Desde muito cedo somos estimulados a seguir a risca certos modelos pré-concebidos de valores que guiam as nossas escolhas, contribuindo para a construção da nossa personalidade. Na infância isso é evidenciado com a divisão entre meninos e meninas, na qual as brincadeiras, atitudes e amizades são agrupadas não por afinidade, mas sim por gênero. A partir de um dado momento meninos não se juntam com as meninas e virse-versa, pois existe uma linha tênue que separa esses dois hemisférios. Sem perceber, os pais muitas vezes são os primeiros responsáveis por essa separação quando, inconscientemente, atribuem valores diferenciados para os filhos de sexos opostos.
Cor rosa é para menina, azul para os meninos; as meninas brincam de boneca, os meninos de carro, as meninas devem ser mais recatadas e educadas, os meninos também devem ser educados, mas o recato é desnecessário. E é com esse pensamento que muitas crianças, por gerações, são criadas e lançadas na nossa sociedade. Não é de se admirar de onde surgiu a causa para os atuais preconceitos. A educação familiar, que deveria primar pela diversidade e pelo respeito, muitas vezes, desconsidera isso e segue na direção oposta, onde está a irracionalidade e a discriminação.
Estudos recentes mostram que meninos que brincam com meninas e compartilham dos mesmos brinquedos, dificilmente desenvolveriam a homossexualidade na sua vida adulta. Além disso, a pesquisa ressalta a questão benéfica da interação entre eles nessa idade, uma vez que crianças que crescem convivendo com o gênero oposto são mais compreensivas, quando adultas, sobretudo para a temática da homossexualidade. Esse estudo só ratifica o conceito que eu já alimentava dentro de mim. Conheço pessoas que tiveram uma educação heteronormativa, jogavam bola, brincavam de carinho, usavam cor azul e mesmo assim se tornaram gays. Acredito que a homossexualidade é uma propensão e não somente uma adequação ao ambiente em que se vive.
No entanto, não estou dizendo que é para colocar uma roupa rosa no seu filho, ou comprar bonecas no natal ao invés de um carro. A questão vai muito além disso, pois penso que não se pode frear as escolhas do seu filho (a). Se ele (a) preferir usar uma cor que diverge do senso comum, ou brincar com algo que não está ligado ao seu gênero, você, como pai ou mãe, não pode recriminá-lo (a) ou proibir que ele (a) tenha contato com algo diferente do casual. A sexualidade do seu filho (a) é algo muito complexo e pode ser danificada se alguma prática traumática seja feita conscientemente ou não. Por isso, acredito na questão do ambiente como influenciador das nossas escolhas na infância, mas também penso que esse ambiente pode se tornar menos opressor quando os pais sabem educar os filhos de forma plurilateral, considerando que a vida deles, bem como as suas escolhas, estão alheias as suas vontades.
Dessa forma, você que é pai e mãe, não discriminem seus filhos (as) por que eles (as) brincam de bonecas ou de futebol, nem tão pouco por que eles (as) gostam de rosa ou azul, pois isso são simbologias que a sociedade impregnou nas nossas mentes para criar fantoches, crianças “perfeitas”, as quais nós sabemos que não existem. Eduquem seus filhos, acima de tudo com amor, respeito e liberdade. Liberdade sim, pois eles são livres, depois de uma certa idade, para escolherem o que devem fazer com as suas vidas. E durante a infância essa liberdade também pode acontecer, sendo que de forma assistida, com os olhos da tolerância. Lembrando sempre que cada ser humano é único e dificilmente mudaremos a propensão que cada um carrega dentro de si, pois SER FELIZ É SER LIVRE!
Nunca impediria um filho de brincar com bonecas, ou outro brinquedo "de menina"! É a livre expressão de uma criança, sem as convenções que aprendemos na pré-adolescência!
ResponderExcluirMeninos??? Fala por ti sua bixona!!!
ResponderExcluirVai toma no cu!!!