Fonte: Mundomais
Manifestação contra ataques de jovens homofóbicos reuniu cerca de 500 pessoas na Avenida Paulista
por Valmir Costa
SÃO PAULO – A manifestação de protesto contra os ataques homofóbicos de cinco jovens a três gays na Av. Paulista, no último dia 14, reuniu cerca de 500 pessoas na tarde de ontem, 21.
Marcada para começar às 15h, a manifestação saiu do vão do Masp rumo ao número 777 da Av. Paulista, local onde o estudante Luis Alberto, 23, foi agredido no rosto com lâmpadas florescentes.
O ativista Beto de Jesus, do Instituto Edson Néris (IEN), iniciou a série de discursos. O militante criticou a bancada evangélica do Congresso Nacional que se opõe à aprovação do Projeto de Lei da Câmara – 122/06 (PLC-122/06), que criminaliza a homofobia no Brasil.
Beto de Jesus lembrou também que os ataques partiram de jovens da classe média paulistana. Também estavam presentes o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), o deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) e o recém-eleito deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ).
Em relação aos ataques homofóbicos, Wyllys lembrou que eles fazem parte do cotidiano dos LGBT. Segundo ele, isso se deve por conta da maior visibilidade dos homossexuais. “Vamos continuar e ocupar lugares, cada vez mais, de poder, pois eles querem nos empurrar para o gueto", disse.
Passeata – Às 15h, a passeata saiu com várias pessoas com cartazes e apitos, além das bandeiras do Brasil e do arco-íris. Um carro da Polícia Militar deu apoio à manifestação, colocando os manifestantes em uma faixa da avenida. Muitos carros buzinavam em apoio ao protesto. Já em frente ao prédio nº 777, o deputado Ivan Valente discursou, assim como outras lideranças do movimento LGBT.
“Devemos lutar em nome da liberdade de escolha e contra essa onda ofensiva conservadora”, disse Valente. Dimitri Sales, da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual, prometeu que o estado vai acompanhar as investigações e punir os infratores de acordo com a lei estadual 10.048, que pune crimes de homofobia em São Paulo.
Segundo o representante do Fórum Paulista LGBT Lula Ramires, os LGBT devem ocupar mais o espaço público para se manifestar contra a homofobia. “A gente tem que estar na Paulista mais vezes ao ano. Essa luta contra a homofobia é do cotidiano”, disse. Por volta das 16h50, Irina Bacci, do Coletivo de Feministas Lésbicas (CFL), usou um megafone para agradecer o ato generoso dos seguranças do edifício 777, que socorreram o estudante Luis Alberto. Após os discursos, o público presente cantou o Hino Nacional. Os homossexuais agredidos não compareceram à manifestação.
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