É na adolescência onde ocorrem as mudanças mais bruscas na vida de cada individuo. Nessa fase, o nosso corpo começa a metamorforizar-se para que estejamos prontos para a vida adulta. São transformações biológicas, físicas e comportamentais, modelando cada característica que irá compor a nossa personalidade. Entre as grandes mudanças desse período, uma pode ser considerada como decisiva, talvez a mais importante: a descoberta da sexualidade. Esta, por sua vez, manifesta-se diferentemente entre meninos e meninas. Neles, o primeiro contato sexual culturalmente acontece mais cedo, no geral entre os 13 a 14 anos de idade. Nelas, porém, isso pode variar entre 15 a 17 anos de idade. A grande discussão é quando esse adolescente descobre que é homossexual em meio ao turbilhão proporcionado pela sexualidade desse período da vida.
Como se sabe, a homossexualidade não tem uma causa aparente e nem tão pouco uma teoria estanque que explique a sua iniciação. Sabe-se apenas que ela é inerente em determinados indivíduos e se forma construtivamente nas relações nas quais esses indivíduos realizam com o ambiente em que estão inseridos. Devido a essa falta de teorização, muitos jovens sofrem com a descoberta de uma possível identidade sexual ligada a homossexualidade e, por causa disso, os conflitos são inevitáveis. O primeiro deles é sem dúvidas a autoaceitação, é encontrar dentro de si as respostas para as inquietações sobre esse assunto. O segundo é a aceitação da sociedade, ou seja, o que na adolescência se resumiria aos amigos e colegas de escola. É nesse ambiente onde ocorrem as primeiras relações sociais, é também onde nos inserimos ou não em determinados grupos de acordo com as características pré-selecionadas por cada membro. O receio de assumir a homossexualidade nesse período se configura na não aceitação entre os grupos, gerando futuros traumas irreversíveis.
O terceiro e, na minha concepção o mais importante, é a aceitação da família Essa instância da vida dos adolescentes é o principal obstáculo a ser ultrapassado quando o tema em questão é a homossexualidade. Muitas famílias não estão preparadas para aceitar um filho (a) homossexual, por puro desconhecimento que resvala nos vales dos preconceitos historicamente conhecidos. Por isso, muitos jovens passam por extremas frustrações, sofrimentos e uma série de tormentos quando se arriscam a expor a sua sexualidade para os entes mais próximos. Outros, no entanto, vivem anos e anos, escondendo (no armário), e preferem escolher uma vida de sofrimento e insatisfação a ter que encarar a sua homossexualidade de frente. Por causa disso, estudos recentes comprovam que o índice de suicídio na juventude tem crescido assustadoramente, devido a frustrações ligadas aos conflitos com a sexualidade.
É nesse momento que entra à educação. Ela é crucial para descortinar as sombras que insistem em escurecer as mentes da sociedade quando o assunto é educação sexual. Ainda há um tabu sobre isso, sobretudo quando está relacionado com a homossexualidade. Muitas famílias preferem “curar” seu filho (a) gay, a ter que buscar meios de entender o momento pelo qual ele (a) está passando. Essa falta de diálogo acaba ampliando as crateras construídas pela discriminação, elemento distintivo que tenta enquadrar o jovem homossexual a um padrão heteronormativo imposto pela sociedade. O resultado de tudo isso são adolescentes confusos, inseguros e despreparados para assumir e/ou aceitar a sua identidade de gênero. Felizmente, esse ano parece que algo em prol da educação sexual/homossexual será feito pelo nosso Governo. Falo da distribuição de uma cartilha explicativa para as escolas públicas brasileiras, clarificando as questões ligadas as descobertas da sexualidade, bem como da homossexualidade. Além disso, serão trazidos à tona temas como identidade de gênero e homofobia, cruciais para esclarecer os atos de violência cometidos contra a comunidade LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transex) nos últimos anos.
Se a adolescência já é complicada por excelência, ela fica ainda mais quando não é compreendida, orientada e respeitada. Nossos jovens estão sofrendo calados por não encontrarem apoio para resolverem os seus problemas mais íntimos. E a sexualidade constitui o principal deles. Pais e mães não podem se guiar por um modelo educativo tão fadado e heteronormativo, impondo aos seus filhos caminhos maniqueístas de vida, em outras palavras, eles não podem obrigá-los a seguir rotas pré-definidas de acordo com o seu juízo de valor. O papel dos pais é orientar, acompanhar e, principalmente dialogar com seus filhos quando algo diferente está acontecendo na vida deles. Temos que desconstruir essa educação sexual limitada que acaba desestruturando famílias Brasil e mundo a fora, só por falta de conhecimento e intolerância. Penso que a homossexualidade, bem como outros conflitos vividos pelos adolescentes, podem e devem ser encarados com maturidade e respeito, para que pequenas feridas de hoje não se tornem os traumas irreparáveis de amanhã.
Amigo, seu texto ficou incrivelmente esplicativo e riquíssimo em informações que considero muito importante pra toda sociedade em geral... Um tema que deveria estar sempre sendo abordado por grupos comunitários, e pela mídia em todo o mundo... Parabéns pela sabedoria e iniciativa! Deixo carinhos pra ti... Bjsss
ResponderExcluirFicou bem Piaget e Vygotsky...! Ficou simples e objetivo, coisa que muita gente não saber fazer (Julio prolixo que nao me ouça) kkkkkkkkkkk! Sobre o link, tu tem q ir em design e add uma imagem, daí vc acrescenta link na imagem, só é colocar lá na mesma janela ativa...vai ficar igual ao te está no meu. bjs
ResponderExcluirDeixo aqui registrada a minha felicidade com a tua presença no blogue do Antônio Rosa esta noite. Você foi o primeiro a ler a entrevista, eu agradeço.
ResponderExcluirDeixei lá uma palavrinha pra você.
Voltarei aqui.
Muito bom, muito bem escrito, explicado, definido e direcionado..
ResponderExcluirparabéns!
Um beijO...
Uma bela noite e
uma ótima semana..
E obg por sua companhia e
por suas palavras no meu viver!
Olá Diogo
ResponderExcluirBonita casa nova. Muito agradecido por ter acompanhado a entrevista do Márcio Nicolau. Abraço.
Parabéns, seus textos estão cada vez melhores.
ResponderExcluirEstou de pleno acordo, Diogo. A começarar pela família, berço e base de tudo, se não houver apoio, diálogo e mãos dadas, os traumas serão inevitáveis para todo mundo. Pois a sociedade tem uma enorme dificuldade em lidar com diferenças de toda espécie de forma respeitosa e construtiva. Meu abraço. paz e bem.
ResponderExcluirObrigado pelo apoio gente!
ResponderExcluirTento sempre trazer uma temática importante para à reflexão, abrindo espaço para que todos argumentem positiva ou negativamente.
Graças a Deus, a maioria dos comentários são positivos, reflexo da compreensão da intencionalidade das minhas palavras.
Obrigado a todos! bjoxxxxxxxxxx nos corações de vocês!
Victor queriro, ainda hoje farei o que você me pediu, viu?! pode deixar!
ResponderExcluirbjoxxxxxxxxxxxxxxx
Oi Diogo, realmente excelente essa sua abordagem sobre o assunto.
ResponderExcluirFaço minhas as suas palavras em meu espaço: Textos como esse deveriam ser lidos por todos, para que uma reflexão fosse construída...
Bom demais encontrar irmãos de caminhada que compartilhem de nossos ideais
Beijos no coração!
Obrigado Isa, suas palavras me deixam comovido. Volte sempre, quando puder e quiser! bjoxxxxxxxxxxx no coração!
ResponderExcluirO amigo: um ser que a vida não explica
ResponderExcluirQue só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
Vinicius de Moraes
Amor & Paz no seu dia...Beijos...M@ria
Mensagem comovente Maria...Muito obrigado pelo carinho da sua presença nas palavras de Vinicius de Moraes...bjoxxxxxxxxxxxxx no coração!
ResponderExcluircomo professor eu não concordo com nada q dá uma data tão tardia para a sexualidade, crianças tb são seres sexuais, esa idéia de que crianças são seres puros e por isso não pensam em sexo é um preconceito com o sexo.
ResponderExcluirSim, em perfeito acordo que a adolescência é uma idade bem complicada. De todas a mais complicada do crescimento humano. Difícil compreendê-los quando nem ele próprios se compreendem. Mas o que importa não é compreender os adolescentes (pouco há a compreender no caos; e a mente adolescente é o reino do caos) mas sim dar-lhes apoio para que eles encontrem o seu próprio rumo.
ResponderExcluirA sexualidade é e continuará a ser, infelizmente por muito tempo ainda, um tabu maior da sociedade humana. Incrível como uma das funções mais básicas do ser humano consiga ser ainda o grande monstro. E digo que irá durar muito tempo tal situação, pois a mudança depende do investimento na educação; numa verdadeira boa educação. Mas esse é um passo que ninguém quer dar. A cobardia perante os interesses religiosos e dogmáticos!
Óptimo texto! Parabéns!
Beijos
Concordo com vc Foxx! obrigado pelo comentário...bjoxxxxxxxxxxxx
ResponderExcluirSábias palavras Mandrag! bjoxxxxxxxxxxx no coração...
ResponderExcluirDiogo,
ResponderExcluirEsse texto, foi dentre os melhores que já li por aqui...Parabéns!
Posso publicar ele em meu blog depois?
Aguardo respostas.
abraços
Hugo
Vc está autorizadissimo! será uma honra para mim compartilhar um texto no seu no blog! bjoxxxxxxxxxxxx querido!
ResponderExcluirVocê, como sempre, escrevendo bons textos. Parabéns amigo! bjoxxxx
ResponderExcluirGentileza sua querido! bjoxxxxxxxxx e volte sempre!
ResponderExcluir