09 junho 2011

Gays não beijam em público por medo de represálias

Visto na Revista Lado A

Um beijo, um inocente beijo entre pessoas do mesmo sexo, é um tabu na sociedade brasileira. Na novela, levanta polêmica e há quem diga que não é certo pois choca a sociedade conservadora. O toque de lábios que é uma expressão de amor, não é nenhum crime, mas é vista como lascivo quando seus autores são dois homens. “Beijo gay em público não é crime no Brasil. Você beija?” foi a enquete desta semana no site da Lado A.

Como resposta, maioria dos leitores diz que beija sim, mas alguns tomam alguns cuidados. 30% disseram que beijam em público mas em locais onde não há risco de ser agredido, ou seja, em territórios onde se sentem seguros como casas noturnas para gays ou lugares amistosos com o público GLS. Outros 14% disseram que beijam até como protesto, já que “temos direitos iguais” (6%) e “não me importo com o que os outros pensam”(8%).

Já 38% abrem mão deste direito, de manifestar o carinho em público com um beijo. As razões apontadas são: “Tenho vergonha” (3%), “tenho medo de chocar as pessoas” (4%), e “acho desnecessário”(26%). Estas respostas podem apontar que muitos deixam de beijar em público para evitar o conflito. Seja com os homofóbicos, seja por uma questão direta de auto-estima. Se beijar não é crime, por que ter vergonha?

Achar desnecessário um beijo em público foi o argumento de um quarto dos leitores. É o argumento de não provocar, de não se expor. Este argumento é exatamente o que defendem aqueles que são contra o beijo gay. Colocar um ato de amor na obscuridade, nos enviar aos guetos, é uma forma de negar a nossa existência e colaborar com a invisibilidade dos gays. Claro, tem que ter cuidado, não precisa se expor, e não precisa ser um herói. Beijar faz bem para a saúde e o beijo gay em público ainda educa a sociedade de que toda forma de amor vale a pena. Andar de mãos dadas e beijar são direitos, ainda não acessados por muitos, mas que aos poucos vão sendo inseridos na cultura do gay brasileiro e do resto da população.

Na redação, ninguém beija em público e venceu a opção “Acho desnecessário”... E esse argumento é perigoso, pois o mesmo será usado ao “casamento gay”. Um direito não pode ser “desnecessário”. Antes de tudo é um direito e temos que fazer ele valer, mesmo que não usemos dele ou que não concordemos em tê-lo, mas se os outros o possuem, todos devem poder igual.

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