OS MISERÁVEIS
Vitor nasceu no jardim das margaridas
Erva-daninha nunca teve primavera
Cresceu sem pai sem mãe sem norte sem seta
Pés no chão, nunca teve bicicleta.
Já Hugo não nasceu, estreou
Pele branquinha, nunca teve inverno
tinha pai, mãe, caderno e fada-madrinha.
Vitor virou ladrão
Hugo salafrário
Um roubava por pão
O outro para reforçar o salário.
Um usava capuz
O outro gravata
Um roubava na luz
O outro em noite de serenata.
Um vivia de cativeiro
O outro de negócio
Um não tinha amigo, parceiro
O outro, sócio.
Retrato falado Vitor tinha cara na notícia
Enquanto Hugo fazia pose pra revista.
O da pólvora apodrece impenitente
O da caneta enriquece impunemente
A um só resta virar crente
O outro é candidato a presidente.
SERGIO VAZ
Vitor nasceu no jardim das margaridas
Erva-daninha nunca teve primavera
Cresceu sem pai sem mãe sem norte sem seta
Pés no chão, nunca teve bicicleta.
Já Hugo não nasceu, estreou
Pele branquinha, nunca teve inverno
tinha pai, mãe, caderno e fada-madrinha.
Vitor virou ladrão
Hugo salafrário
Um roubava por pão
O outro para reforçar o salário.
Um usava capuz
O outro gravata
Um roubava na luz
O outro em noite de serenata.
Um vivia de cativeiro
O outro de negócio
Um não tinha amigo, parceiro
O outro, sócio.
Retrato falado Vitor tinha cara na notícia
Enquanto Hugo fazia pose pra revista.
O da pólvora apodrece impenitente
O da caneta enriquece impunemente
A um só resta virar crente
O outro é candidato a presidente.
SERGIO VAZ
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