10 junho 2011

Nos dias de hoje é um perigo encontrar velhos amigos



Outro dia estava no mercado quando vi no final do corredor um amigo da
época da escola, que não encontrava há séculos.
Feliz com o reencontro me aproximei já falando alto:
- Geraldo, sua bichona! Quanto tempo!!!!
E fui com a mão estendida para cumprimentá-lo.
Percebi que o Geraldo me reconheceu, mas antes mesmo que pudesse chegar
perto dele só vi o meu braço sendo algemado.
- Você vai pra delegacia! – Disse o policial que costuma frequentar o
mercado.
Eu sem entender nada perguntei:
- Mas o que que eu fiz?
- HOMOFOBIA! Bichona é pejorativo, o correto seria chamá-lo de grande
homossexual.
Nessa hora antes mesmo de eu me defender o Geraldo interferiu tentando
argumentar:
- Que isso doutor, o quatro-olhos aí é meu amigo antigo de escola, a gente
se chama assim na camaradagem mesmo!!
- Ah, então você estudou vários anos com ele e sempre se trataram assim?
- Isso doutor, é coisa de criança!
E nessa hora o policial já emendou a outra ponta da algema no Geraldo:
- Então você tá detido também.
Aí foi minha vez de intervir:
- Mas meu Deus, o que foi que ele fez?
- BULLYING! Te chamando de quatro-olhos por vários anos durante a escola.
Geraldo então se desesperou:
- Que isso seu policial! A gente é amigo de infância! Tem amigo que eu não
perdi o contato até hoje. Vim aqui comprar umas carnes prum churrasco com
outro camarada que pode confirmar tudo!
E nessa hora eu vi o Jairzinho Pé-de-Pato chegando perto da gente com 2
quilos de alcatra na mão. Eu já vendo o circo armado nem mencionei o
Pé-de-Pato para não piorar as coisas, mas ele sem entender nada ao ver o
Geraldo algemado já chegou falando:
- Que porra é essa Negão, que que tu aprontou aí?
E aí não teve jeito, foram os três parar na delegacia e hoje estamos
respondendo processo por HOMOFOBIA, BULLYING e RACISMO.

Visto no: Sociedade Anônima

6 comentários:

  1. Como se não bastasse tudo o resto, tenho estado com uma forte crise de espondilose, que me inibe a concentração e o ânimo, pelo que estou mais ausente que o habitual, das lides internéticas. O meu pedido de desculpas a todos!

    Querido Didi

    Desculpa nem comentar os textos. Estou mesmo de passagem, para justificar a minha ausência. Espero melhorar em breve para poder voltar e comentar.

    Beijos

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  2. Tem uma história também de um bolo de chocolate chamado nega maluca e me ensinaram a pedir assim na padaria: bolo de afro descendente portadora de sofrimento mental. Estão confundindo e exagerando demais as coisas. A sociedade é Que está doente, ops, está mentalmente sofrida. rsrs

    Diogo, agradeço imensamente as palavras de carinho e solidariedade comigo nesse momento tão doído para mim. OBRIGADO! Abração, meu amigo. Paz e bem.

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  3. O politicamente correto faz com que percamos a espontaneidade.
    Um grande bj querido amigo

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  4. Que situação hein querido.
    Perto da minha casa há uma doceria, e lá tem um doce que se chamava teta de nega. Disse que se chamava, porque agora o nome é bola de chocolate.
    Ai tem quem se atrever de teta de nega, é capaz de não ser atendido pelos funcionários do balcão.
    Cada coisa, o povo está levando ao pé da letra, não estão sabendo separar não.
    Beijos, ótimo final de semana a vc.

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  5. hahaha...

    Voltei para ler o texto com mais vagar e a atenção devida e em boa hora o fiz.
    Adorei o texto! Está muito oportuno e com um humor rico e perspicaz.

    Um grande beijo, amigo

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