13 novembro 2010

O Brasil que Nós Queremos


Encontrar maneiras de melhorar a qualidade de vida é um entre os tantos desejos do homem moderno. Essa busca por melhorias sempre esteve relacionado às necessidades básicas do ser humano, como se alimentar, ter onde morar e dinheiro para subexistir. Além disso, não podemos nos esquecer dos outros direitos elementares, dentre eles a educação, saúde e emprego. Tudo isso, no entanto, entra em choque quando se refere ao Brasil, visto que estes direitos, na sua grande maioria, não atendem a todos. A educação é o exemplo crasso de que o nosso país não é unilateral e que precisa investir mais nessa área para reverter o caos que nela paira.

Falar de um Brasil que eu quero é opinar sobre um sonho utópico, talvez irrealizável. Penso num país onde a educação seja elevada ao patamar máximo; onde o desemprego atinja níveis baixos; onde a violência seja controlada sem descanso; onde a miséria seja erradicada por completo. Além disso, acredito que uma nação “perfeita” é aquela na qual a politica não seja guiada pela corrupção, nem pela compra de votos em período eleitoral. Onde não existam as divisões raciais e, sobretudo, intolerância para com as minorias. Entretanto, para que tudo isso ocorra é preciso que muito seja feito, principalmente na esfera educacional, na qual se configura como a mais importante e, ao mesmo tempo, a menos respeitada. Acho que um Brasil, onde a educação é vista como elemento primordial para solucionar as mazelas existentes, é o desejo de todos.

Partindo desse principio, na minha concepção, o mal da sociedade brasileira, no que tange os problemas de ordem social, está intimamente ligado a um descaso no quesito educação de base. Isso, a principio, pode parecer clichê, pois muito tem se falado sobre os avanços relacionados a essa temática. No entanto, não falo de uma educação massificada, como essa que está sendo aplicada aos nossos alunos. Falo de um método educacional que prime pela qualidade do ensino e não pela quantidade. Ressalto isso porque leio muito sobre os avanços e melhorias no quandro educacional do Brasil e vejo dados mascarados, nos quais só expõe que o número de crianças na escola tem crescido bastante, em comparação há outros anos. Essas informações são muito benéficas, pois comprovam que cada vez mais jovens estão tendo contato com a escola. Porém, em meio a esse mar de boas notícias, eu faço um breve questionamento: Esse tsunami da educação está atingindo, qualitativamente, todos os alunos?

Na realidade, a resposta não é nada animadora. Falo isso com veemência, pois sou professor e percebo o descaso que ocorre com o ensino, sobretudo o público. São escolas despreparadas, professores desqualificados, metodos de ensino ultrapassados, tudo isso contribuindo para a formação de alunos desestimulados, despreparados e desinformados. No meio disso tudo, o governo age com total passividade, pois o que mais importa é mostrar lá fora que o nosso país está erradicando os índices de analfabetismo, quando na verdade a realidade é bem diferente. Prova disso são as provas que avaliam os conhecimentos dos nossos estudantes. Lembro-me bem que no ano passado o Brasil teve um dos piores resultados avaliatórios no quesito matemática e portugues em uma avaliação feita anualmente pelo governo (falo do ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio), pois muitos alunos têm dificuldade em resolver simples cálculos matemáticos ou encontrar o sujeito de uma oração simples. Essa catastrofe educacional é o reflexo do descaso com a qualidade da educação pública brasileira.

Ainda sobre o ENEM, é indiscutivel dizer que ele se configura como a principal faixada da educação pública no país. A prova é simpliesmente desumana, pois não podemos avaliar o conhecimento de ninguém em 180 questões. Essas mesmas questões, na sua grande maioria, são ridiculas, com respostas óbvias e mal elaboradas. A prova em si é muito mal formulada, tanto que em dois anos consecutivos ocorreram erros, dos quais os únicos prejudicados foram os estudantes. Agora com a possibilidade de ascensão acadêmica, o ENEM sob de escala, mas não conseguiu subir a sua qualidade conteudística, fazendo com que o Brasil seja mais uma vez riudicularizado internacionalmente no quesito educação pública.

Dessa forma, não há outros meios para revolucionar o nosso país, se não dermos o real valor para a educação. Ela é a única que pode solucionar as divisões de classes, que contribuem para o crescimento do desemprego; Ela é capaz de reverter os males causados pela violência; Ela pode acabar de vez com o problema da miséria humana, na qual leva centenas de pessoas a morte; E por fim, e não menos importante, ela é capaz de ampliar os nossos horizontes para as questões políticas, das quais somos partes integrantes. Por tudo isso, o Brasil que nós queremos é aquele onde a educação reina absoluta, pois onde há educação o preconceito, a discriminação, a ignorância e, principalmente e intolerância, não encontrarão morada. Esse é o Brasil que nós queremos, esse é o Brasil que eu quero!

5 comentários:

  1. Penso que tudo o que te aflige não se passa só no Brasil mas esta um pouco por todo o mundo, em Portugal também acontece, espero que aos poucos as coisas se vão recompondo, mas a verdade é que estou a perder a esperança
    beijinhos

    ResponderExcluir
  2. Você tem toda a razão. A educação em um país é a base de tudo, países ricos, que cresceram muito, investiram onde? Na educação. Mas me parece que, infelizmente, o Brasil, digo, nosso governo, sabe disso tudo e quer ver o povo brasileiro mais ignorante para ser mais fácil manipulado. Enfim, cada dia mais estou discrente...

    Quanto ao ENEM, sempre foi ridículo, nunca esqueço que quando prestava fazia minha redação em 10 minutos, sem rascunho e tirava notas absurdas acima de 90. Não dá para confiar em uma avaliação assim.

    Beijo!

    ResponderExcluir
  3. Palmas, palmas, palmas, Diogo.A Educação hoje está me parecendo muito mais um adestramento do que formação humana propriamente. NÚmeros e estatísticas é tudo o que importa. o ensino privado nas séries básicas é um pouco melhor mas ainda está muito longe do ideal também. aliás, acho que educação nunca poderia ser tratado como um negócio que vise lucros. É, como a saúde, direito inato, inalienável, portanto deveria ser público, universal e gratuito, com investimentos fortíssimos em preparo material, humano , e com partiCipação efetiva de toda a comunidade (com já foi em outros tempos). Nem tudo no sistema capitalista pode ser objeto de lucros, sob pena de termos pesoas apenas mais e mais exploradas e despreparadas. parabéns pelo excelente artigo. Abraços. Paz e bem.

    ResponderExcluir
  4. Obrigado pelas sensatas palavras. Temos que nos unir para reverter essa farsa que paira na educação do Brasil e do mundo!

    ResponderExcluir