Tema:
Brasil: um país de todos?
De todos,
conotativamente falando
A
expressão “Brasil: um país de todos” é o “slogan” do Governo Federal. O termo
“de todos” é impactante e indica um sentido denotativo, que a sociedade em
geral está satisfeita com os serviços que lhe são oferecidos. No entanto, isso
não acontece. O que há, na verdade, é uma disparidade de realidades que atinge
considerável parcela da população, em todas as regiões, do Oiapoque ao Chuí. A
partir dessa análise, observa-se que há uma realidade mascarada na expressão, e
para por fim a essa situação e torná-la válida, muita coisa deve mudar.
Os
mais afetados são aqueles que pertencem aos grupos minoritários, tais como
pobres, negros, índios e deficientes físicos. A saúde não atende a todos, a
educação, a segurança e o saneamento básico idem. O que comprova isso são os
hospitais públicos superlotados, pois a capacidade não atende à demanda; as
escolas mal conversadas e com defasagem no quadro de docentes; as ruas sem
policiamento, deixando a população insegura e à mercê de bandidos; e o esgoto a
céu aberto em diversos bairros, sobretudo os periféricos, pondo a saúde em
risco.
É
importante destacar também as formas de desigualdade para com os outros grupos.
O negro, historicamente inferiorizado, ainda sofre: é vítima de preconceito,
pré-julgamentos e, normalmente, ocupa cargos inferiorizados. Também não há
respeito com a cultura e preservação da população indígena. Percebe-se isso
através da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, à revelia
dessas comunidades. Outro fator é a falta de acessibilidade em locais públicos,
pois a presença de rampas e elevadores para atender aos cadeirantes ainda é
escassa.
Faz-se
fundamental perceber, ainda, que a maioria dos shoppings brasileiros é rodeada
por comunidades carentes, as favelas. Tal disparidade corrobora com a ideia da
dicotomia brasileira de que o país é “de todos”, pois os moradores daquelas
áreas, vizinhos dos megalomaníacos centros de compras, sequer assistem a uma
sessão de cinema ali exibida. Assim como a existência de edifícios de alto luxo
ao lado das favelas forma uma imagem extremamente paradoxal: de um lado do
muro, luxo e fartura; do outro, dentro dos barracos, o básico ou nem isso.
Diante
disso, fica claro que ainda há muito a se fazer para tornar o país uma nação
que contemple a todos de forma plural e equitativa. O Governo, defensor do
“slogan”, deve mobilizar-se para por fim a essa realidade, e a sociedade,
diante e ciente de tais casos, deve pressioná-lo a realizar as mudanças.
Somente assim, com a sociedade satisfeita, a expressão deixará seu sentido
conotativo e o Brasil passará a ser, de fato, de todos.
Aluno: Rossini
Gomes
Professor: Diogo
Didier
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