Marcas que perpetuam em
pessoas de cabelo crespo, lábios grossos e pele escura. Um histórico formado
por feridas vulcânicas que perpassam a carne e penetram na alma, criando uma
chaga de racismo branco que encontrou, e ainda encontra, refúgio nos rostos de
racistas do séc. XXI. Afinal, a corrente que prendia os mulatos na senzala foi
quebrada em 1888, mas, a ferrugem impregnada de racismo europeu ainda é o
legado europeu.
Com a chegada de Bantos e Sudaneses para o Brasil, como
mão de obra escrava, os colonos aqui residentes detinham o poder sobre a vida
no negro, rejeitando suas culturas, crenças, costumes e os tornando objetos.
Entretanto, o país, em 1850-1888, criou leis abolicionistas para que o direito
dos negros pudesse ser legitimado. Mas isso não aconteceu por excelência.
Afrodescendentes que não tinham onde morar ocupavam quilombos e morros,
começando, assim, a marginalização.
No nosso meio social, os estereótipos criados para
pessoas cafuzas são de ladrões, traficantes e vagabundos. Quanto às suas culturas,
são tidas como primitivas. Suas crenças, são demonizadas. E seus costumes,
embora aderidos indiretamente na sociedade, estão relacionados a algo arcaico e
rupestre. Vale pontuar que algumas expressões verbais carregam discriminações,
tais como: mulato, que deriva de mula, por exemplo e que ainda está inserido em
nosso dialeto.
Salientando, ainda, o “apartheid” entre negros e brancos,
hoje se faz presente em nosso cotidiano televisivo programas em que a maioria
dos atores e apresentadores seguem o modelo europeu. Todavia, afrodescendentes
ocupam destaque na mídia: se protagonistas, o enredo normalmente é escravista;
se coadjuvantes, são empregados domésticos e/ou ocupam cargos menores.
O nosso país foi, e ainda é, marcado por “guerras” para
com pessoas de pele escura. O ideal a se fazer é legitimar a igualdade em
direito de todas as cores e raças, como está escrito em nossa constituição, no
artigo 5º. Deve-se haver, também, uma maior participação das manifestações de
origem africana. Afinal, como bem afirma Bob Marley: “enquanto a cor dos olhos
for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”, ou seja, a melanina
que pigmenta o nosso corpo não precisa ser motivo para segregação.
Aluno: Cleston francisco
Professor: Diogo Didier
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