

05. Pequeno intervalo: Suspenda a atividade redacional por alguns instantes e ocupe-se com outras provas, para que possa desviar um pouco a atenção do texto; evitando, assim, que determinados erros passem despercebidos;

06. Revisão e acabamento: Faça uma cuidadosa revisão do rascunho e as devidas correções;

07. Versão definitiva: Agora passe a limpo para a versão definitiva, com calma e muito cuidado!

08. Releitura: Mesmo depois de pronta, a sua redação pode ter algum erro que passou despercebido. Por isso, se você encontrar palavras erradas, pontuação inadequada, ou qualquer outra falha, tente de alguma forma corrigi-las.

09. Aparência: Certifique-se antes de entregar a redação que a folha não esteja amassada, nem com nenhuma mancha.

10. Elaboração do título: O título deve ser urna frase curta condizente com a essência do tema.



TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

Texto que se caracteriza por analisar, explicar e interpretar os vários aspectos associados a uma determinada questão e apresenta argumentos para defesa de uma tese.

ESTRUTURA DO TEXTO

TEMA

É uma afirmação contida numa frase sobre o assunto do texto. É genérico e abrangente. Por isso, deve ser analisado com cautela.

TÍTULO

É, geralmente, uma expressão curta que contém uma simples referência ao assunto. O título não deve ser genérico e deve antecipar o posicionamento do autor.

BASE DA REDAÇÃO

Introdução

Nela, o autor formula uma tese, assume um ponto de vista, que será discutido e provado no desenvolvimento. Tudo isso, partindo da definição e delimitação do tema. É a parte mais simples do texto.

Desenvolvimento

É a parte da argumentação propriamente dita. Nela, o autor comprovará a tese, de forma consistente ao dar informações, apresentar dados, exemplos, justificativas de forma gradual e progressiva.

Conclusão

Demonstração da validade da tese defendida, com base nos argumentos apresentados. Pode ser um resumo de tudo o que foi argumentado ou uma paráfrase do que foi dito na introdução do texto.





Gatinha Manhosa
Adriana Calcanhotto
Meu bem já não precisa falar comigo dengosa assim
Brigas só para depois, ganhar mil carinhos de mim
Se eu aumento a voz você faz beicinho, e chora baixinho
E diz que a emoção dói seu coração
Já não acredito se você chora dizendo me amar
Eu sei que na verdade carinhos você quer ganhar

Um dia gatinha manhosa eu prendo você no meu coração
Quero ver você, fazer manha então
Presa no meu coração
Quero ver você

Já não acredito se você chora dizendo me amar
Eu sei que na verdade carinhos você quer ganhar

Um dia gatinha manhosa eu prendo você no meu coração
Quero ver você, fazer manha então
Presa no meu coração
Quero ver você

Ágil, fácil, prático, rápido essas são algumas palavras que caracterizam o surgimento da inclusão digital no mundo. De fato, ela surgiu para facilitar as atividades humanas em vários aspectos, e conseguiu, de modo que ninguém hoje se vê mandando uma carta escrita para alguém que mora do outro lado do globo, se o email exerce a mesma função, mas com tempo reduzido. Isso só para citar um entre tantos outros exemplos de atividades que foram modificadas com o aparecimento da tecnologia digital. Tal comodidade, porém, deve ser vista com cautela, uma vez que a rede que virou, de um lado, sinônimo de praticidade e vida moderna, infelizmente por outro, uma armadilha de oportunistas e de pessoas perigosas que usam a facilidade desse meio midiático para incitar, cometer e propagar violência.
 
O advento da era tecnológica trouxe significativas mudanças para as relações comportamentais do ser humano. Encurtando tarefas que antes exigiam mais tempo e certa dose de complexidade, hoje já somos capazes de conversar simultaneamente com pessoas que moram em terras longínquas. Com todo conforto, fazemos grandes ou pequenas transações e compramos o que quisermos sem precisar sair de casa para isso. A forma de nos relacionarmos com outras pessoas também mudou, já que a internet possibilita com alguns cliques que possamos nos comunicar com qualquer um em quaisquer partes do planeta.
 
Também temos acesso a informações sobre os mais variados assuntos, ao simples toque de algumas teclas, aumentando o nosso contato com novas culturas e, consequentemente ampliando o nosso conhecimento de mundo. Sem contar que pesquisas importantes, em várias áreas, deram largos passos graças aos avanços da tecnologia computadorizada. Tudo isso já é motivo de sobra para classificar o fenômeno da inclusão digital um marco na história contemporânea da humanidade. E, de fato, esta afirmação é indiscutível, visto que é quase impossível imaginar o desenrolar da vida moderna sem a intervenção digitalizada do computador e até mesmo do celular, este que, em muitos casos, exerce funções as quais vão além do simples telefonar.
 
Em contrapartida, o avanço das mídias digitais trouxeram graves consequências na vida de pessoas que não as usam de forma correta. Aqui no Brasil, por exemplo, crimes cibernéticos como aliciamento sexual, pedofilia, prostituição infanto-juvenil, apologia a drogas ilícitas, bullying, nazismo, homofobia se tornaram corriqueiros em redes sociais, salas de bate papo, blogs e sites diversos. Ou seja, o que deveria ser uma ferramenta de propagação de conhecimento, igualdade e de respeito acaba exercendo uma função contraditória, transformando os cidadãos do país em verdadeiras máquinas de matar.
 
Ainda sobre as relações interacionais, é inegável não considerar a importância das redes sociais no comportamento das pessoas. Sites como Orkut, Twitter e Facebook se tornaram febre entre crianças, jovens e adultos ávidos para se manterem conectados a uma cadeia de “amizades”. No entanto, a cada novo seguidor ou amigo conquistado, as pessoas acabam se distanciando dos reais contatos entre outros indivíduos, criando uma aura de individualismo. Além disso, esses sites acabam se tornando verdadeiros vícios, aprisionando aqueles indivíduos com dificuldade de relacionamento, ou que não usam esses recursos como utensilio de ampliação do conhecimento próprio.Todos esses perigos que a inclusão digital pode proporcionar poderiam ser facilmente solucionados se houvesse no país uma educação eficaz e preventiva, explicando para pais, professores e pessoas de todas as idades, os riscos que ela pode oferecer quando não é usada de forma cautelosa.
 
Portanto, não há como negar a importância da tecnologia na nossa sociedade. Suas transformações alteraram para sempre o nosso estilo de vida e isso, até certo ponto, é bastante benéfico, pois saímos da esfera do processamento lento e entramos para a geração da velocidade da luz, onde tudo acontece em fração de segundos e muitas mudanças acontecem com tanta agilidade que o moderno hoje pode não mais ser amanhã. Mas, é importante tentar acompanhar o desenrolar de toda essa mutabilidade para que a sociedade não se torne vitima da sua própria criação, assim, podendo desfrutar das melhorias que a inclusão digital pode proporcionar para todos.


Mães de gays se unem e pedem um basta aos ataques homofóbicos

Com o crescente número de ataques homofóbicos pelo país, o "Mães pela Igualdade" escreveu uma carta pública para pedir providências sobre os ataques e um basta a violência.

O grupo é formado por mães de LGBTs que corajosas e assumidas, que se uniram para pedir mais tolerância a diversidade.

"Meu filho, meu melhor amigo, companheiro e confidente, foi morto num ataque homofóbico no ano passado. Hoje sinto um grande vazio, que procuro preencher com a luta contra a violência, homofobia, discriminação e preconceito", diz Eleonora, uma das mães do movimento.

A carta será enviada à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e ao Ministério da Justiça. A seguir você confere a carta na íntegra. Para saber mais sobre o projeto, clique AQUI.

Carta às Mães e Pais Brasileiros
"
Nós, Mães pela Igualdade, gostaríamos de pedir dois minutos de silêncio e atenção para refletirmos sobre o Brasil que queremos. Dois minutos para lembrar nossos filhos e filhas. Durante esses minutos, busquem em suas memórias o momento em que viram pela primeira vez o bebê tão esperado e desejado com amor por sua família. Os pequenos olhos, a boca, os pezinhos. Lembre-se daquele instante mágico em que, após meses de espera, a pequenina pessoa esteve em seus braços.

Lembram-se do balbuciar das primeiras palavras e dos primeiros passos? O primeiro dia na escola; as festas de aniversário, as noites mal dormidas quando adoeciam; o carinho com que prepararam os presentes na escola, no dia das mães ou no dia dos pais? Lembram da janelinha no sorriso banguela?

Mal nos damos conta e as nossas crianças crescem e passam a ter vida social própria: os piqueniques, os churrascos, tardes no shopping, as baladas, a faculdade ou a escola noturna. Jovens, lindos, sensíveis, solidários, cheios de vida e de alegria.

Agora imaginem que um dia, voltando para casa, seu filho ou filha é vítima de um ataque covarde na calçada, sem motivo nenhum além de ser quem é. Você pode ouvir seus gritos clamando ''Mãe, me ajuda!'', mas aquelas pessoas não param de bater, chutar, pisar e escarnecer; outras pessoas passam ao lado e nada fazem. Sua criança grita por ajuda enquanto sua pele é rasgada, seus dentes arrebentados, seus olhos feridos, seus ossos quebrados até a morte, banhada em sangue, e você impotente do outro lado da rua, ou mesmo em outra cidade. Aquele rostinho de outrora, agora deformado pelas pancadas. Essa imagem não sai da nossa cabeça. O sentimento é de desespero, angústia e vazio absoluto.

Respirem. Não é fácil passar por isso, mas essa violência é fato, e acontece todos os dias em nosso país. Nossas filhas e filhos têm sido agredidos, torturados e mortos. Nossas ''crianças'', tem sido humilhadas, discriminadas, ofendidas, xingadas nas ruas simplesmente porque têm orientação sexual ou identidade de gênero diferente da maioria. Não escolheram ser lésbicas, gays, transexuais, travestis ou bissexuais, não se trata de uma opção. Simplesmente são assim: pessoas corajosas, dignas e honradas que assumem quem são, não sabem ser de outra forma e não querem viver atrás de máscaras.

As palavras de Marlene Xavier, uma Mãe pela Igualdade, resume com precisão o resultado extremo da homofobia descontrolada no Brasil: "Quando perdemos um filho, nos tornamos eternamente mutiladas e a nossa imagem é o reflexo da dor e da saudade, que serão nossas eternas companheiras". Algumas de nós carregamos no peito essa cicatriz, por isso pedimos que cada um e cada uma de vocês que estão lendo esta carta se pergunte: "e se meu filho ou filha fosse gay, lésbica, travesti ou transexual? Compreenderiam então a insegurança em que nós, mães de homossexuais e pessoas trans, vivemos cada vez que nossos filhos e filhas saem às ruas, viajam, vão ao cinema ou à escola. E, se amam seus filhos como nós amamos os nossos, entenderão a dor de uma mãe que perdeu seu rebento para a homofobia".

Mães pela Igualdade de todo o Brasil

Visto no: A Capa

15 outubro 2011


RECEBI POR EMAIL ESSA LINDA HOMENAGEM OS PROFESSORES QUE EDIFICAM EDUCAÇÃO BRAVAMENTE AQUI NO BRASIL!





Ser professor é professar a fé e a certeza de
que tudo terá valido a pena se o aluno sentir-se feliz

pelo que aprendeu com você e pelo que ele lhe
ensinou...

Ser professor é consumir horas e horas pensando
em cada detalhe daquela aula que, mesmo ocorrendo
todos os dias, a cada dia é única e original...

Ser professor é encontrar pelo corredor com cada
aluno,
olhar para ele sorrindo, e se possível, chamando-o
pelo nome para que ele se sinta especial...

Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e,
diante da reação da turma, transformar o cansaço
numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...

Ser professor é envolver-se com seus alunos
nos mínimos detalhes, vislumbrando quem está
mais alegre ou mais triste, quem cortou os cabelos,
quem passou a usar óculos, quem está preocupado
ou tranquilo demais, dando-lhe a atenção necessária...



Ser professor é importar-se com o outro numa
dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que
necessita de atenção, amor e cuidado.


Ser professor é equilibrar-se entre três turnos de
trabalho e tentar manter o humor e a competência para
que o último turno não fique prejudicado...


Ser professor é ser um "administrador da curiosidade"
de seus alunos, é ser parceiro, é ser um igual na hora

de ser igual, e ser um líder na hora de ser líder,
é saber achar graça das menores coisas e entender
que ensinar e aprender são movimentos de
uma mesma canção: a canção da vida...


Ser professor é acompanhar as lutas do seu tempo
pelo salário mais digno, por melhores condições de
trabalho,
por melhores ambientes fisicos, sem misturar e
confundir jamais
essas lutas com o respeito e com o fazer junto ao
aluno.
Perder a excelência e o orgulho, jamais!


Ser professor é saber estar disponível aos colegas
e ter um espírito de cooperação e de equipe na troca
enriquecedora de saberes e sentimentos,
sem perder a própria identidade.


Ser professor é ser um escolhido que vai fazer
"levedar a massa"
para que esta cresça e se avolume em direção
a um mundo mais fraterno e mais justo.


Ser professor é ser companheiro do aluno, "comer
do mesmo pão", onde o que vale é saciar a fome
de ambos, numa dimensão de partilha..


Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena,
sem sair do espetáculo".
Ser professor é apontar caminhos, mas deixar que
o aluno caminhe com seus próprios pés...

09 outubro 2011


As interferências do homem sobre a natureza, muitas vezes impensadas, fizeram com que o planeta terra entrasse em estado de emergência. Isto porque, devido ao avanço do capitalismo, um novo modelo de sociedade surgiu baseado no consumo e na expansão econômica. Diante disso, na atualidade, a ideia de reverter os danos causados pela humanidade contra o planeta aparece representada na figura vocabular de três verbos: reduzir, reutilizar e reciclar. Juntos, eles são capazes de romper esse ciclo insalubre do qual o consumismo, o desequilíbrio e a poluição fincaram suas raízes.
 
Na realidade, a aplicação desses três segmentos tem encontrado certa resistência em várias partes do mundo, inclusive no Brasil, visto que a sociedade daqui não foi devidamente educada a preservar o local onde vive. Com essa inexistência na educação ambiental preventiva, o meio ambiente sofre com as alterações cada vez mais irreparáveis dos seres humanos, afetando não só a flora, mas também a fauna e, consequentemente o próprio homem.
 
Tal deficiência faz com que reduzir seja um dos principais desafios encontrados pela política da sustentabilidade, já que as pessoas não tomam o cuidado de adquirir o que é estritamente necessário para o seu consumo. Ou seja, há nos padrões de vida atuais a necessidade de se ter cada vez mais, de comprar compulsivamente roupas, carros, objetos em geral e depois, com pouco tempo de uso, renová-los. Tudo isso para atender a um modelo social, um rótulo que o imperialismo do capital impõe nas pessoas. O resultado disso são mais florestas desmatadas e derrubadas, rios contaminados e a proliferação de inúmeros problemas ambientais, sociais e, principalmente de saúde.
 
O segundo obstáculo é reutilizar a matéria-prima que foi usada, de forma coerente, reaproveitando o máximo certos produtos antes de eliminá-los. Nessa etapa a principal barreira é o preconceito que existe em algumas pessoas, quando o assunto é usar novamente uma embalagem plástica, ou uma caixa de papel que parece sem utilidade. Para muitos, usar da criatividade nessa fase parece impossível, uma vez que o comodismo que a lei do consumo exerce no nosso cotidiano faz com que não enxerguemos as vantagens das quais a reutilização de certos materiais podem trazer para as nossas vidas.
 
Nessa linha de raciocínio, outro importante passo seria a reciclagem de tudo o que pode ser aproveitado para a elaboração de novos produtos. Essa prática reduziria a problemática do desmatamento a qual gera inúmeros prejuízos para todo o ecossistema. Além disso, em muitas cidades brasileiras a coleta seletiva e o reaproveitamento de papel, plástico, vidro e qualquer outro resíduo que pode ser reciclado, tem ajudado várias famílias a aumentar a renda. No entanto, a o ato de reciclar atinge uma pequena parcela da população, a qual recebe compartimento para lixo com divisões especificas para cada dejeto, enquanto a grande maioria guarda os seus entulhos de forma inapropriada.
 
O ato de reciclar, unido com a redução e a reutilização do lixo, é uma excelente alternativa para a preservação da natureza. Só esses três elementos juntos podem solucionar os danos causados pela humanidade contra a natureza. Economia e simplicidade também são, portanto, os sinônimos dos três R’s. Na sua prática, eles são eficazes, porque, sistematicamente mudam hábitos nocivos à natureza, reeducando a população sobre a necessidade de reavaliar o grau de devastação causado por ela no ecossistema em que vivem. Dessa forma, a sociedade deve repensar, o quanto antes, as suas atitudes contra o meio ambiente, para que esse patrimônio seja desfrutado não só na atualidade, mas também por toda a humanidade no curso evolutivo da sua história.
Esse texto corajosíssimo é de uma amiga, professora autônoma, dona de um curso de Redação, Ritacy Azevedo. Merece ser publicado na íntegra. No jornal O POVO, porém, limita o número de caracteres. Vamos fazê-lo ganhar o mundo virtual.

Excelência,

Preciso dizer-lhe publicamente que votei muito mal nas últimas eleições estaduais!

Sou professora de Língua Portuguesa, Literatura e Redação e me dedico à profissão intensamente há vinte anos. Votei em Vossa Excelência por o senhor apoiar a campanha de Dilma Roussef. Há quatro revelações que devo fazer aos professores para que possam me desculpar esse ato falho, embora saiba que muitos deles agiram como eu, pois acreditaram em suas propostas de fazer avançar a educação no Estado. É justo que o senhor as conheça!

1. A primeira é a de que, na verdade, não havia, no Ceará, nenhum candidato dos que disputavam mais veementemente o Governo que fosse convincente, apesar do grande aparato midiático. Dos males, porém, viesse o menor. O senhor pelo menos contribuiu na campanha da Presidenta. O meu prejuízo não foi completo.

2. A segunda confissão é a de que, como o senhor, tentei ser esperta, pois votei em alguém de quem, mesmo não esperando um bom mandato, contribuía para o meu objetivo. Reconheço, contudo, que o senhor me superou no lucro de tudo isso, por ter sabido se apoiar na minha candidata para se eleger.

3. A terceira é a de que não esperava ver colegas escrachados, humilhados, surrados, feridos, ensanguentados, desmaiados, tratados sem o mínimo respeito, como se vítimas dos famosos anos de chumbo da Ditadura Militar, principalmente ocorrendo este fato na Assembleia Legislativa, Casa que deveria defender os interesses da classe em vez de, subservientemente, ceder aos seus caprichos. Felizmente a população já sabe que apenas quatro Deputados votaram contrariamente ao plano de Vossa Excelência. Não será só o senhor a perder no próximo pleito, mas também todos os que, ao contrário dos quatro, "ferraram" os professores (Esta é a expressão: "ferraram", pois não consigo ser educada e suave diante de barbaridades e brutalidades).

4. A quarta e última é a de que nunca me orgulhei tanto de ser professora. Estou feliz por saber que os meus colegas, os meus digníssimos colegas estão enfrentando como heróis seu autoritarismo e por saber que teremos avanços a partir de agora, pois a história dos professores cearenses muda a partir de agora, bem como a sua!

Continuemos, agora apenas entre nós! Não posso perder a oportunidade de satisfazer a uma curiosidade! Preciso perguntar-lhe: se o estudo do professor não tem valor no Ceará, que valor terá o do aluno? Ah, já sei... o senhor manda distribuir computadores a alguns. Quero lembrar que não são bobos. Vão recebê-los, mas não vão compensar as perdas do ano letivo!

Refiro-me à desvalorização da pesquisa e da obtenção de conhecimentos. Os professores, ao se submeterem a cursos como Especializações e Mestrados, desejam adquirir conhecimentos que difundirão para crianças e jovens do nosso Estado. Sei que não devem obter um título apenas nem principalmente para terem algum acréscimo financeiro em seus vencimentos. Seu maior anseio deve ser aprender mais, para ensinar mais e melhor. Esse argumento, porém, não pode dar sustento à desonestidade e à injustiça. O que se deve pagar a mais ao professor especializado, mestre ou doutor por essa conquista e pelos esforços necessários a ela tem que ser justo, e não desrespeitoso. Não deve se assemelhar a uma esmola, como a que o Governo de Vossa Excelência insiste em garantir. É necessário que todos os cearenses, da capital e de todos os outros municípios, saibam que a proposta para essa recompensa é humilhante e que precisaria que fosse decuplicada para corresponder a uma pequena porcentagem do subsidio de Vossa Excelência, que não precisou mostrar diploma nem provar conhecimento algum para governar o Estado. Para ser Governador, basta não ser analfabeto.

Algo mais grave!

Trato ainda de algo mais grave: do seu desrespeito ao professor. Suas infelizes frases, reveladoras do grande desdém que Vossa Excelência não soube esconder em seu discurso, magoaram a todos nós, e não apenas aos colegas da rede estadual. A sua sugestão de que professores devem trabalhar por amor só poderia ser aceita se eles não comessem; se não quisessem garantir às suas famílias pelo menos uma diminuta parcela dos benefícios que o senhor garante à sua e a si mesmo; se não se vestissem, se não precisassem pagar por energia, água, telefone e, o que já é impossível, se não precisassem de livros e de outros recursos para o seu crescimento intelectual.

Não posso deixar de comentar também sobre a sua declaração de que o professor que queira ganhar melhor deve migrar para a escola privada. Vossa Excelência não se preocupa com a evasão dos professores da rede estadual? Isso não seria problema? Outros seriam contratados? Não interessa a permanência dos professores por muito tempo no serviço público, para que projetos tenham continuidade e outros benefícios ocorram? A escola privada realmente se mostra mais justa que a pública para com o professor? Esse pensamento de Vossa Excelência é lastimável!

Por que falo tanto?

Não tenho interesses partidários nem sou membro da oposição. Mas sou uma professora! E mais: sou especialista e mestra. Não gosto de ver meu esforço desvalorizado. Não adentrei o serviço público de educação. Não tive o desprendimento e o heroísmo dos meus digníssimos colegas da educação pública do Estado do Ceará, os quais respeito muito. Não me considero, porém, culpada por não acompanhá-los em tamanho esforço porque, ao contrário de Vossa Excelência, não concordo que eu deva trabalhar só por amor, mas também por dinheiro.

Não digo que a sua visão de que o professor ou qualquer outro profissional deva trabalhar por amor é ingênua, pois ingênua seria eu se assim pensasse. Digo sim que é uma máxima cruel, insensível, revoltante, além de ridícula! Além de respeitar o professor, lamento pelo desdém de que ele é vítima, pelas humilhações a que é submetido. É absurdo um professor precisar destinar-se à Assembleia Legislativa do Ceará para reivindicar desgastantemente um direito garantido por lei que Vossa Excelência insiste em desrespeitar: o direito a um piso salarial de aproximadamente R$ 1100,00.

Um apelo...

Pense melhor, Excelência. Deixe a sensibilidade superar a arrogância e a indiferença pelas necessidades sociais. Seja prudente! O senhor já perdeu por tudo que tem feito!

Um aviso...

Não é só o professor da rede estadual que está insatisfeito, mas também o da rede privada de ensino, bem como outros segmentos. Não há causa sem efeito!

Sem mais,

Ritacy de Azevedo Teles

P.S.: O tratamento respeitoso de "Vossa Excelência" é mera convenção gramatical da qual não consigo me desvencilhar. Não deve entendê-lo literalmente

04 outubro 2011



O Brasil é conhecido por sua grandiosidade territorial, suas belas praias e exuberante flora, sua musicalidade e suas sinuosas mulheres. Também é conhecido pela diversidade cultural, responsável pela formação de uma sociedade miscigenada, sejam em aspectos étnicos, sociais ou religiosos. De fato, a variedade de formas, cores, sons e credos fazem desse país um oásis no meio da América Latina, criando um rótulo de paraíso nos estrangeiros e um sentimento ufanista nos que aqui residem. No entanto, nesse conto de fadas à brasileira, nem todos têm a oportunidade de terem um final feliz, pois enquanto a economia nacional se multiplica a divisão dela continua restrita nas mãos de poucos.

Como se sabe, o Brasil está crescendo muito rapidamente se comparado aos seus vizinhos latinos. Mesmo com tal constatação, o aquecimento econômico não tem solucionado certos problemas que insistem em desmascarar o “progresso” pelo qual o país está passando. As possibilidades de mudanças sociais ampliaram, mas, a resolução de temas que afligem as pessoas mais carentes como educação, segurança e saúde pública de qualidade, moradia e saneamento básico são assuntos que continuam sem uma solução concisa. Na verdade, o que acontece por aqui é uma sucessão de paliativos que tentam encobrir uma sequência de erros que, infelizmente só atingem as camadas mais pobres da população.

Nessa vida de descaso e esquecimento, não é de se surpreender que a nação sofra com a brutal fúria da desigualdade social. Esta moléstia moderna acabou contribuindo para o surgimento e disseminação de outro problema muito maior e, ao mesmo tempo, muito longe de ser resolvido, à violência. Ela, na verdade, configura-se como o espelho de tudo o que ocorre com as pessoas esquecidas pelo poder público. É também o fenômeno social que se volta, inevitavelmente contra aqueles que contribuíram de alguma forma para a ampliação existente entre os grupos dos mais ricos e dos mais pobres. Ou seja, é um anarquismo transgênico, elaborado não em laboratórios, mas sim na raiva ensanguentada de um povo que não quer viver a revelia da vida. Em outras palavras, as pessoas não querem ser condicionadas a meros serviçais, matéria bruta da burguesia, mas ter as mesmas chances de transformar a sua própria condição de sujeito.

E, enquanto a nação cresce economicamente na visão internacional, com a moeda local valorizada, mais exportações de produtos e com a procura de novas empresas multinacionais interessadas em se instalarem por aqui, a diferença entre ricos e pobres também cresce proporcionalmente. Tudo isso porque quem detêm as rédeas do poder, ou as pessoas que guiam o leme das finanças nacionais, não consegue, ou não tem o menor interesse, de equilibrar a divisão do dinheiro que é introduzido no país com o esforço da coletividade. Disso resulta o desnivelamento que acomete apenas as camadas historicamente desfavorecidas de saúde, de segurança e, sobretudo educação.

Como um cidadão conseguirá entrar nesse rumo de transformação social, pelo qual a nossa economia está passando, se ele não tem as mínimas condições de concorrer a uma simples vaga de emprego, visto que os governantes não lhe deram a oportunidade de se preparar para tal? A resposta é simples, não conseguirá. Ele, como muitos outros, ficará estagnado na sociedade, exercendo alguma função maquinizada, ou seja, que não exija muita reflexão para ser executada. Isso, é claro, se ele não for fisgado antes pelo bicho da marginalidade, o qual dia após dia captura para o seu cativeiro pessoas com o sonho de mudar de vida e, depois de esquecidas pelos nossos governantes, acabaram frustradas, servindo de lenha para criminalidade.
 
Falar em um país de todos só seria devidamente coerente se a segurança pública estivesse quase que totalmente comprometida na proteção do povo e não fosse desviada para a cratera da corrupção, muitas vezes atraída pela cobiça de dinheiro fácil. Dizer que um país é de todos seria convincente se a saúde pública daqui fosse referência internacional, mas o que se vê são hospitais lotados, pessoas amontoadas em filas mendigando uma ficha para atendimento e profissionais mal remunerados, desestimulados, e quando não mal preparados para atender a desumana demanda dessas instituições.

Afirmar que um país é de todos seria verdadeiro se os serviços de saneamento básico e de água encanada chegassem a todas as residências desse Brasil, garantindo uma vida digna a cada pessoa que constitui essa nação. E proferir a falácia de que vivemos num país de todos é ignorar que a educação pública, tão importante para a construção, reflexão e transformação individual e coletiva da sociedade, está sendo posta de lado, paulatinamente falseada com dados mentirosos que tentam mascarar a verdadeira realidade do quadro de esquecimento e desrespeito da educação pública e, muitas vezes privada, nacional.

Por isso, é preciso que os governantes vistam a camisa, não com o título “Um país de todos”, mas sim “Um país para todos”. Para pobres e ricos, homens e mulheres, brancos e negros, jovens e idosos, héteros e gays, religiosos, deficientes, absolutamente para todos os que formam a pluralidade de vida existente nessa nação. Estamos cansados de sermos enganados com falsas promessas de mudanças que são lindas em discursos, mas na prática não são realizadas. O povo quer ação concreta, imediata. Quer ver a transformação acontecer por baixo, com aquele menino da favela sem perspectiva de futuro, com aquele homem que vive isolado pela seca do nordeste brasileiro, pelas mulheres que lavam suas roupas sujas no curso do rio São Francisco, pelos povos que vivem isolados nas longínquas terras amazônicas desse país. Ou seja, o povo quer, precisa, e tem o direito de ver as reais mudanças acontecerem agora.

Ultimatum

Álvaro de Campos

Mandado de despejo aos mandarins do mundo

Fora tu reles esnobe plebeu

E fora tu, imperialista das sucatas

Charlatão da sinceridade e tu, da juba socialista, e tu qualquer outro.

Ultimatum a todos eles e a todos que sejam como eles todos.

Monte de tijolos com pretensões a casa

Inútil luxo, megalomania triunfante

E tu Brasil, blague de Pedro Álvares Cabral que nem te queria descobrir.

Ultimatum a vós que confundis o humano com o popular

Que confundis tudo!

Vós anarquistas deveras sinceros

Socialistas a invocar a sua qualidade de trabalhadores para quererem deixar de trabalhar.

Sim, todos vos que representais o mundo, homens altos passai por baixo do meu desprezo

Passai, aristocratas de tanga de ouro,

Passai frouxos

Passai radicais do pouco!

Quem acredita neles?

Mandem tudo isso para casa, descascar batatas simbólicas

Fechem-me isso a chave e deitem a chave fora.

Sufoco de ter só isso a minha volta.

Deixem-me respirar!

Abram todas as janelas

Abram mais janelas do que todas as janelas que há no mundo.

Nenhuma idéia grande, nenhuma corrente política que soe a uma idéia grão!

E o mundo quer a inteligência nova

O mundo tem sede de que se crie

O que aí está a apodrecer a vida, quando muito, é estrume para o futuro.

O que aí está não pode durar porque não é nada.

Eu, da raça dos navegadores, afirmo que não pode durar!

Eu, da raça dos descobridores, desprezo o que seja menos que descobrir o mundo novo.

Proclamo isso bem alto, braços erguidos, fitando o Atlântico

e saudando abstratamente o infinito.