“Quais são minhas raízes?”. “Onde estão meus pares?”. “Em que momento as referências das origens africanas se perderam na família?”. Com alguns destes questionamentos pessoais referentes à historicidade familiar e autoidentificação, surgiram inquietações maiores, que produziram um questionamento mais amplo sobre a visibilidade da mulher negra na sociedade atual.
Da inquietação surgiu a energia para criar visualmente algo em que minha arte contribuísse para expressar o que parecia faltar nas mídias de ampla penetração social: as mulheres negras existem em grande quantidade, estão aqui e tem as mais diversas possibilidades criativas de expressão com seus corpos.
Se existimos, onde estamos na mídia de massas e o que ocorre que não nos vemos de fato representadas nas mesmas e muitas de nós sequer se reconheçam como tal? Qual o perfil de mulher negra que consegue atravessar este “bloqueio” midiático e ser inserido? E como fica quem não se enquadra nestes perfis que auxiliam na construção de estereótipos socialmente aceitos?
Com tantos questionamentos em mente, o passo seria tornar realidade a inquietação: buscar mulheres negras de diferentes idades, tons de pele, tipos e cores de cabelo, para expressarem de diferentes formas partes de suas personalidades em imagens que buscariam mostrar umas para as outras que estamos aqui e podemos sim ser quem somos.
Todas as mulheres deste ensaio mostraram-se disponíveis para se expor por uma causa comum, permitindo que sua geração e as futuras vislumbrem sua diversidade e beleza, independentemente de quais sejam os padrões sociais vigentes.
Mulheres de todos os tipos e jeitos, e gostos, e formas. Celebrando em conjunto o simples fato de serem mulheres, e negras, e belas, e diferentes. Serem quem são. Em toda sua plenitude.
Ensaio fotográfico por Ester MendesTexto por Luciana Medeiros, beauty artist.
Visto no: NOO
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