08 março 2011

Dia Internacional da Mulher


Há 152 anos, em 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque fizeram uma grande greve em que ocuparam as instalações para reivindicar melhores condições de trabalho. Exigiam a redução da jornada para dez horas (eram 16 horas de trabalho diário), a equiparação de salários com os homens (já que recebiam até um terço do salário de um homem pelo mesmo tipo de função) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.


A greve foi violentamente reprimida. Trancaram as mulheres dentro da fábrica, atearam fogo em suas dependências e o trágico saldo foi a morte de 130 tecelãs carbonizadas. Décadas passaram e, em 1910, a data daquele ato bárbaro passou a ser considerada o "Dia Internacional da Mulher" em homenagem às mártires.

O dia 8 de março cai bem no meio do signo de Peixes, que é feminino por natureza e está relacionado à fraternidade universal e aos sacrifícios que são feitos em prol de uma causa altruísta. O motivo da criação da data não foi apenas o de comemorar, mas antes realizar encontros, debates e conferências para discutir o papel da mulher na sociedade, num esforço para terminar com preconceito e a desvalorização. Todos sabemos que, apesar das conquistas, ainda falta muito para isto ser alcançado. Em algumas regiões do mundo, a situação é de verdadeira penúria. É possível que, este ano, as manifestações sejam mais veementes.

“É necessário que a mulher não caia nas armadilhas da indústria e do consumo e promova mais uma revolução: uma alternativa real que aponte para uma nova forma de viver”

Para avaliarmos a condição das mulheres nos dias de hoje, podemos utilizar os trânsitos dos planetas lentos (vinculados ao desenrolar da História) e obter um quadro esclarecedor.

Na década de 50, com Urano (novidades tecnológicas e mudanças de comportamento) em Câncer (família, maternidade), surge a pílula anticoncepcional. Estava acontecendo, naquele momento, uma verdadeira revolução na vida dos casais e, em especial, da mulher. A possibilidade de fazer sexo sem o risco da gravidez permitia uma autonomia em relação ao prazer feminino nunca antes imaginada.

Posteriormente, na década de 60, com Urano e Plutão (transformações radicais no inconsciente coletivo) em Virgem (regras de convivência), e Netuno (espiritualidade e entrega) em Escorpião (rompimento com o que está estagnado), ocorre uma outra revolução, agora nos costumes, com as mulheres começando a quebrar o tabu da virgindade e tendo uma nova postura em relação ao casamento. Agora, com Urano em Peixes (dissolução), percebemos que a tradicional família patriarcal vem sendo cada vez mais desconstruída, com todos os prós e contras que isto acarreta. Tanto homens como mulheres estão se adaptando a este novo contexto relativamente recente. Aqui está um dos principais desafios para a mulher de hoje.

Outro trânsito importante foi a passagem de Urano e Plutão pelo signo de Libra (relacionamentos pessoais), nos anos 70. A partir desta época, as separações e os divórcios passaram a se tornar cada vez mais comuns, colaborando para acelerar o processo de mudanças que caracterizou a 2ª metade do Século XX. Com Urano e Netuno em Sagitário (liberdade) e Capricórnio (carreira), nas décadas de 70, 80 e 90, as mulheres acirraram a competição com os homens no mercado de trabalho, passaram a viver os seus relacionamentos com independência maior, mas também cada vez mais conscientes dos preços a serem pagos por esta emancipação: menos tempo em casa para cuidar dos filhos, rotina mais estressante, etc.

No momento presente, com Urano em Peixes, Netuno em Aquário (imersão no mundo tecnológico) e Plutão em Capricórnio (decadência dos impérios), percebemos que o horizonte sonhado pelos idealistas dos anos 60 ainda está bem longe de se realizar: as assimetrias sociais são enormes, a violência cresceu assustadoramente, há muitas disputas e guerras entre os povos, intolerância religiosa e, mais recentemente, o drama envolvendo o ecossistema do planeta e a crise financeira de proporções avassaladoras. É neste ambiente que as mulheres têm o seu mais novo desafio, num sistema comprovadamente inviável e com os próprios homens, maiores detentores do poder, sem saber exatamente o que fazer e como agir.

Mais do que nunca, a participação das mulheres será decisiva para que a humanidade consiga superar os enormes problemas que vêm surgindo. Numa sociedade dominada pela polaridade yang (masculina), é vital que natureza feminina possa permear cada vez mais o mundo cotidiano e a orientação dos povos. Caso contrário, a usura e a falta de respeito pela dimensão sagrada do universo em que vivemos poderá, realmente, nos destruir.

É necessário que a mulher não caia nas armadilhas da indústria e do consumo e promova mais uma revolução: uma alternativa real que aponte para novos hábitos e para uma nova forma de viver, com mais harmonia e solidariedade, em maior integração com a natureza e com o cosmos. Está lançado o desafio!

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